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Um homem foi agredido por transeuntes na portaria de um edifício na Avenida Boa Viagem, zona sul do Recife, no último domingo (26), após ele ter batido em sua namorada. O suspeito é investigado por violência psicológica e ameaça. 

Segundo testemunhas no local, o homem teria batido na namorada quando foi advertido por uma pessoa que passava pela calçada e viu a cena. Ele chegou a agredir essa outra pessoa e diversos comerciantes da praia se aproximaram do local. Em um vídeo que circula nas redes sociais é possível ver quando um grupo de mais de dez pessoas invade a área do prédio residencial para bater no agressor. 

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Segundo a Polícia Militar, uma equipe foi acionada para atender à ocorrência. O homem foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, também na zona sul, e depois encaminhado à Delegacia da Mulher de Santo Amaro, no centro da cidade. A Polícia Civil informou que duas ocorrências foram registradas, uma de violência psicológica e outra de ameaça. 

Outra ocorrência foi registrada, na Delegacia de Boa Viagem, contra as pessoas que invadiram o prédio e agrediram o homem. Não há informações se algum dos transeuntes chegou a ser detido. 

 

A sessão do julgamento, nesta terça-feira (24), de Danilo Paes, acusado de ter matado o próprio pai, Denirson Paes, em maio de 2018, começou a ouvir a primeira testemunha apontada pela acusação, uma das dez que deverão ser ouvidas ainda neste dia. 

Entre as testemunhas indicadas pela acusação estão uma das irmãs de Denirson, Cleonice Paes da Silva, e a antiga empregada da família, Josefa Conceição dos Santos.  

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Josefa trabalhou na casa da família por cerca de oito anos, em um condomínio de luxo em Aldeia, bairro de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife, tendo sido cinco anos antes do assassinato de Denirson, e permaneceu por mais três anos, prestando serviço como diarista, contratada pelo filho mais novo, Daniel. Ela conta que demorou para começar a estranhar algo em relação ao paradeiro do patriarca da família. “Eu sentia o que ele [Danilo] tava falando, o pai viajou, e eu não percebi nada. A única coisa que eu percebi foi quando a polícia chegou. Aí eu senti que tinha algo estranho lá”, comentou. 

Josefa relembra que no dia da morte de Denirson, ela havia sido dispensada do serviço por Jussara, sem o conhecimento do esposo. “[eu disse] ‘quinta é minha folga também, né’, ele disse ‘não Zefinha, você não tem folga quinta-feira não. Eu vou trabalhar, que é o último plantão, e sexta eu vou viajar’. Deixei ele vivo, conversando normalmente”, contou. 

Ela ainda comentou como encontrou a casa quando voltou no dia seguinte, após Denirson já ter sido morto, apesar de ninguém saber ainda. “A casa limpa, ela [Jussara] com muitas dores nas costas, na coluna, se queixando, a casinha, que a polícia tanto fala, ela derrubou tudo, eu pensei ‘nossa, ela derrubou tudo, e quando seu Denirson chegar?’”, relembrou. 

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Linha da acusação 

O advogado assistente de acusação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Carlos André Dantas, comentou o que a família espera como resultado. “A expectativa de acusação é que se faça justiça. Esse é o sentimento da família, e esse é o sentimento que eu trago aqui hoje”, afirmou. 

Advogado Carlos André Dantas, assistente de acusação. Foto: Rachel Andrade/LeiaJá 

Segundo o promotor de Justiça de Camaragibe, Leandro Guedes, a acusação deverá se manter nas provas técnicas. “A gente vai se ater às provas técnicas, bem técnicas mesmo, porque todo o momento Danilo negou participação, até hoje tá assim, então o que vai resolver são as perícias que foram realizadas nesse processo. Teve perícia de revisão simulada, constatação de sangue, etc”, declarou. 

Promotor de Justiça de Camaragibe, Leandro Guedes. Foto: Rachel Andrade/LeiaJá 

Danilo Paes é acusado de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, tendo ajudado a mãe, Jussara Rodrigues, no crime. Jussara foi condenada em 2019 e segue em www.leiaja.com/noticias/2019/11/05/jussara-e-condenada-19-anos-e-8-meses...">https://www.leiaja.com/noticias/2019/11/05/jussara-e-condenada-19-anos-e...">regime fechado cumprindo uma pena de 19 anos, 8 meses e 46 dias. 

 

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy foi acusado, nesta sexta-feira (6), no âmbito de uma investigação por possível manipulação de testemunhas, em um novo caso de uma longa lista, que inclui o financiamento ilegal de sua campanha.

Após 30 horas de interrogatório em quatro dias, os juízes acusaram Sarkozy de encobrir o suborno a testemunhas e conspiração para obstruir a justiça, disse uma fonte judicial à AFP.

O caso contra o ex-presidente de 68 anos, que ainda é uma figura influente na direita francesa, está relacionado com as acusações de que teria recebido dinheiro do falecido ditador líbio Muammar Kadhafi para financiar sua campanha eleitoral de 2007.

O julgamento do financiamento líbio desta campanha está previsto para começar em 2025, mas antes disso será julgado em novembro um recurso por financiamento ilegal da campanha de 2012, que Sarkozy perdeu para o socialista François Hollande.

