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O ministro da Justiça, Sérgio Moro, esteve na manhã desta quarta-feira, 24, na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Moro foi tratar sobre seu pacote anticorrupção que está tramitando na Casa. A visita durou menos de meia hora. Moro deixou a residência sem conversar com a imprensa.

Maia recebe nesta manhã uma série de lideranças e deputados para tratar, principalmente, sobre as próximas fases da reforma da Previdência. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, também esteve na residência mais cedo.

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A Fundação Getulio Vargas e a Transparência Internacional planejam um amplo pacote anticorrupção que poderá incluir, entre outras medidas, a responsabilização dos partidos, novas regras para o fundo eleitoral e uma alternativa à lei de abuso de autoridade.

Ao todo, 351 entidades civis e organizações foram convidadas a elaborar propostas que visam influenciar as eleições em 2018. A iniciativa foi anunciada na terça-feira passada pelo procurador da República, Deltan Dellagnol, como um pacote de "100 medidas contra a corrupção".

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Segundo o coordenador do projeto, Michael Mohallem, da FGV Direito, as propostas estão em fase de discussão e serão mais amplas que as "10 Medidas Contra a Corrupção" redigidas pelo Ministério Público Federal. "Nós vamos tentar entrar na questão da responsabilização dos partidos que enfrentam problemas com suas figuras, vamos tentar criar regras para o Fundo Partidário e eleitoral e discutir a regulamentação do lobby."

Alternativa

Um dos temas em debate é uma alternativa ao projeto de lei sobre abuso de autoridade que voltou a tramitar na Câmara dos Deputados (mais informações nesta página). A proposta é da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), uma das entidades convidadas a participar da elaboração do pacote. Segundo o presidente da instituição, Roberto Veloso, a medida quer retirar trechos polêmicos que estão presentes no texto do Congresso.

"A base da nossa proposta é a retirada dos crimes de hermenêutica (interpretação distorcida das leis) e a retirada do cerceamento da condução coercitiva e da prisão preventiva", disse Veloso. Outro ponto incluído na proposta é o fim da prerrogativa que garante a inviolabilidade dos escritórios de advocacia. A garantia está prevista no Estatuto da OAB. "Tornar esses ambientes imunes às investigações criminais pode ser um caminho para a impunidade."

Segundo Veloso, a proposta da Ajufe será enviada para inclusão no pacote anticorrupção até o fim de novembro junto com outro projeto sobre accontability e compliance. Este texto ainda está em fase de elaboração e trará novas regras de transparência para os órgãos públicos.

Ao contrário das medidas do Ministério Público Federal, que tramitaram no Congresso e acabaram desfiguradas, o novo pacote anticorrupção não será encaminhado imediatamente ao Parlamento. A intenção é evitar interferências da atual legislatura.

"Nós já tivemos experiências que mostraram que este Congresso não tem interesse legítimo de fazer este debate agora", disse Mohallem. "Se o Congresso quiser fazer, vamos apoiar, mas o retrospecto recente mostra que não é o caso."

Projeto de lei

As medidas anticorrupção serão divulgadas no início do próximo ano, em fevereiro de 2018. O texto final será redigido em formato de projeto de lei para incentivar candidatos a inseri-lo em suas plataformas de campanha. A meta é firmar acordos com os postulantes para garantir que, se eleitos, as medidas sejam levadas ao Congresso em 2019.

De acordo com o coordenador de projetos da Transparência Internacional, Fabiano Angélico, a organização fará um acompanhamento do candidato durante a campanha e no mandato, se for eleito. Ele não detalhou, porém, como será feita essa supervisão nem como garantir a discussão das medidas no plenário.

Também será instituída uma cláusula de barreira para filtrar os interessados no projeto. "Candidatos que queiram aderir a essa plataforma precisam assumir compromissos de defesa de direitos fundamentais, portanto aqueles que atacam os direitos humanos não serão bem-vindos", afirmou Angélico.

Apesar de o projeto ter sido anunciado pelo procurador Deltan Dellagnol como "100 Medidas Contra a Corrupção", o número de propostas que estarão no texto final ainda é incerto.

As medidas serão avaliadas por um grupo de especialistas da FGV, que ficarão responsáveis pela elaboração de um texto inicial segundo critérios de eficácia, viabilidade econômica e adequação às normas constitucionais. Em seguida, as propostas serão reavaliadas por consultores, que farão as modificações necessárias. Somente após a dupla revisão o texto final será elaborado em formato de projeto de lei.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira, 16, que vai esperar o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) se manifestar sobre a tramitação do pacote anticorrupção aprovado pelos deputados em novembro do ano passado.

Nesta quinta, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), devolveu a proposta para a Câmara e Maia disse não saber o que fazer com o projeto. "O problema é que ficou muito confuso agora. Como eu faço agora? Eu devolvo para os autores?", questionou o deputado.

