Gilberto Carvalho defende aliança do PT com Maluf
O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, saiu nesta terça-feira em defesa da aliança formada pelo PT com o ex-prefeito Paulo Maluf, para apoiar a candidatura de Fernando Haddad à prefeitura paulistana. Antes do anúncio de desistência da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) ao posto de vice na chapa de Haddad, Carvalho chegou a fazer um "apelo" para que a ex-prefeita não se afastasse da candidatura.
Em entrevista durante a conferência Rio+20, onde falava sobre a importância da participação dos movimentos sociais no encontro, o ministro Gilberto Carvalho explicou que a aliança com o PP de Paulo Maluf apenas repete a ligação que já existe no governo federal. "Não estamos cometendo nenhuma heresia do ponto de vista da política", declarou ele. "Nós não estamos abrindo mão de uma vírgula do nosso programa de governo e não houve nenhuma imposição por parte do PP para nos apoiar. Se houvesse alguma coisa programática, aí sim seria uma incoerência". Para ele, "o importante é quem está dando o tom e, neste caso de São Paulo, é a candidatura do Fernando Haddad, a semelhança do programa o governo federal".
Lembrado sobre o fato de que Paulo Maluf exigiu um cargo no Ministério das Cidades para aderir à campanha de Haddad em São Paulo, o ministro respondeu: "houve uma troca no ministério das Cidades, como tem havido em qualquer negociação política. Não foi oferecido nem dinheiro, nem corrupção, nada. A pessoa indicada passou pelo aval que nós fazemos com os nossos funcionários e o Ministério das Cidades já é do PP".
Carvalho não vê que o partido esteja "pagando um preço diferenciado ou indevido" pelo apoio de Maluf. "Não vejo problema nisso, na medida que toda aliança implica em uma participação nos cargos. E insisto: o importante é que ele se perfile com o programa de governo que estamos construindo para São Paulo". O ministro disse ainda que "não vê" que a aproximação com Paulo Maluf "seja uma catástrofe ou um problema" pois, na sua opinião, o que importa agora é a proposta que temos para governar São Paulo".