No novo caso, os juízes estão interessados na mudança de depoimento de uma testemunha-chave, o empresário franco-libanês Ziad Takieddine, que alegou ter entregue em dinheiro, em 2006 e 2007, cinco milhões de euros (cerca de 14 milhões de reais na cotação da época).

Mas em 2020 ele se retratou repentinamente, gerando suspeitas de que Sarkozy possa ter pressionado a testemunha a mudar de ideia.

Pelo menos outras nove pessoas são suspeitas neste caso, incluindo Mimi Marchand, considerada a rainha dos paparazzi na França e próxima ao atual presidente, Emmanuel Macron, e de sua esposa, Brigitte.

Os juízes consideram que há indícios suficientes de que Sarkozy participou das ações dos suspeitos, possivelmente dando-lhes seu consentimento.

No primeiro semestre de 2021, alguns dos acusados tentaram obter provas sobre a falta de veracidade de um polêmico documento líbio sobre financiamento, que foi publicado pela imprensa durante a eleição presidencial de 2012.

O ex-presidente conservador, que ocupou o cargo de 2007 a 2012, também foi condenado em primeira instância e em recurso por corrupção e tráfico de influência, em um caso sobre a tentativa de influenciar um juiz.

Os advogados de Sarkozy, que recorre frequentemente das condenações, indicaram em comunicado à AFP que seu cliente "defenderá a sua honra" também neste último caso.

Duas testemunhas ouvidas pelo Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio, que investiga o vereador Gabriel Monteiro (PL), relataram nesta quarta, 25, que têm sido ameaçados. As ameaças teriam começado depois que os dois homens, que trabalhavam na assessoria de Monteiro, o denunciaram por supostos estupros, assédio sexual e moral, infração a direitos das crianças e manipulação de vídeos. Um dos depoentes chegou ao Palácio Pedro Ernesto, sede do Legislativo carioca, vestindo colete à prova de balas. O parlamentar nega todas as acusações e as atribui a questões políticas.

O colegiado ouviu dois ex-assessores do vereador. Vinícius Hayden Witeze trabalhava na produção de dossiês para Gabriel Monteiro sobre outros vereadores e deputados. Heitor Monteiro atuava na edição dos vídeos do ex-PM.

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Segundo o presidente do Conselho de Ética, vereador Alexandre Isquierdo, as testemunhas reafirmaram as denúncias de manipulação de vídeos e uso de recursos públicos em benefício próprio na produção privada de conteúdo para o youtuber. Os ex-assessores entregaram prints de conversas que mantiveram com o vereador durante o período em que trabalharam para ele.

Hayden relatou ao Estadão que todos os vídeos dos chamados "experimentos sociais" eram manipulados. Em depoimento à Polícia Civil, ele contou que era responsável por investigar vereadores e outras pessoas indicadas por Gabriel. O objetivo era levantar informações para serem usadas em vídeos do vereador nas redes sociais.

Heitor também reiterou acusações de assédio moral e sexual que teria sofrido durante o período em que trabalhou para Gabriel Monteiro.

"Eu confirmei tudo aqui hoje. Meu compromisso é com a verdade. Tudo o que eu disse na delegacia eu reafirmei aqui. Tenho recebido ameaças, vou registrar na delegacia e tenho andado com seguranças", disse após depoimento que durou cerca de três horas.

As oitivas de testemunhas começaram nesta quarta-feira, 25, e seguem até 9 de junho.

Defesa

Advogados do vereador se reuniram nesta terça-feira, 24, com os integrantes da comissão. Pediram a oitiva de oito testemunhas de defesa. Elas deveriam ter sido arroladas na defesa prévia, apresentada em 9 de maio, mas sem nenhuma indicação de testemunha.

O colegiado havia concedido novo prazo, até a última sexta-feira, 20, para a apresentação de até cinco testemunhas. Essa prorrogação também não foi usada pela defesa. Nesta terça-feira, os advogados apresentaram um rol de testemunhas. São três além do inicialmente permitido.

Em 1º de junho acontecem as oitivas de uma testemunha de defesa e outra de acusação. Nos dias 2 e 7 de junho, serão ouvidas outras seis testemunhas indicadas pela defesa - três em cada dia. A fase de oitiva de testemunhas será encerrada com a última testemunha arrolada por Monteiro, no dia 9.

O relator do processo, vereador Chico Alencar (PSOL), afirmou que o Conselho de Ética já enviou ofícios ao Ministério Público e à Polícia Civil. O colegiado pediu o compartilhamento das provas colhidas na investigação policial.

"Ficou evidenciada a promiscuidade entre o gabinete parlamentar e seus assessores e a suas empreitadas como youtuber, uma atividade privada. A defesa nega que teve amplo direito de participação, mas eles fizeram mais inquirições que todo conselho. Escolheram uma linha de desqualificar as testemunhas", disse.

O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio de Janeiro definiu nesta terça-feira, 24, o cronograma de depoimentos de testemunhas de acusação e de defesa no processo contra o vereador Gabriel Monteiro (PL). Acusado de estupros, assédio sexual e moral, infração a direitos das crianças e manipulação de vídeos divulgados nas redes sociais, Monteiro pode ser cassado. Ele nega todos os crimes. As oitivas de testemunhas começam nesta quarta-feira, 25, e seguem até 9 de junho.

