Pesquisa: manifestantes repudiam políticos

Segundo o IPMN, a grande maioria das pessoas que participam dos protestos não acreditam na classe política

qui, 04/07/2013 - 00:21
Reprodução/Facebook Para o cientista político, Michel Zaidan o atual sistema político é inoperante Reprodução/Facebook

O ceticismo com a representação política ficou evidente com os protestos que ocorrem no País. Os diversos grupos que participam das manifestações repudiam qualquer ação de partidos nas passeatas. Bandeiras, camisas, adesivos, todos esses adereços são repelidos pelos manifestantes. Podem ser de extrema direita, extrema esquerda, centralista, não importa a posição partidária, as legendas e os líderes políticos parecem perder cada vez mais espaço na sociedade.

Para o professor e cientista político Michel Zaidan, o sistema político está ultrapassado. “Precisa ser mudado. Esse sistema é inoperante.  Ele não representa. Tem baixa eficácia. Não é transparente, precisa ser mudado”, avaliou o acadêmico.

De acordo com o levantamento sobre as manifestações populares feito do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau, 89,8% dos entrevistados que afirmaram que foram informados das manifestações em várias cidades do País, 94,9 % disseram que as classes políticas merecem ser criticadas.

“A população não se sente representada por esses políticos. Eles (os manifestantes) estão certos. Esses partidos estão muito ruins. Não prestam. Não valem nada. Algumas são legendas de aluguel”, criticou Zaidan.  “Muitos deles (políticos) estão tentando fazer com que ninguém note eles. Eles estão querendo sair de fininho. Porque eles poderiam estar no alvo. Porque tem muita coisa errada”, completou.

Na opinião do especialista, a classe política está totalmente surpresa com as manifestações e não sabem que medida certa tomar. Para Zaidan, é preciso de uma reforma política profunda.  “Tem que refundar o sistema partidário brasileiro. Tem que procurar outras regras inclusive. Não é uma coisa aqui e ali. É o todo. É uma reforma ampla para ver se a sociedade se sente representada. Se não vai continuar essa distância. A presidente (Dilma Rousseff – PT) precisa analisar isso. Ou ela muda as prioridades ou vai ter muitos problemas pela frente”, analisou.

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