Ala do PT define teses para defender candidatura própria
A decisão final do partido vai ser definida neste fim de semana
A Democracia Socialista, tendência do PT que defende uma candidatura própria da legenda para as eleições estaduais deste ano, definiu seis teses que vão ser apresentadas durante o Encontro de Tática Eleitoral, marcado para este fim de semana, onde o partido vai decidir o caminho que seguirá para o pleito. O movimento é encabeçado pelo ex-secretário de Habitação do Recife, Eduardo Granja, e pelo presidente do PT municipal, Oscar Barreto.
Caso o PT opte por uma aliança, a medida se dará com o PTB, que disputará o Governo de Pernambuco com a candidatura do senador Armando Monteiro. A opção por Armando, segundo o grupo contraria as bandeiras de defesa petista.
"Não podemos nos iludir de que o Senador Armando Monteiro, que expressa uma candidatura com trajetória contrária às bandeiras dos trabalhadores seja o palanque que defenderá a reeleição da Presidenta Dilma em Pernambuco", diz uma das justificativas. Além desta está a defesa pela reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e a integração da militância e de movimentos sociais ligados ao PT.
Veja as teses na íntegra:
RECONSTRUIR O PARTIDO PELA CANDIDATURA PRÓPRIA DO PT EM PERNAMBUCO
1. O Partido dos Trabalhadores inicia 2014 com um objetivo principal: a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, para consolidar e fazer avançar o projeto de transformações econômicas, sociais, políticas e culturais, inaugurado com a vitória do presidente Lula em 2002. Nossa disposição desde já manifestada entusiasticamente em cada canto de Pernambuco pela militância é de iniciar 2015 num novo Governo Estadual que, em conjunto com a companheira Dilma, possa realizar um quarto mandato do PT com novas e maiores conquistas para o povo brasileiro e pernambucano.
2. Para tanto, é necessário, agora e durante a campanha, estreitar os vínculos com o movimento sindical e popular; bem como apresentar um programa capaz de corresponder às aspirações, reivindicações, sonhos e expectativas de mudanças da população. Uma maioria de deputados estaduais, a eleição de um novo Governo Estadual comprometidos com nosso projeto e, principalmente, a construção de uma ampla base de apoio na sociedade são condições para promover reformas estruturais necessárias, como é o caso da reforma política, da democratização dos meios de comunicação, da reforma urbana, da reforma agrária, da reforma tributária – todas elas necessárias para aprofundar a democracia e reduzir a desigualdade social no País e no Estado. O que significa não apenas escolher nossa candidatura ao Governo Estadual, aliados e organizar palanques, mas, sobretudo enfrentar o debate de idéias na sociedade.
3. É importante defender nossas realizações na Presidência da República e comparar o Brasil de hoje com o Brasil que precedeu o governo Lula. Mais que nunca, temos de apresentar propostas, projetos e compromissos com o futuro. Na conjuntura atual, é preciso vencer a batalha de visão sobre os rumos da economia que, na verdade, expressa uma batalha de interesses. Aqueles que antes ganhavam com a especulação, com o arrocho salarial, com o desemprego, com a privatização do Estado, atacam o núcleo de nossa política, que visa a distribuir renda, gerar empregos para promover justiça social e sustentar o crescimento do País. Nesse sentido, a militância deve participar ativamente das lutas sociais por reformas estruturais e ampliação dos direitos dos trabalhadores no próximo período, a exemplo do plebiscito popular pela Constituinte Exclusiva para a reforma política e da redução da jornada de trabalho sem redução de salários.
4. Diante de tudo isso, não podemos nos iludir de que o Senador Armando Monteiro, que expressa uma candidatura com trajetória contrária às bandeiras dos trabalhadores (inclusive recebendo nota 10 da principal revista opositora aos Governos Lula e Dilma, a Revista Veja, e vinculado a nível nacional ao um partido, comandado por Roberto Jefferson, um dos principais adversários do PT), seja o palanque que defenderá a reeleição da Presidenta Dilma em Pernambuco.
5. Apenas uma candidatura própria do Partido dos Trabalhadores ao Governo de Pernambuco tem condições de defender a reeleição da Presidente Dilma e a participação da maioria do povo de Pernambuco nos destinos do Governo Estadual, implantando um planejamento participativo e territorial, onde a maioria da população possa decidir e fiscalizar os principais investimentos públicos que repercutem na nossa sociedade, economia e política.
6. Por tudo isso, é o PT quem possui legitimidade histórica para melhor colocar-se para a sociedade pernambucana enquanto força transformadora e aliada dos interesses e projetos populares, pelo que vem realizando no País. Assim, convocamos todas as Delegadas e todos os Delegados para aprovar a CANDIDATURA PRÓPRIA DO PT AO GOVERNO DE PERNAMBUCO.
Representantes:
OSCAR PAES BARRETO
PRAZERES BARBOSA
CIRILO MOTA
MARINEIDE CORREIA