Os advogados do vereador se reuniram nesta terça-feira com os integrantes da Comissão e pediram a oitiva de oito testemunhas de defesa. Elas deveriam ter sido arroladas na defesa prévia, apresentada em 9 de maio sem nenhuma indicação de testemunha. Apesar da perda do prazo, a Comissão havia concedido novo prazo, até a última sexta-feira, 20, para a apresentação de até cinco testemunhas. Esse prazo também não foi usado pela defesa de Monteiro, que nesta terça-feira finalmente apresentou um rol de testemunhas - três a mais do que o inicialmente permitido. Até 9 de junho, também serão ouvidas cinco testemunhas de acusação.

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Nesta quarta-feira, 25, a partir das 10h, serão ouvidos dois ex-assessores de Monteiro, Heitor Monteiro de Nazaré Neto e Vinícius Hayden Witeze, autores de acusações contra o vereador. No dia 31, mais duas testemunhas de acusação vão prestar depoimentos.

Em 1º de junho acontecem as oitivas de uma testemunha de defesa e outra de acusação. Nos dias 2 e 7 de junho, outras seis testemunhas indicadas pela defesa prestarão depoimentos - três em cada dia. A fase de oitiva de testemunhas será encerrada no dia 9, quando será ouvida a última testemunha arrolada por Monteiro.

O relator do processo, vereador Chico Alencar (PSOL), afirmou que será feito novo pedido de compartilhamento de provas ao Ministério Público e à Polícia Civil, que investigam denúncias contra Monteiro. "Vamos reiterar o pedido de compartilhamento de provas nos próximos dias, para que possamos analisá-las e incluí-las em nosso relatório", disse.

Na terceira audiência judicial de instrução e julgamento sobre a morte da menina Ágatha Felix, foram ouvidos o acusado pelo tiro, o policial militar Rodrigo de Matos Soares, e outras três testemunhas de defesa e acusação. Eles depuseram à juíza Tula Corrêa de Mello, do 1º Tribunal do Júri da Capital, nesta segunda-feira (28).

Ágatha tinha 8 anos, no dia 20 de setembro de 2019, quando voltava para casa com a mãe e foi atingida por um tiro de fuzil dentro de uma Kombi, no Complexo do Alemão. Entre as suspeitas está a de que o tiro tenha vindo da arma do PM Soares, que nega a acusação.

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Em seu depoimento, o policial afirmou que não sabe de qual arma saiu o tiro que matou Ágatha e que não chegou a ver a Kombi no dia. Lotado na 1ª UPP da Fazendinha, Soares está afastado da corporação desde o caso. Ele contou que era de praxe que a guarnição deixasse o posto no início da noite, pois era um local perigoso.

Porém, neste dia eles receberam uma ordem para permanecer naquela posição, mas começaram a receber ameaças informadas por mototaxistas da comunidade. Soares disse que dois homens numa moto fizeram disparos contra ele e um colega e que, após revidarem com três disparos, se abrigaram numa loja de construção até que o confronto cessasse.

Uma reconstituição chegou a ser feita pela Polícia Civil, mas sem a participação dos policiais envolvidos. O policial Élcio Oliveira, também lotado na UPP, disse, por videoconferência, que não recebeu tiros vindo de mototaxistas e que só soube depois da morte de Ágatha.

Outra testemunha ouvida, Ismael, morador da Fazendinha, contou que estava bem próximo ao grupo de policiais de onde partiu o tiro que matou a menina e que não saberia identificar o autor do disparo. Segundo ele, não havia nenhum confronto no local e que dois homens em uma moto passavam na hora e o carona carregava uma esquadria de alumínio debaixo do braço.

Somente após esta última sessão, a juíza decidirá se o policial militar irá a júri popular.

A Justiça do Rio de Janeiro realiza, nesta quarta-feira (6), a primeira audiência do processo da morte do menino Henry Borel. Estão previstos depoimentos de 12 testemunhas de acusação. A juíza Elizabeth Machado Louro, do Tribunal de Júri, determinou que, por questões de segurança, as testemunhas da defesa sejam ouvidas em outra ocasião. 

O menino Henry Borel, de 4 anos, morreu no dia 8 de março deste ano. Segundo denúncia do Ministério Público (MPRJ), ele foi vítima de torturas feitas pelo padrasto, o ex-vereador Jairo dos Santos Souza, conhecido por doutor Jairinho, em seu apartamento na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Além do ex-vereador, a mãe do menino, Monique Medeiros, também é acusada do crime. 

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Jairinho vai prestar depoimento por videoconferência a partir do presídio Wellington de Oliveira, em Gericinó.  Monique, que também está presa, vai comparecer ao Tribunal de Justiça. Ambos estão presos desde abril.

A ex-mulher de Jairinho, Ana Carolina Ferreira Netto, teve negado pela Justiça o pedido de dispensa para testemunhar.

A CPI da Covid-19 no Senado chega ao final desta semana com mais dois nomes em sua lista de investigados. O diretor-executivo do plano de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, e Wagner Rosário, ministro da Controladoria-Geral da União, passaram a compor o apurado de mais de 25 pessoas que será entregue ao Ministério Público junto ao relatório final da comissão, entre os dias 6 e 7 de outubro, segundo o relator Renan Calheiros (MDB-AL).