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A devolução tem como base a liminar do ministro do STF Luiz Fux que determinou, no último dia 14 de dezembro, o retorno do projeto à Câmara para que a proposta fosse analisada novamente pelos deputados a partir da "estaca zero". Apesar de evitar críticas diretas ao ministro e de ressaltar que respeitará a decisão judicial, Maia afirmou que a liminar não poderia ter avançado em prerrogativa do Parlamento e que agora a Câmara fica sem saber de onde retomar as discussões sobre o projeto. "A melhor solução que é o plenário (do STF) decida", afirmou.

Tramitação diferente

Na decisão, o ministro argumentou que projetos de lei de iniciativa popular merecem tramitação diferente. De acordo com o ministro, a Câmara não seguiu os preceitos legislativos adequados para o projeto e houve, em sua avaliação, frustração da intenção da sociedade.

Para o presidente da Câmara, um projeto de iniciativa popular não tem a mesma tramitação, por exemplo, de uma medida provisória, e que não há impeditivos para a apresentação de emendas de parlamentares.

Maia afirmou que, em princípio, devolveria as assinaturas da proposta de iniciativa popular aos autores, uma vez que o rito como um todo está sendo questionado. Ele ponderou que a decisão de Fux gera incertezas sobre a tramitação de projetos dessa natureza e que a Câmara não tem condições de validar as assinaturas populares, como hoje é executado pelo Tribunal Superior Eleitoral na criação de partidos. O deputado lembrou que outros projetos, como a Lei da Ficha Limpa, tiveram tramitação parecida com o pacote anticorrupção e que todos os projetos de iniciativa popular seguem a mesma regra.

"Vão cair todas as leis aprovadas de iniciativa popular?", emendou.

Para Maia, invalidar a votação na Câmara não foi o melhor caminho.

"O presidente do Senado devolveu e agora estamos com um problema. Eu não sei como proceder", reclamou.

Terceirização

Maia disse nesta quinta que vai votar o projeto do Senado sobre a terceirização e que a Câmara já cumpriu seu papel sobre o tema. "O Senado precisa legislar sobre um tema que já legislamos. Se eles quiserem mudar o texto, modifiquem e devolvam", afirmou. O deputado afirmou que o texto precisa ser melhorado. O presidente do Senado contou que pediu a Maia que priorizasse o projeto que prevê a "terceirização irrestrita" do trabalho.

Juízes e servidores da Justiça Federal de Pernambuco (JFPE) anunciaram a realização de um ato de repúdio contra o pacote anticorrupção. A manifestação acontecerá na próxima terça-feira (6), às 14h30, no térreo da sede do órgão, localizado na Avenida Recife, no bairro do Jiquiá, Zona Oeste da cidade. 

De acordo com o JFPE, este será um ato contra o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados na madrugada do dia 30 de novembro. O órgão aponta que este é o projeto denominado dez medidas contra a corrupção, no entanto, “severamente modificado pelos parlamentares”. 

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Os trabalhadores afirmam que a pauta da manifestação questiona os dispositivos aprovados no projeto, afinal, o documento que tratava as dez medidas, tinha como redação original tinha como colaboradores dois milhões de brasileiros. 

Além disso, outro ponto levantado é para o Projeto de Lei do Senado nº 280, de 2016 que define os crimes de abuso de autoridade. O órgão aponta que isto é uma tentativa de intimação dos magistrados e do Ministério Público. O JFPE ainda sugere o ato como tentativa de retaliação aos avanços da operação Lava Jato.

 

Em uma votação que varou a madrugada desta quarta-feira (30) o plenário da Câmara aprovou uma série de mudanças no pacote de medidas contra corrupção proposto pelo Ministério Público Federal. Para o relator do projeto, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), o pacote foi completamente desconfigurado.

Apesar de terem desistido de incluir no pacote a anistia à prática do caixa 2, os deputados incluíram medidas polêmicas e retiraram do textos propostas consideradas essenciais do projeto. O texto seguirá agora para a apreciação do Senado.

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"O objetivo inicial do pacote era combater a impunidade, mas isso não vai acontecer porque as principais ferramentas foram afastadas. O combate à corrupção vai ficar fragilizado e, com um agravante, que foi a essa intimidação dos investigadores", disse o relator.

Ao final da votação, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu o resultado e disse que se tratou de uma decisão "democrática do plenário". "Mesmo que não tenha sido o que alguns esperavam, isso foi o que a maioria decidiu", disse.

Desde que o projeto foi votado na comissão especial na semana passada, líderes partidários não esconderam o descontentamento com o relatório elaborado por Lorenzoni. Segundo os parlamentares, o projeto contemplava apenas os interesses do Ministério Público.

