Priscila promete fazer ecoar a voz da oposição na Câmara

A vereadora fará parte da bancada de oposição ao governo de Geraldo Julio (PSB)

dom, 30/12/2012 - 16:54
Chico Peixoto/LeiaJáImagens

Uma das poucas vozes da oposição na Câmara do Recife, a vereadora Priscila Krause (DEM) ao ser entrevistada pela reportagem do Portal LeiaJá, fez uma análise da gestão do prefeito João da Costa. A democrata ainda avaliou alguns assuntos relevantes debatidos na casa José Mariano, além dos seus projetos que viraram Lei municipal. Outro tema bastante polêmico diz respeito a reforma administrativa do prefeito eleito Geraldo Julio (PSB), enviada pelo atual prefeito da cidade, João da Costa (PT). 

De acordo com Priscila, ao se criar novas secretarias, deveriam ser apresentadas as atribuições e objetivos dessas pastas, mas nada consta no Projeto de Lei 24/2012. “A criação de novos órgãos e entidades não está no Projeto de Lei como a criação da Agência de Desenvolvimento e do Instituto de Desenvolvimento”, ressaltou a vereadora. 

Sobre o plano de cargos e carreiras para analista de gestão Priscila rebateu: “Não é um plano de cargos porque remete para decreto o mecanismo de progressão. Não votamos o plano da Guarda municipal porque também remetia para decreto esse detalhamento, essa foi uma das justificativas usada pelo novo governo”, disparou.

A respeito do projeto relativo aos contratos da Parceria Público-Privada (PPP), Priscila argumentou que este é um assunto importantíssimo, mas não poderia ser aprovado de maneira apressada. “Há uma legislação aprovada no congresso nacional desde 2004, é uma Lei Federal, um marco regulatório e não gera impedimento para se firmar o contrato sobre qualquer objeto. Esse assunto precisa de mais tempo para ser debatido na Câmara”, defendeu Priscila.

Ao comentar o governo de João da Costa, a vereadora reforçou que a gestão não foi aprovada pela população. “Ele teve sua avaliação feita pela população e pelo próprio partido quando impediu que ele disputasse a reeleição. Isso só veio reafirmar os problemas que nós relatávamos na Câmara diariamente, o sofrimento da cidade, e não fico nenhum pouco feliz com isso. Até porque se não foi bom para o Recife não foi bom para ninguém e compromete várias gerações de recifenses como é o exemplo do fraco desempenho na educação.”, lamentou.

Ela citou como exemplo o baixo desempenho da rede municipal de ensino no Índice de Desenvolvimento Educacional Brasileiro (Ideb), no qual o Recife ficou na 26ª colocação entre as capitais brasileiras. “Na educação cobramos ao prefeito a promessa de que iria construir 40 novos Centros de Municipal de Educação Infantil (CEMEIs), coisa que não aconteceu. Debatemos também a qualidade do ensino e não só a construção de equipamento”, disse. 

Entre os projetos de sua autoria que se tornaram Lei municipal, Priscila destacou a transformação do parque da Tamarineira como Unidade de Conservação. “A iniciativa de minha autoria garantiu que a Tamarineira terá o único objetivo de parque para a cidade. Isso foi aprovado nessa legislatura, não poderá virar shopping, não importa se mudar prefeito governador ou presidente da República.”, frisou. 

Com a entrada de um novo prefeito novas expectativas surgem, mas a oposição continua pequena com apenas quatro vereadores: Raul Jungmann (PPS), Aline Mariano (PSDB) e Priscila Krause (DEM), que será a única representante do DEM na nova legislatura. 

Uma das questões que serão bastante debatidas durante a gestão de Geraldo Julio, pela bancada da oposição, será o plano de Mobilidade Urbana. “É um tema bastante discutido, mas que ainda não se chegou a um desfecho, pois o plano apresentado por João da costa falha em vários aspectos.”, disse. 

Para fazer ecoar a voz de oposição, Priscila reforça as intenções do seu grupo na Casa: “Temos uma expectativa diferente da gestão passada que sabíamos que não tinha mais jeito. Essa nova gestão chega para rearrumar a cidade e o papel da oposição é de ser fiscal da mudança e saber como é que vai acontecer, quando e a forma. Vou ser fiscal da mudança e contribuir do ponto de vista da oposição.”, cravou.

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