Nenhum depoente comparece à CPMI do Cachoeira

De acordo com o presidente da comissão, as testemunhas serão reconvocadas

ter, 03/07/2012 - 12:04

Nenhum dos depoimentos marcados para esta terça-feira (3) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira foi realizado. Os quatro depoentes não compareceram.



Inicialmente, a secretaria da CPMI havia informado que apenas Ana Cardozo de Lorenzo, sócia da empresa Serpes Pesquisas de Opinião e Mercado, daria o depoimento. No entanto, ela não compareceu. De acordo com o presidente da comissão, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), o advogado da convocada encaminhou o pedido para o não comparecimento, mas o pedido foi indeferido por não apresentar motivações.  Ana Cardozo de Lorenzo foi contratada para trabalhar na campanha do governador de Goiás, Marconi Perillo, em 2010, e teria recebido dois cheques, no valor R$ 56 mil, da empresa da Alberto & Pantoja, apontada como uma das empresas do grupo de Cachoeira.



Mais cedo, a CPMI já havia confirmado que outras três testemunhas não estariam presentes. Joaquim Gomes Thomé Neto, suspeito de ser o responsável por escutas clandestinas que beneficiavam os negócios ilegais do contraventor, apresentou atestado médico, que informa que ele apresenta um quadro de "oscilação de pressão e tonturas sucessivas”, após ter sido submetido a um exame de cateterismo na semana passada.



As outras duas testemunhas nem chegaram a receber a notificação para depor. Os agentes da Polícia Legislativa não localizaram o ex-presidente do Detran de Goiás, Edivaldo Cardoso. Em gravações da Polícia Federal, ele aparece garantindo o repasse de verbas do governo estadual para uma das empresas de Cachoeira. Segundo os policiais, a informação repassada na residência de Edivaldo é de que ele estaria em viagem. Os agentes também informaram que a empregada da casa informou ter sido orientada a não receber nem assinar qualquer documento.



A empresária Rosely Pantoja também não foi encontrada. Ela é sócia da Alberto & Pantoja, que seria uma das empresas de fachada de Cachoeira, segundo investigações da Polícia Federal. Segundo o relatório da Polícia Legislativa, o irmão de Rosely, Carlos Alberto Rodrigues da Silva, informou que não tem contato com ela há dois anos.



Na próxima quinta-feira (5), a CPMI se reunirá em sessão administrativa para apreciar requerimentos e, inclusive, votar a convocação de novos depoentes, como o ex-presidente da Delta Construções S.A., Fernando Cavendish, o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, e prefeito de Palmas Raul Filho (PT), flagrado em vídeo prometendo "oportunidades" ao grupo de Cachoeira, em troca de apoio a campanha de 2004. De acordo com o senador Vital do Rêgo, todas as testemunhas que não compareceram serão reconvocadas.

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