Na madrugada desta quarta, o chamado texto-base do projeto foi aprovado praticamente por unanimidade, mas depois disso diversas modificações no projeto foram aprovadas. A primeira delas foi a inclusão no pacote da previsão de punir por crime de abuso de autoridade magistrados, procuradores e promotores. A emenda, que obteve o apoio de 313 deputados, foi vista como uma retaliação por membros da força-tarefa da Operação Lava Jato. Muitos dos que votaram a favor da medida são investigados por conta do esquema de corrupção da Petrobras.

Os deputados também incluíram a possibilidade de punir policiais, magistrados e integrantes do MP de todas as instâncias que violarem o direito ou prerrogativas de advogados. A emenda foi patrocinada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Entre as medidas que foram retiradas do texto está a criação da figura do "reportante do bem", que era uma espécie de delator que não havia participado do esquema de corrupção, mas que contaria tudo o que sabia e seria premiado com até 20% dos valores que fossem recuperados.

Os deputados também retiraram do pacote a previsão de dar mais poder ao Ministério Público em acordos de leniência com pessoas físicas e jurídicas em atos de corrupção.

A Câmara derrubou ainda a responsabilização dos partidos políticos e dirigentes partidário por atos cometidos por políticos filiados às siglas. Outra medida suprimida foi a tipificação do crime de enriquecimento ilícito e das regras que facilitavam o confisco de bens provenientes de corrupção.

Do texto original enviado pelo Ministério Público Federal, foram mantidos no pacote apenas a criminalização do caixa 2 de campanha eleitoral, o aumento de punição para crime de corrupção (com crime hediondo a partir de 10 mil salários mínimos), a transparência para tribunais na divulgação de dados processuais, limitação de recursos para protelação de processos e ação popular, este último incluído pelo relator no pacote.

O juiz Sérgio Moro, responsável pelos inquéritos da Operação Lava Jato em primeira instância, afirmou, nesta quinta-feira (24), que a aprovação da anistia de crimes de doações eleitorais não-registradas, ou seja, da prática do caixa dois, é um risco a "integridade e credibilidade do Estado de Direito e da democracia brasileira". 

"Toda anistia é questionável, pois estimula o desprezo à lei e gera desconfiança. Então, deve ser prévia e amplamente discutida com a população e deve ser objeto de intensa deliberação parlamentar”, pontuou o magistrado, em nota. 

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No texto, Moro avalia o projeto que estabelece um pacote de medidas anticorrupção em análise na Câmara dos Deputados, entre elas a que tipifica o caixa dois como crime hediondo. O texto tramita em caráter de urgência e durante a madrugada circulou nos corredores da Câmara uma emenda, sem assinatura, que deixava claro que infrações desse tipo cometidas antes da edição da lei não poderiam ser punidas.

“Preocupa, em especial, a possibilidade de que, a pretexto de anistiar doações eleitorais não registradas, sejam igualmente beneficiadas condutas de corrupção e lavagem de dinheiro praticadas na forma de doações eleitorais registradas ou não”, ponderou no documento. Moro disse ainda "ter a esperança" de que os deputados não aprovem a medida.

No dia em que o Plenário da Câmara dos Deputados tenta votar o Projeto de Lei 4850/2016, que estabelece medidas contra a corrupção, um dos pontos mais polêmicos do texto, a tipificação do crime de caixa dois em campanhas eleitorais, é o assunto mais comentado no Twitter em todo o país. A hashtag #AnistiaCaixa2NAO está no topo das publicações e o debate na rede social tem a ver com a possibilidade de a nova legislação não acarretar punições para quem cometeu a irregularidades antes da aprovação da lei.   

Além de políticos, como o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) que considera “usar o debate de combate à corrupção para promover a Anistia ao Caixa 2 é um espetáculo político pornográfico, inaceitável”, populares também expressam contrários a possibilidade. 

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"#AnistiaCaixa2NAO  Seja esquerda ou direita, não importa, queremos polícia federal para todos os criminosos de Brasília! Tolerância zero!", pondera César Passos. "Vamos marcar panelaço vamos às ruas não podemos assistir isso tudo de braços cruzados. Acorda Brasil! #AnistiaCaixa2NAO", convoca Neython.

Atualmente, apesar de ser considerada uma prática ilegal, o crime de caixa dois não está claramente previsto na legislação e as punições são feitas com base no artigo do Código Eleitoral que pune diversos tipos de omissão em documentos, já que o caixa dois é o recebimento e utilização de dinheiro não oficial durante campanhas eleitorais. 

A matéria é oriunda do texto encabeçado pelo Ministério Público Federal (MPF) que elenca 10 itens anticorrupção. O projeto tramita em caráter de urgência na Casa. 