Os mais novos investigados foram incluídos após seus respectivos depoimentos. No caso de Batista Júnior, ouvido na quarta (22), a acusação de mentir sobre a manipulação de dados foi feita após o próprio executivo admitir que a Prevent orientou os médicos a alterarem prontuários de pacientes com coronavírus. Essa seria uma forma de ocultar as mortes causadas pela Covid, embora o diretor tenha negado.

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Além disso, um dossiê elaborado por funcionários e ex-funcionários da rede hospitalar sugere que a empresa fazia estudos, sem autorização, com remédios ineficazes contra o novo coronavírus (hidroxicloroquina e azitromicina). De acordo com o documento entregue à CPI, o suposto estudo foi desdobramento de um acordo entre a Prevent Senior e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Já a oitiva do ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, que aconteceu na terça-feira (21), foi marcada por discussões acaloradas e troca de insultos entre o então depoente e a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Tebet provocou a insatisfação de Rosário quando mencionou que a função do ministro seria detectar irregularidades e casos de corrupção no governo federal.

Rosário também foi pressionado por outros parlamentares da oposição, que reforçaram os questionamentos sobre sua falta de ação para interromper o contrato de compra da Covaxin, vacina indiana cuja venda foi interrompida após denúncias de superfaturamento e outras irregularidades. Dessa forma, o ministro passou a condição de investigado.

Linhas de investigação da CPI

Entre os outros nomes investigados pela CPI, estão o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, seu antecessor, Eduardo Pazuello, e a médica Nise Yamaguchi, defensora verbal da cloroquina, medicamento ineficaz contra a Covid-19. Também são citados na lista pessoas que possivelmente participaram de um “gabinete paralelo”, responsável por assessorar informalmente o presidente Jair Bolsonaro.

De um lado, a comissão também aponta nomes que atuaram para retardar a compra de imunizantes pelo governo brasileiro, a exemplo de Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social, conhecido pelas declarações sinofóbicas direcionadas ao governo Chinês. Além dele, Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores, e Arthur Weintraub, ex-assessor especial do presidente Jair Bolsonaro, também estão na lista.

Outra linha de investigação sugere que membros do governo e empresários atuaram em compras superfaturadas das vacinas. Entre os principais nomes, estão Cristiano Carvalho, representante da farmacêutica Davati no Brasil, Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde e Francisco Emerson Maximiano, dono da Precisa Medicamentos.

Existem diferenças entre testemunhas e investigados?

Segundo o Dicionário Jurídico, a testemunha é qualquer pessoa “estranha ao feito, chamada a juízo para depor o que sabe sobre o fato litigioso”. Ou seja, alguém que tem conhecimento ou ligação com o fato apurado. Quando o caso evolui para a condição de investigado, a CPI é autorizada a aprofundar os questionamentos, requisitar documentos e solicitar operações de busca e apreensão.

Outra diferença consiste nas posições adotadas pelos investigados, que enquanto depoentes podem ficar em silêncio e não precisam se comprometer em dizer a verdade. Segundo o Código de Processo Penal, as testemunhas não têm o mesmo direito, a menos em casos de decisões vindas do Supremo Tribunal Federal (STF).

As Comissões Parlamentares de Inquérito podem influenciar para que indiciamentos sejam abertos a partir do relatório final, no entanto, cabe ao Ministério Público Federal decidir se apresenta as denúncias à Justiça. Quando isso acontece, os investigados tornam-se indiciados e, em seguida, podem virar réus. Há ainda a possibilidade de serem condenados pelos crimes descritos no relatório.

Conheça, a seguir, alguns dos investigados:

Marcelo Queiroga, ministro da Saúde;

Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde;

Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores;

Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social;

Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho no Ministério da da Saúde;

Nise Yamaguchi, médica defensora da cloroquina;

Carlos Wizard, empresário e ex-conselheiro de Pazuello;

Arthur Weintraub, ex-assessor especial do presidente Jair Bolsonaro;

Francieli Fantinato, coordenadora do Programa Nacional de Imunização;

Marcellus Campêlo, ex-secretário de saúde do Amazonas;

Elcio Franco, ex-secretário do Ministério da Saúde;

Onyx Lorenzoni, ministro do Trabalho;

Cristiano Carvalho, representante da Davati no Brasil;

Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde;

Francisco Emerson Maximiano, dono da Precisa Medicamentos;

Emanuela Medrades, diretora da Precisa Medicamentos;

Luiz Dominghetti, policial que se apresenta como representante da Davati;

Regina Célia, fiscal dos contratos da Precisa no Ministério da Saúde;

Luciano Hang, empresário bolsonarista defensor da cloroquina;

Pedro Benedito Batista Júnior, diretor do plano de saúde Prevent Senior;

Wagner Rosário, ministro da Controladoria-Geral da União.

 

Nesta quarta (15), nova audiência do caso Miguel ocorre no Recife, para a oitiva da ré, Sari Corte Real, e duas testemunhas da defesa - a doméstica Luciene Raimundo e o psicólogo Carol Costa Junior. Os depoimentos foram tomados no Centro Integrado da Criança e do Adolescente (CICA), onde está localizada a 1ª Vara de Crimes Contra a Criança e do Adolescente.

