Polícia procura 3º matador do casal de ambientalistas
Para secretário de Segurança, prisão é uma "questão de tempo"
O secretário de Segurança Pública do Pará, Luiz Fernandes Rocha, afirmou hoje que é uma "questão de tempo" a prisão de Alberto Lopes Teixeira do Nascimento, o Neguinho, terceiro envolvido no assassinato a tiros do casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo Silva, no dia 24 de maio passado em Nova Ipixuna, região do sudeste paraense.
O acusado estava de motocicleta na estrada de acesso ao assentamento Praialta Piranheira e também teria disparado, juntamente com Lindonjohnson Silva Rocha, os tiros que atingiram o peito e a cabeça das vítimas. No começo da manhã de domingo, operação conjunta das Polícias Civil e Militar no distrito de Maracajá, a 52 km da cidade de Novo Repartimento, no sudeste do Pará, prendeu Lindonjohnson e seu irmão, o fazendeiro José Rodrigues Moreira, acusado de ser o mandante do crime.
A dupla de irmãos estava foragida havia quatro meses. Eles foram ouvidos hoje em depoimento na Delegacia Geral e depois transferidos para um presídio de segurança máxima próximo de Belém.
Para a polícia, o foragido Neguinho não deve resistir ao cerco que se fecha contra ele. Para não prejudicar o trabalho policial, os delegados que atuam no caso preferem desconversar quando indagados se o terceiro acusado estaria escondido no Pará ou teria fugido para outro estado.
O crime foi motivado por questão agrária. José Cláudio impediu que Rodrigues comprasse um lote de terra no assentamento Praialta Piranheira para expandir sua criação de gado. O fazendeiro foi obrigado a desfazer o negócio com um assentado depois que o ambientalista denunciou o caso ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Rodrigues teria jurado vingança.