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, no início da tarde desta quinta-feira (24), a urgência para o projeto que estabelece medidas contra a corrupção (PL 4850/16) no país. Foram 312 votos a favor, 65 contra e 2 abstenções. O projeto original, de autoria do Ministério Público, que continha 10 medidas contra a corrupção, foi aprovado em comissão especial na madrugada de hoje, na forma de um substitutivo do relator, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). 

O substitutivo de Lorenzoni, por exemplo, inclui no Código Penal o crime de caixa dois eleitoral; torna hediondo o crime de corrupção com valores superiores a 10 mil salários mínimos; prevê o escalonamento de penas de acordo com os valores desviados; cria a possibilidade de pessoas denunciarem crimes e serem recompensadas por isso; entre outras medidas, como a criminalização do enriquecimento ilícito de funcionários públicos.

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Entre os pontos polêmicos estão a anistia para o crime de caixa dois eleitoral cometido até a transformação da proposta em lei e a possibilidade de promotores e juízes serem processados por crime de responsabilidade.

Após a aprovação da urgência, o PSOL apresentou um requerimento que pedia a votação nominal obrigatória da matéria. Mas o assunto foi rejeitado.

Mais de 130 deputados já registraram presença no plenário da Câmara dos Deputados, onde espera-se votar nesta quinta-feira (24), o projeto que estabelece medidas contra a corrupção (PL 4850/16) aprovado nesta madrugada pela comissão especial que analisou a matéria por quatro meses. A sessão foi marcada para as 9h [horário de Brasília] mas ainda não há sinais do início da apreciação da matéria e, no corredores da Câmara, seguem rumores sobre possíveis articulações para alterar pontos do texto como o que trata da tipificação do crime de caixa dois.

O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer que o assunto seja encerrado hoje ou até, no máximo, a próxima terça-feira, mas garante que não é uma questão de pressa. “Este tema está sendo debatido há quatro meses na comissão especial. Se tivesse pressa, teríamos votado urgência antes de terminar na comissão. Nosso compromisso era a comissão votar e depois o plenário vota”, disse.

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Maia afirmou ainda que não vê brechas para uma anistia o caixa dois praticado antes da possível aprovação desta lei. O presidente da Câmara afirma que não há como anistiar práticas anteriores já que, sem a definição do que era caixa dois nas leis, os processos eram baseados em outras práticas irregulares como corrupção passiva. “Quem está sendo processado hoje não esta sendo processado por caixa dois. Você tem só um político condenado por caixa dois pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e um pelo TRE [Tribunal Regional Eleitoral] de São Paulo, que é o maior do Brasil. Não há crime tipificado, por isto está se querendo tipificar para que não se tenha esta brecha como tem hoje”, afirmou. "Não tem anistia para um crime que não existe", acrescentou.

Os argumentos usados por Maia são os mesmos apresentados pelo relator da proposta, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que incluiu em seu parecer a criminalização da prática. Passam a ser crime arrecadar, receber, manter, movimentar, gastar ou utilizar valores, bens ou serviços estimáveis em dinheiro, paralelamente à contabilidade exigida pela legislação eleitoral, com pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa.

No substitutivo, Lorenzoni manteve a previsão de multa de 5% a 30% do fundo eleitoral para o partido beneficiado por caixa dois – abaixo da multa de 10% a 40% proposta pelo Ministério Público – com o argumento de que a cobrança de valor mais alto poderia inviabilizar as agremiações.

O Plenário da Câmara dos Deputados pode votar, nesta quinta-feira (24), o Projeto de Lei 4850/2016, que estabelece medidas contra a corrupção. A comissão especial criada para analisar o texto aprovou, por 30 votos a zero, o substitutivo apresentado pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), relator da proposta no colegiado. 

A votação foi concluída na madrugada de hoje. A matéria é oriunda do texto encabeçado pelo Ministério Público Federal (MPF), que elenca 10 itens anticorrupção. 

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Após a aprovação do pacote de medidas na comissão especial, líderes de praticamente todos os partidos, com exceção da Rede e do PSOL, deram indícios de que iniciariam articulações para tentar derrubar o texto de Lorenzoni para aprovar um projeto substitutivo no plenário da Casa.

Entre outras medidas, o substitutivo aprovado pela comissão mantém como crime o caixa dois eleitoral, além de medida que não estava prevista no seu relatório anterior: a criminalização do eleitor que vender o voto.

O relator manteve ainda a transformação de corrupção que envolve valores superiores a 10 mil salários mínimos em crime hediondo; o escalonamento de penas de acordo com os valores desviados; a possibilidade de pessoas denunciarem crimes e serem recompensadas por isso; a criminalização do enriquecimento ilícito de funcionários públicos, além de tornar mais fácil o confisco de bens de criminosos.