As oitivas começaram por volta das 9h30. Sari chegou ao local um pouco antes desse horário e, em seguida, encontrou-se com seu advogado Célio Avelini. Também serão ouvidos, ainda pela manhã, a doméstica Luciene Raimundo, funcionária da ré, e o psicólogo Carol Costa Junior, que, segundo a família da vítima, trabalha em uma clínica de psicologia onde Miguel fazia acompanhamento com outra profissional da área.

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Do lado de fora do CICA, um ato realizado por representantes da Articulação Negra Pernambuco (ANEPE), do Gabinete Assessoria Jurídica Organizações Populares (Gajop), do movimento negro e outras organizações sociais, ostentava faixas e cartazes pedindo por "justiça por Miguel".

A advogada Maria Clara D’Ávila, do Gajop, que presta assistência jurídica à Mirtes Renata, mãe da criança, acompanhou o movimento e falou sobre o caso à imprensa. "A defesa tem adotado a estratégia de descaracterizar o abandono com efeito de morte e responsabilizar o próprio Miguel por sua morte, nós tentamos demonstrar o contrário. Sari tem responsabilidade sim, pelos fatos e pelo resultado que se desdobrou diante deles". Mirtes também esteve presente ao CICA para acompanhar a audiência.

Já o advogado de Sari, Célio Avelini, refuta a alegação da família da criança, afirmando que não é da intenção de sua cliente culpabilizar a vítima. O jurista reiterou, ainda, durante entrevista aos jornalistas, a inocência de Sarí. "Ela usou todos os esforços para tirar o menino do elevador, isso não é abandono, pelo contrário, demonstra o cuidado que ele teve".

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O juízo da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro marcou para 6 de outubro a audiência visando ouvir testemunhas de acusação do processo sobre a morte do menino Henry Borel. As testemunhas de defesa devem ser ouvidas em outra data, após o encerramento da prova da acusação.

O ex-vereador Jairo Souza dos Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho, e a mãe de Henry, a professora Monique Medeiros, foram denunciados e presos pelo crime.

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A juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal, autorizou a presença dos dois acusados na sessão de depoimentos de 6 de outubro, mas eles não serão interrogados neste dia.

Jairinho e Monique foram presos em abril, depois que se tornaram suspeitos de matar a criança, de 4 anos de idade, no apartamento do casal, na Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM) decidiu que testemunhas poderão ser ouvidas no formato semipresencial. A decisão foi tomada após uma tentativa de aliados do presidente Jair Bolsonaro de exigir que os depoimentos sejam obrigatoriamente presenciais, o que poderia atrasar o andamento da investigação.

Os ex-ministros da Saúde do governo e o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, foram convocados para serem ouvidos na semana que vem.

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Aliado do governo, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) apresentou uma questão de ordem alegando que testemunhas precisam ser ouvidas necessariamente em uma sessão presencial, em função da necessidade de proteger quem é ouvido e evitar que essas pessoas sejam coagidas externamente durante as audiências. Omar Aziz, porém, ressaltou que é possível realizar as audiências no formato semipresencial.

O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), reclamou das novas investidas de governistas para tentar adiar a investigação. "Estamos diante de uma evidente obstrução. Essa CPI era para ter sido instalada em fevereiro. Os senhores não quiseram, nem o governo. Tivemos que conquistar a instalação no STF", disse. "Eu já conheci muitas tropas de choque, mas essa é a primeira que recorre ao STF numa questão já decidida".

A cúpula do colegiado elaborou um roteiro inicial de pedidos de informações e requerimentos que coloca Bolsonaro no foco inicial. Governistas pediram que todos os pedidos sejam analisados e que haja uma alternância entre testemunhas da oposição e de aliados do Planalto.

"Não vamos transformar a CPI em uma batalha eleitoral política", afirmou Renan, criticando a tropa de choque de Bolsonaro na CPI. "O senhor está com medo de aprovar os requerimentos de informação", rebateu Ciro Nogueira (PP-PI), aliado do presidente da República. "Acho que com medo está quem não quer que a comissão funcione", respondeu Renan, em uma tréplica.

O Tribunal Especial Misto ouve hoje (17) as 27 testemunhas de acusação e de defesa no processo de impeachment do governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. A continuidade da ação foi aceita no dia 5 de novembro.

Witzel foi denunciado por crime de responsabilidade e está afastado desde 28 de agosto pelo prazo de 180 dias. Ele é investigado por suposta participação em fraudes na área da saúde.

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O tribunal misto é formado por cinco desembargadores e cinco deputados estaduais e presidido pelo desembargador Claudio de Mello Tavares, presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).

O interrogatório de Witzel está marcado para amanhã (18), às 16h, ocasião em que deverá apresentar sua defesa. As duas sessões serão no Tribunal Pleno do TJRJ.

A Polícia Civil do Rio vai ouvir mais testemunhas sobre a operação que resultou na morte do adolescente João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, em São Gonçalo (Região Metropolitana do Rio), na última segunda-feira, 18. Além do bombeiro socorrista, serão ouvidos policiais e familiares da vítima. Uma reprodução simulada está prevista para ser realizada após a conclusão dos depoimentos e dos laudos periciais.

A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) convidou o Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública, que está assistindo a família do menino, e o Ministério Público para acompanharem a simulação.

