Presidente da Câmara não vai mais tolerar ocupação na Casa
Vicente André Gomes não descartou o uso da polícia para dispersar outra possível manifestação
Presidente da Câmara dos vereadores, Vicente André Gomes (PSB) não vai tolerar mais uma ocupação à Casa Legislativa. O socialista criticou a ação dos estudantes dentro da Casa de José Mariano e espera que os jovens não repitam o ato da última sexta-feira (9) quando acamparam no local reivindicando uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do transporte público e um Projeto de Lei para a criação do Passe Livre.
“Se ocuparem de novo a Casa vou ter que dialogar para desocupar e se não for infelizmente vou ter que usar a solicitação da guarda para desocupar o local. Na condição de presidente eu tenho que preservar o patrimônio da Casa. (...) Isso é uma Casa democrática que exige democracia. Sou radical com a democracia, não posso aceitar a violência parta de onde partir. Não aceito vereador agredir ninguém, não aceito a polícia agredir ninguém, mas também não posso permitir danos ao patrimônio público dessa Casa”, afirmou o parlamentar, em conversa com a imprensa depois da sessão pública da Câmara na tarde desta segunda-feira (12).
De acordo com o vereador, a Casa está aberta para o diálogo, mas acredita que não compete a Câmara discutir a questão do transporte público estadual. “Entendemos que não é a Câmara Municipal do Recife que deve ser o celeiro dessa discussão de assuntos dessa ordem que são metropolitanos. A passagem é metropolitana. Não cabe a gente discutir matéria que não é da nossa competência”, explicou.
Segundo o socialista, a CPI só pode ser definida se tiver assinaturas suficientes entre os parlamentares da Casa. “Não posso permitir uma matéria sem estar na pauta. Ela deve ser discutida entre todas as lideranças”, disse o vereador.
“Se eu pudesse eu dava passe livre para todo mundo. Até na minha casa a empregada pediu para votar a favor do passe livre para a filha dela usufruir. Há um sentimento da sociedade para discutir a matéria, e o passe livre não é um caso específico, é nacional, mas é preciso saber quem pode legislar e quem não pode legislar”, completou.