Teste de integridade

Os deputados rejeitaram, porém, duas das medidas propostas pelo Ministério Público: a previsão de realização de testes de integridade para funcionários públicos e mudanças relativas à concessão de habeas corpus. As duas medidas foram retiradas do projeto por meio de destaques apresentados pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

“O teste de integridade terá repercussões penais. O servidor poderá ser exonerado a bem do serviço público. É um flagrante forjado”, disse Paulo Teixeira. Deputados favoráveis à medida criticaram a retirada. “Retirar esse trecho é um retrocesso”, criticou o deputado Fernando Francischini (SD-PR).

Outras medidas excluídas

Também ficou de fora do projeto, mas por iniciativa do relator, a possibilidade de juízes e promotores serem processados por crime de responsabilidade, o que contrariou muitos deputados da comissão, que cobravam a medida.

Para facilitar a aprovação do projeto, ele retirou ainda outras medidas, a pedido das bancadas dos partidos. Uma delas foi a previsão de cumprimento de pena logo depois da segunda condenação – como já definido pelo Supremo Tribunal Federal.

*Com informações da Agência Câmara

O relator da Comissão Especial da Câmara que analisa medidas de combate à corrupção, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), vai incluir em seu parecer uma proposta batizada de "informante do bem", que visa a proteger e incentivar quem denuncia casos de corrupção com uma recompensa financeira.

A iniciativa tem apoio da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla), coordenada pelo Ministério da Justiça, que apresentará um anteprojeto de lei sobre o tema, em setembro.

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Lorenzoni, autor de um projeto de lei em tramitação na Casa relativo ao tema, deve acatar a contribuição da Enccla no seu relatório. Para o parlamentar, qualquer pessoa que denunciar um ato de corrupção deve não apenas ser protegida legalmente – recebendo acompanhamento do Ministério Público e não podendo ser demitida, por exemplo –, mas ganhar uma premiação entre 1% e 5% do dinheiro recuperado. As porcentagens no texto original do relator, porém, chegariam a 10%.

Para o relator, a recompensa seria "um instrumento para os cidadãos participarem da luta". "O projeto de lei estabelece tanto o procedimento para a obtenção das compensações quanto a forma de seu custeio. Trata-se de medida que, além de não trazer qualquer ônus ao poder público, estimulará a restauração do patrimônio público lesado", diz o projeto de Lorenzoni.

'Intolerância'

"Isso traz para o serviço público uma certa intolerância aos atos de corrupção, abre espaço para que isso exista. Isso é, culturalmente, algo importante. Qualquer pessoa da sociedade ou um servidor público, ele tendo conhecimento de um ato de corrupção, ou tendo suspeita apenas, vai a uma autoridade, que pode ser o chefe imediato dele, no caso de uma repartição pública, o setor de corregedoria da unidade que ele atua, ou o próprio MP (Ministério Público) formaliza uma denúncia. A partir daí ele é protegido, ele é acompanhado pelo MP, se ele é servidor público ele não pode ser removido, é um arcabouço de proteção para ele", afirma Lorenzoni.

No conjunto de dez propostas contra a corrupção apresentado à Câmara pelo Ministério Público Federal, já existe um trecho sobre a proteção do sigilo da fonte, com ressalvas. "Embora evidente, é ressalvado expressamente que ninguém pode ser condenado apenas com base na palavra de informante confidencial. Prevê-se, ainda, a possibilidade de ser revelada a identidade do informante a fim de que responda pelos crimes praticados quando fizer falsa imputação", diz o texto.

Para Lorenzoni, o seu projeto e a proposta da Enccla poderiam aprimorar o texto original do Ministério Público Federal. Ele já apresentou a sua ideia aos integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato, que, segundo ele, aprovaram a iniciativa.

Modelos

Em 2015, Lorenzoni apresentou um projeto de lei inspirado em modelos adotados nos Estados Unidos, Canadá e na Coreia do Sul, baseados no termo whistleblowing, que significa "soprar o apito" e se refere à pessoa que, na condição de servidor público ou empregado no setor privado, relata a ocorrência de falta de gerenciamento, corrupção, ilegalidades ou irregularidades.

No projeto de Lorenzoni, ele afirma que as pessoas precisam se sentir "seguras" para fazer a denúncia, pois, no Brasil, muitas vezes os informantes acabam sendo punidos, direta ou indiretamente, dentro de empresas públicas e privadas.

O projeto do relator está parado desde dezembro do ano passado na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara.

Seminário

Segundo o coordenador do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça e Cidadania, André Wainer, a Enccla já vinha trabalhando para adotar um projeto de whistleblowing no Brasil há um ano. Ao saber da iniciativa de Lorenzoni, sugeriu incluir o estudo da instituição na comissão anticorrupção. Eles organizarão um seminário, em setembro, com entidades internacionais, quando o anteprojeto será finalizado e apresentado ao colegiado.

