A democracia não está ameaçada, aponta IPMN
A maioria dos entrevistados é a favor da continuação do regime democrático
![Os protestos recentes mostram a variedade das demandas da população Fernando da Hora/LeiaJáImagens/Arquivo](/sites/default/files/styles/400x300/public/field/image/politica/2013/07/protesto%20fern%20da%20hora.jpg?itok=Qv32-Ju3)
As manifestações que tomam as ruas do País em virtude da discordância do povo brasileiro com a situação política são apoiadas pela maioria da população. Os representantes de vários grupos da sociedade enxergam os recentes protestos como uma atividade democrática legal contra um conjunto de injustiças sociais. É um movimento de várias faces que pretende lutar a favor dos interesses sociais dos brasileiros.
Para ouvir a população recifense sobre a avaliação que fazem das manifestações de rua, o Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), foi às ruas e questionou se os entrevistados sabiam entrevistados foram informados das manifestações em várias cidades do País, 89,8% assinalaram que sim. Quando instados se as manifestações ameaçam a democracia?63,5% deles disseram que o movimento não representa ameaça ao sistema democrático brasileiro.
Segundo a mestre em ciência política Juliana Vitorino, os protestos recentes mostram a variedade das demandas da população. “Esse movimento é fruto do espaço democrático que existe. Dentro de uma democracia, nem sempre as vozes coincidem, e os protestos mostram bem isso. É a diversidade de demandas do povo brasileiro. A diversidade de lados a sair às ruas. Nesse sentido, entendo que o povo na rua fortalece o ideal democrático”, analisou a estudiosa.
O sistema democrático é apoiado pela maioria desses mesmos entrevistados. Destes, 90,2 % estão a favor da democracia, enquanto 7,2% esperam uma mudança radical no modelo de administração defendendo um regime ditatorial. “É difícil apontar uma única resposta a isso (sobre a minoria que apoia a volta do regime militar). Alguns viveram o período ditatorial brasileiro (o mais recente, 64-85) em setores que não atraiam a truculência do Estado e tinham a ideia virtual de que o Brasil caminhava em ordem. O milagre econômico brasileiro, por exemplo, serviu para angariar apoio desses setores da sociedade brasileira. Como dizer a essas pessoas que o regime era autoritário?”, argumenta Vitorino.
“De outro lado há os que ficaram do lado do regime e que ainda sonham com a recuperação daquele sistema. E, por fim, há, sim, entre os brasileiros os simpáticos à direita. Ou seja, o pensamento conservador, para além de um regime ditatorial, sempre existiu no Brasil. Agora ele aparece com mais ênfase justamente porque a democracia, quando abre espaço para o povo, abre espaço para todas as vozes”, completou.