Gabrielli reitera legalidade na compra de Pasadena
Ex-presidente da Petrobras está no Congresso pela quarta vez para falar sobre o assunto. Desta vez, ele presta esclarecimentos à CPI mista
Pela quarta vez no Congresso Nacional, o ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, reafirmou que a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, era um bom negócio, considerando as condições de mercado na época da aquisição, e que o valor pago foi “barato”, apesar de ser bem maior que o que está sendo considerado pelos parlamentares.
Logo no início do depoimento na CPMI da Petrobras, nesta quarta-feira (25), Gabrielli negou que o custo da compra pago pela empresa belga Astra Oil, em 2004, para Crown tenha sido de US$ 42 milhões. “Essa é uma informação equivocada, falseadora e que não considera a realidade do mercado”, frisou. Segundo ele, os custos da aquisição chegaram a US$ 360 milhões de dólares, ao serem considerados os valores com aquisição de estoques e de investimentos feitos pela Astra.
O executivo também explicou que o valor total da compra chegou a US$ 1,25 bilhão ao ser considerada também a aquisição da comercializadora de derivados de petróleo e custos judiciais. “Compramos uma refinaria com capacidade de refino barata. O preço pela capacidade foi de 5.540 dólares para capacidade de refino, pouco mais da metade do preço das refinarias compradas nos EUA”, explicou.
Mais uma vez, ele defendeu a compra da refinaria, reforçando a versão da atual presidente da estatal, Graça Foster. “Eu digo a mesma coisa. Foi um bom negócio na época e hoje em dia não é. Essa diferença é uma boa retórica política, mas não na realidade”, destacou. O ex-presidente da Petrobras negou qualquer ilegalidade por não haver as cláusulas Marlin (de rentabilidade) e Put-Option (de saída de uma das sócias em casos de desacordo) no resumo executivo entregue ao Conselho de Administração, na época presidido pela presidente Dilma Rousseff. “Não tem discussão sobre irregularidade ou ilegalidade”, salientou.