De acordo com Wainer, a proposta da Enccla tem a mesma base teórica do projeto de Lorenzoni e também vai contemplar formas de recompensar quem denuncia atos de corrupção. O texto, no entanto, ainda não foi finalizado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), disse que o governo “certamente vai tirar a urgência” constitucional dos projetos que tramitam, na Câmara, na frente do projeto de lei (PL) das desonerações. A intenção é fazer com que o PL, que faz parte do ajuste fiscal, seja votado o mais rapidamente possível. Os dois projetos, que tramitam em urgência constitucional, são parte do pacote anticorrupção lançado pela presidenta Dilma Rousseff (PT) em março.

Um dia depois de o pacote chegar ao Congresso, o governo enviou aos parlamentares um projeto de lei tratando da desoneração da folha de pagamento das empresas. Para que essa proposta seja aprovada antes do contingenciamento de gastos que o governo deve anunciar nos próximos dias, e como o pacote anticorrupção, pela ordem, seria votado antes do PL, Michel Temer disse que “se for preciso, [o governo] tirará a urgência”. Os dois projetos do pacote anticorrupção trancam a pauta do plenário da Câmara dos Deputados, na frente do projeto das desonerações.

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Quanto à votação de outra parte do ajuste, a Medida Provisória 664, que altera as regras de acesso à pensão por morte e ao auxílio-doença, o vice-presidente disse que “há uma compreensão” de que o objetivo da proposta é preservar os direitos previdenciários. “Você não pode jogar a previdência no chão porque senão você vai ter prejuízos no futuro para todos aqueles que se servem da previdência”.

Sobre a viagem que a presidenta Dilma Rousseff, acompanhada do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e de ministros do governo, para o velório do senador Luaiz Henrique (PMDB-SC), em Joinville, Santa Catarina, Temer disse que foi um gesto foi um “gesto institucional, como convêm às instituições”. “Um é presidente do Senado, outra é da República É natural que fossem todos juntos. Tenho certeza que a conversa foi nesse nível, institucional, cordial”, disse.

O vice-presidente evitou responder a pergunta sobre a sabatina a que o jurista Edson Luiz Fachin será submetido nesta terça-feira (12) no Senado. Fachin foi indicado pela presidenta Dilma para a vaga deixada por Joaquim Barbosa, no Supremo Tribunal Federal.

Os últimos sete dias foram intensos para a política nacional e local. Fatos como os protestos a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT); o lançamento do pacote anticorrupção; a demissão do ministro da Educação, Cid Gomes (PROS); a rejeição do requerimento que criaria a Frente Parlamentar de Cidadania LGBT na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e a deflagração de uma nova fase da operação Lava Jato tiveram destaque nesta semana. 

O Portal LeiaJá listou alguns assuntos que foram destaque na conjuntura política. Confira:

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Manifestação pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT): Milhões de pessoas foram às ruas do país no último domingo (15) pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). No Recife, 8 mil eleitores insatisfeitos fizeram uma passeata pela orla da Avenida Boa Viagem pedindo o “fora Dilma” e “fora PT”. Eles defendiam uma maior punição aos investigados pela Operação Lava Jato, a inclusão da presidente nas averiguações e a reforma política. 

Durante o ato, por inúmeras vezes, foram proferidas vaias a Dilma e aplausos ao ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), falecido em agosto de 2014. 

Apesar do apartidarismo pregado pelo ato, alguns parlamentares participaram da manifestação e destilaram críticas à presidente. Entre eles, os deputados federais Jarbas Vasconcelos (PMDB), Raul Jungmann (PPS) e Bruno Araújo (PSDB), este líder da oposição na Câmara Federal. 

Um novo ato pedindo o impeachment da petista já foi agendado pelo movimento Estado de Direito. A nova mobilização vai acontecer no dia 12 de março, às 14h, em Boa Viagem. Segundo eles, “não vão sair das ruas até Dilma sair do Planalto”. 

Resposta de Dilma e pacote anticorrupção: Após ser criticada por enviar os ministros para se pronunciar em nome do Governo Federal sobre as manifestações, no último domingo (15), a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu falar abertamente sobre os protestos após a sanção do Novo Código de processo Civil, na segunda-feira (16). Ela falou sobre a economia do país, a corrupção e assumiu os erros cometidos no governo. 

“Longe de mim achar que não cometemos erro nenhum. Mas não posso aceitar ser responsabilizada por decisões que se não tomadas a situação seria pior. Temos que aceitar que as vozes são diferentes em um País complexo como esse. Mas tem que haver responsabilidade quando se trata de instituição”, afirmou na ocasião. 