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A Polícia Civil já ouviu os policiais que participaram da ação, os pilotos da aeronave, além de duas testemunhas, e oficiou a Polícia Federal para prestar informações sobre o planejamento operacional e objetivos da operação. Os agentes analisam agora os laudos de perícia do local e de necropsia e aguardam o de confronto balístico.

A Corregedoria Geral de Polícia Civil (CGPOL) informou que três policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) que participaram da operação no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, foram afastados do serviço operacional provisoriamente. Os agentes continuarão na CORE, exercendo atividades administrativas.

A CGPOL instaurou uma sindicância administrativa disciplinar para apurar a conduta dos policiais civis que participaram da ação.

A apuração corre em paralelo ao inquérito policial instaurado pela Delegacia de Homicídios de Niterói.

Um homem entrou na Catedral Metropolitana de Campinas, no centro da cidade, na tarde desta terça-feira (11), e atirou em oito pessoas que estavam rezando no local. As primeiras informações indicam que cinco pessoas teriam morrido, sendo quatro homens e uma mulher. O atirador se matou.

Na hora do ataque houve corre-corre no centro da cidade, principalmente na rua 13 de Maio, uma das mais movimentadas do comércio local.

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O autor dos disparos usou uma pistola e um revólver. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) socorreu os feridos para hospitais da cidade.

Na hora dos disparos a polícia estava mobilizada para um roubo a banco no centro de Campinas. Várias viaturas foram mobilizadas pela polícia para cercar a região.

Testemunhas ouviram vários disparos

A gerente de uma loja de alianças que fica perto da catedral ouviu o barulho dos disparos e se assustou. "Ouvimos muitos tiros, mais de 20. Ouvi, mas não estava entendendo. Só fui entender quando as pessoas entraram correndo e gritando dentro da loja", disse Patrícia Silvério, de 40 anos.

"Vi um senhor, todo ensanguentado, correndo, até que uma ambulância o segurou." Segundo ela, várias lojas das redondezas fecharam as portas e uma faixa amarela faz o isolamento do local.

Pedro Rodrigues estava dentro da Catedral e viu quando o atirador entrou na igreja e fez os disparos. "Era hora do almoço e fazia uns 5 minutos que a missa tinha acabado. Ele chegou com a arma em punho e saiu atirando. Sempre pensei que a igreja era um lugar seguro", disse Rodrigues.

A Polícia Civil do Paraná voltou a ouvir testemunhas do caso do jogador Daniel Freitas, de 24 anos, morto após uma festa em São José dos Pinhais. Aos investigadores, duas testemunhas forneceram detalhes sobre como teria ocorrido a morte do jovem. Uma adolescente identificada apenas como Evelyn, de 19 anos, disse que Daniel saiu da casa da família Brittes ainda com vida.

Ela prestou depoimento de duas horas ao delegado de São José dos Pinhais, Amadeu Trevisan, na tarde desta segunda-feira, 12. O advogado da jovem, Luiz Roberto Zagonel, disse que sua cliente está com muito medo pelo que sabe. "(Ela) disse que viu o Daniel se mexendo quando saiu da casa", afirmou.

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Antes de Evelyn, Eduardo Henrique da Silva, de 20, que está preso, já havia prestado depoimento de três horas e meia entre a manhã e começo da tarde e confirmou a participação dele, de Ygor King, de 19, e de David Willian da Silva, 18 anos, no crime.

O advogado de defesa Edson Stadler disse que todos saíram da casa com o objetivo de castração do jogador. "Eles se associaram para fazer uma castração, uma castração da vítima, do Daniel. Houve um convite do Edison Brittes para que eles fossem juntos para segurar o Daniel para que esse pudesse fazer a castração da vítima, e eles foram, espontaneamente eles foram", disse.

Na sexta-feira, 9, Ygor e David negaram participação na sessão de tortura comandada por Edison, mas o depoimento de Eduardo foi no sentido contrário.

O advogado de defesa de Ygor e David, Robson Domacoski, disse que a versão de seus clientes será provada com os laudos. "Estamos tranquilos quanto a isso porque as investigações estão bem apuradas e agora irão vir elementos, provas, estamos querendo que venham as provas, porque as provas vão ser fundamentais para mostrar o que cada um fez", comentou.

Sobre Evelyn, o advogado disse que ela não tinha muita amizade com Daniel e se relacionava com Allana e sua família fazia pouco mais de um ano. "(Ela) conheceu (Daniel) no dia, por poucos minutos ali, não conhecia, não era namorada, conheceu na própria boate. Ela conhecia a Allana (há cerca de um ano) e até então não sabia nada de errado na família dela e a partir do momento que uma pessoa morre de uma maneira brutal, obviamente as pessoas que viam parte da cena pelo menos têm medo, isso é normal", disse.

Zagonel ressaltou, porém, que sua cliente não foi ameaçada em momento algum pela família Brittes. "Não chegou nenhuma ameaça a ela, isso não chegou. Ninguém ameaçou ela, isso não aconteceu", concluiu.

