Dilma diz que as notícias não vão para baixo do tapete

"A luz do sol ilumina, deixa claro e evidencia a existência dos malfeitos e dos atos de corrupção", disse a presidente

qua, 18/03/2015 - 15:52

Ao lançar um pacote anticorrupção que será encaminhado ao Congresso, a presidente Dilma Rousseff afirmou na tarde desta quarta-feira (18) que as notícias de práticas de malfeitos aumentam justamente porque os casos "não mais são varridos para baixo do tapete".

"A luz do sol ilumina, deixa claro e evidencia a existência dos malfeitos e dos atos de corrupção. E é o que acontece com todos os países que reforçam instituições para combater (a corrupção)", disse. A petista afirmou que seu governo está implementando mecanismos de combate, prevenção e de controle de desvios "sistematicamente".

Dentre as medidas propostas por Dilma hoje, há um projeto que criminaliza a prática do caixa 2 eleitoral. Também consta do rol de proposições a criminalização do enriquecimento ilícito, além da elaboração de projeto de lei de ficha limpa válido para os cargos de confiança no âmbito do Poder Executivo.

Na cerimônia realizada no Palácio do Planalto, organizada para que a presidente tente emplacar uma agenda positiva diante das acusações de corrupção na Petrobras, crise econômica e manifestações de rua contra seu governo, ela defendeu que a corrupção é antiga.

"Tenho certeza de que todos os brasileiros de bem, de boa-fé - mesmo aqueles que não votaram em mim - sabem que corrupção no Brasil não foi inventada recentemente", argumentou. "(Eles) sabem que o que diferencia um país de outro e um governo de outro é o fato de que alguns países e governos criam condições para que (a corrupção) seja prevenida, investigada e punida. Outros não fazem isso, alguns silenciam. Mas nós agimos e o Brasil de hoje combate corrupção".

Ao bater na tecla de que os governos petistas deram autonomia para que os órgãos de controle realizem apurações, Dilma lembrou que durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Controladoria-Geral da União (CGU) ganhou status de ministério.

Dilma alegou a corrupção "ofende e humilha os trabalhadores" e "diminui a importância do trabalho honesto". "Ela dá um exemplo falso de facilidade; a corrupção prejudica empresários, o povo trabalhador e atinge e ofende os homens e mulheres de bem", concluiu.

Mecanismos

A presidente destacou que é preciso "investigar e punir corruptos e corruptores, de forma rápida e efetiva". Ela também classificou como "imprescindível" o aperfeiçoamento contínuo dos mecanismos de controle e de repressão".

Dilma disse também que é preciso construir todos os mecanismos para prevenir os desvios e criar um "pacto nacional com todos setores e esferas de governo. "Esse pacto precisa desaguar numa reforma política", justificou. Para ela, para enfrentar o tema é preciso "democratizar o poder". "A guerra contra a corrupção deve ser simultaneamente uma tarefa de todas as instituições", disse Dilma.

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