Ainda como resposta às ruas, a presidente lançou, na última quarta-feira (18), um pacote anticorrupção, composto por uma série de propostas que foram encaminhadas ao Congresso Nacional para combater práticas ilícitas no poder público e evitar a impunidade.

A iniciativa foi apoiada pela base aliada. O senador Humberto Costa (PT), por exemplo, afirmou que a correligionária deu uma "forte demonstração de comprometimento". Já o líder da oposição na Câmara, deputado Bruno Araújo (PSDB), afirmou que a proposta é requentada

Rejeição da administração da presidente: Um levantamento divulgado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) feito em parceria com o Instituto de Pesquisa MDA, revelou uma rejeição quanto à administração da presidente Dilma Rousseff (PT). De acordo com os dados, 70% dos entrevistados desaprovam a gestão petista.

A amostra também questionou, entre outras coisas, se o governo de Dilma seria bom, regular ou ruim. Entre as opiniões dos entrevistados 13% avaliaram como bom e 59% como ruim. Outros 28% consideraram regular e 1% não responderam.

Além da administração em geral, o levantamento também aferiu a satisfação dos brasileiros quanto os programas educacionais. Iniciativas como o Prouni, Fies e Pronatec foram aprovadas pela população, apesar do pouco conhecimento sobre eles. As mudanças do governo quanto ao Fies, por exemplo, foram reprovadas pelos brasileiros que não confiam nas promessas da petista para a área.

Rejeição da Frente LGBT: Por dois votos a Assembleia Legislativa de Pernambuco não aprovou a criação da Frente Parlamentar de Cidadania LGBT. O requerimento para a implantação do grupo externo foi apresentado pelo deputado estadual Edilson Silva (PSOL), que também seria o coordenador do colegiado, no entanto a proposta conquistou apenas 23 dos 25 votos necessários para a criação. 

Dez parlamentares foram contra a Frente, que causou, inclusive, um desconforto entre a bancada evangélica da Casa Joaquim Nabuco. Nomes como os dos deputados Cleiton Collins (PP), Adalto Santos (PSB) e André Ferreira (PMDB) travaram um debate acirrado com Edilson durante a apreciação da matéria. "Queremos políticas para todos e não para grupos específicos", disparou Collins.

Apesar do posicionamento dos pares a partir do crivo religioso, o autor do requerimento afirmou que a rejeição se deu por causa de uma manobra do presidente da Casa, deputado Guilherme Uchoa (PDT). Para Silva, a atitude do pedetista foi “medieval”.  

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Operação Lava Jato: Na última segunda-feira (16) foi deflagrada a décima fase da Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF). A nova fase foi batizada pelos delegados com a indagação: "Que país é esse?". Frase utilizada pelo ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, durante a sua primeira prisão em novembro. Desta vez ele foi novamente detido pela PF. Renato Duque foi sabatinado pela CPI da Petrobras nessa quinta-feira (19), mas preferiu ficar calado.

Também envolvendo a Operação Lava Jato, deputados federais da bancada de oposição enviaram um agravo ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo para que a presidente Dilma Rousseff (PT) também passe a ser investigada por envolvimento nos casos de corrupção na Petrobras. O ministro responsável pelo caso, Teori Zawaski, afirmou que pretende analisar a matéria e conversar com o procurador Rodrigo Janot sobre a possibilidade. O Portal LeiaJá conversou com um especialista para saber quais são as possibilidades da petista ser investigada.

No quesito investigação entre parlamentares, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) se pronunciou pela primeira vez em defesa própria quanto o envolvimento nos casos da Lava Jato. Ele foi incluído, na última semana, na lista dos que serão investigados pelo STF. Bezerra é citado como o mediador de propina entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos.  

Demissão de Cid Gomes: O ex-ministro da Educação, Cid Gomes (PROS) pediu demissão do cargo, nessa quarta-feira (18), após uma série de embates com deputados federais. Ele havia declarado que “uns 400 a 300 deputados federais são achacadores” e a afirmação causou um desconforto geral entre os parlamentares

Convocado para esclarecer a declaração, Cid, ao contrário do esperado, arrefeceu ainda mais o debate ao não pedir desculpas aos deputados e disparar duras críticas contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).  

Não cedendo, Gomes saiu da Câmara Federal e seguiu direto para o Palácio do Planalto, para pedir demissão. Aceita prontamente pela presidente Dilma Rousseff. A exoneração, "a pedido", de Cid Gomes do cargo de ministro da Educação está publicada no Diário Oficial da União da quinta-feira (19)

O procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do Ministério Público na Operação Lava Jato, disse na manhã desta sexta-feira, 20, que a punição da corrupção no País é "em regra, uma piada de mau gosto". O procurador defende o aumento da pena para o crime de mínimo de quatro anos e máximo de 25. Hoje, a punição varia de dois a 12 anos de prisão. Pela proposta, também passa a ser hediondo o crime de corrupção quando valor for superior a 100 salários mínimos - aproximadamente R$ 80 mil.