Entenda o caso

Daniel Freitas participou da festa de Allana Brittes, em uma boate em São José dos Pinhais, na sexta-feira, 26 de outubro. A festa prosseguiu na casa da família, onde Daniel relatou a amigos, pelo WhatsApp, que a mãe de Allana, Cristiana, estava dormindo e que ele se aproximaria dela. A partir daí, as versões de suspeitos e testemunhas divergem. Edison Brittes, pai de Allana e marido de Cristina, disse ter flagrado o jogador tentando estuprar a mulher, o que gerou sua reação violenta, que culminou com a morte.

A tese de estupro é vista com desconfiança pelos investigadores. Antes de morrer, Daniel foi espancando, teve o pênis cortado e seu corpo foi abandonado em uma estrada. Edison, Allana e Cristiana foram presos dias após o empresário confessar que tinha matado o jovem como reação ao estupro. Outras três pessoas estão presas: Eduardo, Ygor e David. Para a polícia, eles estavam no carro quando o corpo da vítima foi transportado e é investigada a participação deles na tortura e morte do jogador.

A postura do juiz Marcelo Bretas na tomada de depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem, divide opiniões sobre o comportamento adequado de um juiz em uma audiência.

Lula foi arrolado como testemunha de defesa do ex-governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral, preso na capital fluminense. A tônica do depoimento foi a descontração e o bom humor entre testemunha e juiz. Bretas encerrou a sessão revelando a Lula que, na adolescência, até participou de comício do PT com boné e camiseta com o nome do ex-presidente.

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Para o advogado criminalista Alexandre Salomão, a cordialidade em uma audiência pode ser até mesmo estratégica, a fim de obter, da testemunha, um depoimento mais profícuo. "O que houve ali, no entanto, ultrapassou os limites da cordialidade. O juiz, em uma audiência, representa o Estado, e o Estado não tem passado de militância. Não há ilegalidade, mas é extremamente inconveniente para a magistratura", completou.

"Tratar testemunhas, réus e advogados com urbanidade é próprio do Código de Ética da Magistratura, deve ser feito", disse o advogado Luiz Flávio Gomes, mestre em Direito Penal e criador do movimento Quero Um Brasil Ético. "No entanto, viola esse mesmo Código de Ética um magistrado ficar dizendo que votou em tal sentido, ou militou em determinada causa. Nesse momento, a postura deixa de ser adequada", completa.

Gomes compara, ainda, a postura de Bretas às recentes fotos tiradas pelo juiz Sergio Moro com políticos. "Assim como as manifestações de Bretas, as fotos de Moro não são, em nada, ilegais, mas são extremamente inconvenientes", disse.

Celso Vilardi, criminalista que defende executivos no âmbito da Lava Jato, também comentou o comportamento de Bretas durante o testemunho de Lula. Para ele, o comportamento dos dois é normal. "O clima amigável entre as partes é comum em momentos iniciais e ao final da sessão, e não somente entre o juiz e testemunha, mas entre todos os participantes da sessão", afirma.

Usando terno e a mesma gravata com as cores do Brasil que vestiu na escolha do Rio para sede da Olimpíada de 2016, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestou seu primeiro depoimento após ser preso, na manhã desta terça-feira, 5. O depoimento, que durou cerca de 50 minutos, foi dado por videoconferência ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

De Curitiba, Lula falou como testemunha de defesa do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), na denúncia do Ministério Público Federal (MPF) que analisa a compra de votos para a escolha do Rio. Lula e Bretas protagonizaram alguns momentos descontraídos durante a oitiva. O petista aproveitou uma das perguntas feitas pela defesa de Cabral para fazer críticas indiretas ao Ministério Público: "Estamos vivendo um momento de denuncismo."

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E antes de ser interrompido por Bretas, destacou: "Só lamento que venha uma denúncia de corrupção de compra de membro de delegado oito anos depois. Eu sinceramente não sei quem fez a denúncia, não quero saber, não conheço, e como nós estamos vivendo um momento de denuncismo..."

Lula também negou que tenha ouvido falar a respeito de alguma negociata e transação ilícita envolvendo membros do Comitê da candidatura do Rio. "Alguém que fala que foi uma trapaça é porque não entende nada de nada e não viveu o que nós vivemos", disse.

Os momentos de descontração começaram logo no início do depoimento do ex-presidente, quando a câmera foi ligada e Lula perguntou: "Esse que é o Bretas?", ao que o juiz respondeu: "Cuidado que estou ouvindo, hein?". "Eu sei, estou vendo o microfone aqui na minha frente", disse o ex-presidente.

Ao final do depoimento, Bretas agradeceu a postura de Lula no depoimento e disse que ele era "uma figura importante no País". "Sua história é relevante para todos nós e, para mim inclusive, que aos 18, 17 anos estava aqui no comício na Presidente Vargas, com 1 milhão de pessoas usando boné e camiseta com o seu nome", disse o juiz, ao que Lula retrucou: "Quando eu fizer um comício agora, vou chamar o senhor para participar". A fala foi seguida de risos de quem acompanhava o depoimento na sala de audiências da 7ª Vara.

O único momento de interação de Cabral e Lula, permitido na audiência por Bretas, foi quando o emedebista prestou condolências pela morte de Marisa Letícia. Lula também negou que tivesse relação íntima com Cabral e que o seu compromisso, no depoimento, "era com a verdade". "Não acredito que hoje um brasileiro esteja mais em busca da verdade do que eu. Estou cansado de mentiras", afirmou o ex-presidente.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato, presta depoimento nesta terça-feira, 5, como testemunha de defesa do ex-governador fluminense Sérgio Cabral (MDB). Preso desde novembro de 2016, Cabral é acusado, entre outros crimes, de liderar organização criminosa que teria desviado até R$ 1 bilhão entre 2007 e 2014.

