“Eduardo Campos não vai ter refresco”, diz Pomar
Para o petista, o PSB quer derrotar o PT
Em passagem por Recife para participar de um debate nesta quarta-feira (23), o candidato ao Processo de Eleição Direta (PED) do PT a nível nacional, Valter Pomar, concedeu entrevista ao portal LeiaJá e avaliou o cenário Eduardo Campos (PSB) e Marina (PSB). Entre as análises, o petista afirmou já esperar a reação dos socialistas diante do cenário eleitoral de 2014, fez críticas ao governador e mandou um recado: “Não vai ter refresco”, caso a disputa presidencial siga para o segundo turno.
Para Pomar, desde o término das eleições presidências de 2010 a Articulação Esquerda (AE) do PT, a qual faz parte, já previa que dentro da própria base do governo surgiria um setor de oposição no Brasil. “A gente já dizia que se equivocam aqueles que acham que a oposição no Brasil foi liquidada pelo fato de termos eleito pela terceira vez, o presidente da República. O que vai acontecer entre outras coisas, é que o enfraquecimento relativo do PSDB vai estimular um setor da base do governo a se jogar contra o PT”, esperavam a tendência da AE, antecipou.
Neste cenário, o candidato à presidência nacional do PT alegou já cogitar a possibilidade da conjuntura política atual, que inclusive, se resume para ele com o desejo de Campos em acabar com o PT. “A gente estava trabalhando desde 2010 com a certeza que setores da base do governo iam se distanciar do governo e iam se transformar em vanguarda da oposição contra nós, e um dos que fez isso é Eduardo Campos. O PSB hoje se movimenta neste sentido, não apenas o com um objetivo de disputar com o PT, mas sim, se movimenta com o objetivo de derrotar o PT tendo como uma dessas derrotas ganhar contras nós as eleições de 2014 e 2018”, avalia.
Valter Pomar também criticou a postural atual de Eduardo Campos e de Marina Silva. Para ele, os discursos dos dois políticos são cópias do diálogo do PSDB. “Se, por exemplo, você ler ou ouvir as declarações do Eduardo Campos ou da Marina, eles estão na verdade copiando, reproduzindo o discurso do tucanato”, disparou o petista.
Questionado sobre a postura do PT em relação aos passos do PSB, e principalmente, considerando um ar mais folgado visando uma possível composição de chapa para o segundo turno, ele respondeu mandando um recado para o governador: “Eduardo Campos não vai ter refresco. O adversário perigoso para nós é ele”, cravou Pomar. "O eleitorado que o acompanha tende a se dividir no segundo turno, qualquer que seja a orientação que ele dê. Este mesmo eleitorado, pelo menos uma grande medida dele, é por obra e graça de Dilma e Lula", completou.
*Com colaboração de Alex Ribeiro