Demóstenes Torres diz que provará “injustiças” contra ele

Em discurso no plenário, o senador pediu perdão aos colegas

seg, 02/07/2012 - 16:54





Em discurso na tribuna, na tarde desta segunda-feira (2), o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), que corre o risco de ter o mandato cassado, afirmou que é inocente e está sendo alvo de perseguição política. Segundo ele, a imprensa manchou a imagem dele, antes da conclusão das investigações. Ele teria sido “denunciado, julgado e condenado”. “Não me a pesa a consciência. Ela está limpa. Nada fiz para merecer a desconstrução da minha honra”, frisou.



 “Nenhum cidadão merece tal castigo. O tormento parece sem fim”, disse, para logo em seguida negar as acusações feitas sobre ele. “Fui amigo de Cachoeira e conversava frequentemente por telefone com ele, mas nunca tive negócios legais ou ilegais com ele. Nem coloquei meu mandato a serviço de Cachoeira. Nunca pedi nada ilegal nem ao grupo [de Cachoeira] nem a ninguém. Não recebi vantagem indevida. Não tive servidores fantasmas”, salientou em discurso.



Ele reafirmou, assim como havia feito durante o depoimento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que houve fraude nas escutas telefônicas, com “disparidade do que está gravado e o que está escrito”. Segundo Demóstenes, o parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, elaborado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), só aproveitou três minutos das 250 mil horas gravadas. “São 180 minutos para acabar com o mandato de um senador, eleito com mais de dois milhões de votos“. Ele também acusou a Polícia Federal de ter divulgado trechos das gravações que “supostamente o incriminariam”.



Em seguida ele pediu perdão, nominalmente, aos senadores que o apoiaram após o discurso feito no dia 6 de março - dias após a prisão de Cachoeira, pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal – por qualquer constrangimento ou desconfiança que as investigações causaram.



Logo no início do discurso, ele informou que discursará no plenário todos os dias até o dia 11, quando o Senado deverá votar pela cassação do mandato, se o parecer do Conselho de Ética for aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) na próxima quarta-feira (4).



Na quinta-feira passada (28), o senador Pedro Taques (PDT-MT) entregou o relatório à CCJ, em que vota a favor da cassação. Se o relatório for aprovado, o Plenário do Senado decidirá, em votação secreta, se Demóstenes perde ou não o mandato.



Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

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