Manifestações podem diminuir favoritismo de Dilma em 2014

Para especialista a situação da presidente dependerá do atendimento das demandas

por Élida Maria dom, 04/08/2013 - 14:34
Marcelo Camargo/ABr Para economista manifestações podem trazer novos embaraços ao governo federal Marcelo Camargo/ABr

Ainda é cedo para desenhar uma real queda do favoritismo da presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições 2014, em virtude dos protestos em todo o Brasil. Especialista acredita que em um ano e meio muitas coisas podem mudar no cenário político, porém, se as demandas apresentadas pela população não forem atendidas haverá possibilidade da popularidade da petista continuar em declínio.

De acordo com o economista e especialista em política, Maurício Romão, em todas as últimas pesquisas realizadas houve uma queda bastante acentuada da popularidade de Dilma em meio à administração e gestão. “Há alguns dados que demonstram nas pesquisas que há uma certa instabilidade nesse índice de retrocesso. Isso é um fato que deriva desta conjuntura gerada na maior parte nas manifestações de junho, que ainda permanecem”, avalia.

Apesar de analisar a diminuição dos índices da presidente, Romão acha cedo para definir a influência desse processo nas eleições em 2014. “Daí para a gente extrapolar para as eleições em 2014 já é um salto bastante grande, porque ainda se tem um ano e meio de tempo das eleições e como em política se conhece bem, é algo muito dinâmico, até porque em maio, a presidência tinha índices estratosféricos de aprovação. Ainda é cedo para uma decisão fundamentada”, argumentou.

Mesmo sendo cauteloso sobre o assunto, Romão acredita que se as solicitações apresentadas pelos brasileiros não forem atendidas, o governo federal poderá ter problemas. “Há uma possibilidade concreta que esse movimento continue e traga novos embaraços emparelhando o poder federal e trazendo dificuldades nacionais caso as demandas não sejam atendidas”, frisou.

Para o economista, existem várias pautas exigidas pela população que devem ser respondidas. “Há uma demanda específica contrariamente ao que se falava. É uma demanda por situações concretas como segurança, saúde, educação, transporte, mobilidade. Esses quesitos aparecem disparadamente formulados pelos manifestantes no mês de junho. Existe uma demanda que precisa ser trabalhada, analisada e respondida”, analisou.

Outro aspecto observado se refere à forma como a presidente absorveu as reivindicações da população com um olhar voltado para a reforma política e nem tanto para os problemas expostos. “O governo a meu ver, se atrapalhou em interpretar que esse movimento tinha sido um movimento contrário a política, mas foram e tem uma versão notória. Quando se fala em reforma política é do comportamento político, do sistema político e isso envolve cultura, mais transparência, zerar a corrupção, mas ética na política. Mas essa é uma demanda que permeia as demandas concretas e ai o governo responde com uma resposta de modelo de voto (...). Enquanto se continuar a dificuldade de entender essas demandas a popularidade vai ceder”, pontuou.

Ainda de acordo com Mauricio Romão a situação que permeia a queda ou ascensão de Dilma dependerá de como o governo se manifestará e se pronunciará em relação aos pedidos dos populares em todo o Brasil.

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