O depoimento, dado ao juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio, está marcado para começar às 10h, por videoconferência. É a primeira fala pública do ex-presidente, preso em Curitiba desde 7 de abril pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena é de 12 anos e um mês de prisão.

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O ex-presidente vai ser testemunha em uma ação que investiga propinas para membros do Comitê Olímpico Internacional favorecerem a escolha do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016, em detrimento de cidades como Madri, Tóquio e Chicago.

Relembre

Preso desde novembro de 2016, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) é acusado de coordenar uma organização criminosa que atuou em setores como transportes, saúde e obras em seus dois mandatos como governador (2007-2014) e movimentou mais de R$ 1 bilhão em propinas, segundo a Procuradoria da República.

Em 30 de maio, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirmou a condenação do ex-governador e manteve a pena em 14 anos e 2 meses, sendo essa a primeira condenação em 2.ª instância do emedebista. A defesa de Cabral diz que vai recorrer nas Cortes de Brasília.

O juiz federal Sérgio Moro autorizou nesta terça-feira, 29, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso pela Operação Lava Jato, em Curitiba, substitua algumas testemunhas de defesa no processo sobre o sítio de Atibaia. Sai a ex-ministra Miriam Belchior (Planejamento/Governo Dilma), entra o cantor e ex-ministro Gilberto Gil (Cultura/Governo Lula).

O magistrado permitiu ainda que outras três testemunhas sejam substituídas. Os depoimentos, que estavam com datas marcadas, serão reagendados.

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Na mesma decisão, o juiz da Lava Jato manteve depoimentos de testemunhas programados para esta quarta-feira, 30. "Tendo em vista o aparente arrefecimento da paralisação dos caminhoneiros e a retomada gradativa da normalidade, esclareço que as audiências de amanhã estão mantidas", afirmou.

Na semana passada, em função da grande paralisação dos caminhoneiros, o juiz Moro cancelou audiências que ocorreriam nesta segunda, 28.

Lula está preso na sede da Polícia Federal, na capital paranaense, desde 7 de abril. O ex-presidente cumpre pena de 12 anos e seis meses por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá.

O caso envolvendo o sítio de Atibaia é a terceira ação contra Lula na Lava Jato do Paraná.

Segundo a acusação, Odebrecht, OAS e Schahin, por meio do pecuarista José Carlos Bumlai, gastaram R$ 1,02 milhão em obras no sítio em troca de contratos com a Petrobras.

O imóvel foi comprado no fim de 2010, quando Lula deixava a Presidência, pelos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna. O ex-presidente nega ter recebido vantagens indevidas das empreiteiras.

No outro processo, ainda no âmbito da Lava Jato, o petista é réu em ação penal que investiga se um terreno em São Paulo, onde seria sediado o Instituto Lula, no valor de R$ 12 milhões, e o apartamento vizinho ao do ex-presidente, em São Bernardo, no edifício Hill House - R$ 504 mil - seriam vantagens indevidas da empreiteira Odebrecht para o ex-presidente.

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu, nesta terça-feira, 8, a um pedido da defesa dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho, e garantiu a oitiva de testemunhas chamadas pelo casal para depor no processo que investiga crimes de corrupção, participação em organização criminosa e falsidade na prestação de contas eleitorais.

A defesa do casal alega que chamou para depor três procuradores da República do Rio de Janeiro, o atual Procurador Geral de Justiça, Jose Eduardo Ciotola Gussem, e o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio Jose Carlos Paes, mas que as oitivas foram negadas pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da Justiça Eleitoral de Campos dos Goytacazes (RJ), onde o processo tramita. A alegação é de que a decisão do juiz de primeira instância cerceou o direito de defesa dos réus.

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Contra essa decisão, o advogado Carlos Azeredo entrou com uma ação no Supremo, relatada pelo ministro Dias Toffoli. Os ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin seguiram o voto do relator, que entendeu que o processo estava prejudicado por aspectos técnicos, mas que era preciso atender ao pedido "de ofício".

O juiz de Goytacazes, em sua decisão, destacou que o casal não havia justificado o motivo de chamar as cinco testemunhas apresentadas. Na sessão de hoje, a subprocuradora Claudio Sampaio, em nome da Procuradoria-geral da República, destacou que a estratégia da defesa ao arrolar essas testemunhas é de atrasar o andamento do processo, e pediu que os ministros negassem o pedido.

De acordo com Toffoli, a medida de Oliveira frustrou a possibilidade de os acusados produzirem as provas que entendem como necessárias para a demonstração de suas alegações.

Acusação

De acordo com a denúncia do Ministério Público, Garotinho exercia um cargo de comando na organização criminosa investigada. O MP afirma que o grupo J&F fez doação ilegal de R$ 3 milhões por meio de contrato com uma empresa indicada por Garotinho para financiar sua campanha ao governo do Estado em 2014, derrotada pela de Luiz Fernando Pezão (MDB).

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