Vereadora protesta contra a nomeação de Feliciano

Vereadora está coletando assinaturas para apresentar o documento de repúdio à bancada de Pernambuco no Congresso

seg, 18/03/2013 - 20:00

A vereadora e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara do Recife, Aline Mariano (PSDB) está coletando assinaturas dos seus colegas de legislatura e vai apresentar um documento solicitando a retirada do deputado federal e pastor Marcos Feliciano (PSC-SP) da presidência de Direitos Humanos na Câmara Federal. Na Casa José Mariano, nesta segunda-feira (18),  alguns cidadãos estiveram nas galerias e aumentaram o coro de protesto junto aos vereadores.



“Não é uma questão religiosa, não há problema em relação a isso. Mas o contraditório e inaceitável é o presidente da comissão ser racista e homofóbico. É um retrocesso entregar essa comissão a uma pessoa que não defende nem respeita o direito das minorias”, criticou a vereadora, que até o momento já coletou 12 assinaturas dos vereadores do Recife.



O texto em repúdio a nomeação, que será apresentada a bancada de deputados federais de Pernambuco, destaca que Feliciano já realizou declarações públicas mostrando o seu preconceito com gays e negros ferindo os direitos humanos em vários âmbitos. Segundo a vereadora, lhe falta imparcialidade e respeito ao fato de participarmos de um estado laico.



“Ele foi racista ao afirmar que africanos descendem de ancestrais amaldiçoados por Noé, Foi homofóbico ao criticar a luta pela união civil entre homossexuais ao declarar que depois da união civil, virá a adoção de crianças por parceiros gays, a extinção das palavras pai e mãe e destruição da família. Além de dizer que a a AIDS é o câncer gay.”



Aline Mariano também comentou que o pastor e deputado Marcos Feliciano reponde a dois processos no Supremo Tribunal Federal, um inquérito que o acusa de crimes de homofobia e uma ação penal no qual é apontado por estelionato. O pronunciamento da vereadora causou polêmica entre seus colegas, principalmente os que compõem a bancada evangélica.



Michele Collins (PP) que assumiu a vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, declarou que não havia sido consultada e que o abaixo-assinado não era uma decisão da comissão. Ela se colocou contra o manifesto e desautorizou a presidente da Comissão de falar em seu nome.  Ao todo a comissão da Casa José Marino conta com cinco membros e somente Michele Collins não assinou o documento. 



Outro vereador que se pronunciou em defesa de Feliciano foi André Ferreira (PSDB). “Há 15 anos que a comissão no congresso era comandada pelo PT e PCdoB, mas esses partidos abriram mão da presidência para um partido da base aliada (PSC)”, defendeu. Sobre as declarações homofóbicas e preconceituosa do pastor deputado, ele comentou: “Quando ele se referiu ao africanos, falava de uma questão teológica e ser contra a união civil entre pessoas do mesmo sexo não tornam ele uma pessoas homofóbica. Ele é filho de negros e faz chapinha.”

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