Nesta sexta-feira, o Ministério Público Federal apresentou dez medidas para enfrentamento da corrupção no País. A ideia é apresentar anteprojetos de lei ao Congresso Nacional sobre os temas propostos. Uma das sugestões é aumentar penas também de tipos penais relacionados à corrupção, como estelionato.

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Para Dallagnol, o número de delações premiadas deve aumentar com o aumento da pena de corrupção. "À medida que você aumenta as penas, aumenta as buscas da defesa por soluções alternativas", disse o procurador, que conduz as investigações no Paraná, que já contaram com delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, do doleiro Alberto Youssef, do ex-gerente da estatal Pedro Barusco e de executivos de empresas como a Camargo Corrêa e Toyo Setal, além do operador Shinko Nakandakari.

O anteprojeto de lei que o Ministério Público Federal vai enviar ao Congresso prevê penas maiores para a corrupção e gradação de acordo com o valor desviado. A proposta é que para prejuízos de até R$ 78 mil, a pena de corrupção ativa e passiva varie de 4 a 12 anos. Nos casos de desvio entre R$ 78,8 mil e R$ 788 mil, a pena seria de 7 a 15 anos. Quando o prejuízo for superior a R$ 788 mil e inferior a R$ 7,8 milhões, a pena seria de 10 a 18 anos. Já para casos de mais de R$ 7,8 milhões, a punição seria máxima: entre 12 e 35 anos de prisão.

Também são previstos aumentos e gradações nos casos de peculato, inserção de dados falsos em sistema de informações, concussão, estelionato e excesso de exação qualificada.

"A pena começa com dois anos, depois é substituída por restritiva de direitos, depois extinta com decreto de indulto natalino", criticou Dallagnol, sobre o sistema atual, ao defender proposta da procuradoria para aumentar as penas de corrupção. No início de março, o ex-presidente do PT José Genoino, condenado no processo do mensalão, foi beneficiado pelo indulto natalino e teve extinta a pena imposta pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção ativa. Todo o núcleo político do mensalão cumpre atualmente pena em regime aberto, no qual podem permanecer em casa.

Uma das intenções com o aumento da pena é evitar que a prisão seja substituída por outras punições, restritivas de direitos. Isso porque réus de crimes de colarinho branco normalmente são primários e por isso as penas ficam próximas ao mínimo legal. Os procuradores também desejam evitar a prescrição dos crimes.

Dallagnol menciona que a corrupção é "semelhante" ao latrocínio - roubo seguido de morte -, pois há desvio de altos valores e "pessoas sofrendo consequências como morte inclusive, por falta de hospitais, segurança e saneamento básico".

O Palácio do Planalto encaminhou na noite desta quinta-feira, 19, à Câmara dos Deputados os projetos do pacote anticorrupção, conforme proposta lançada ontem pelo governo. Em mensagem da Casa Civil, o ministro Aloizio Mercadante pede que a tramitação seja em regime de urgência, ou seja, que a votação ocorra em 45 dias, sob pena de trancar a pauta da Casa.

O pacote inclui o projeto de lei que torna crime a prática do caixa 2, a proposta que determina o confisco de bens que sejam fruto de enriquecimento ilícito, a alienação antecipada de bens apreendidos (já em tramitação no Congresso), ficha limpa para cargos de confiança e criminalização do enriquecimento ilícito de servidores públicos.

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Líder do PMDB na Câmara, o deputado Leonardo Picciani (RJ), disse nesta quinta-feira, 19, que o pacote anticorrupção apresentado ontem pela presidente Dilma Rousseff não será a prioridade da bancada, que é a maior da Casa. "A prioridade total do PMDB neste momento é votar o ajuste econômico, debater e chegar a uma conclusão de qual é a medida, a régua necessária para o ajuste", afirmou o peemedebista.

O líder argumenta que já existem leis que punem a corrupção e não se arrisca a prever um prazo para que sejam votadas as medidas enviadas pelo Palácio do Planalto como resposta às manifestações do dia 15 de março. "A vida não para a fim de que se investigue a corrupção. Ela tem de ser investigada no dia a dia. Acho que nós já temos leis anticorrupção no país, tanto é que já temos pessoas sendo punidas, respondendo a processo e presas por corrupção", pontuou o peemedebista, que participou na manhã desta quinta-feira de uma reunião com os deputados da sigla.

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Questionado sobre a agenda prioritária do partido na Câmara, ele afirmou que pretende colocar em votação na terça-feira a PEC que reduz o número de 39 para 25 o número de ministérios. "É um exagero ter 39 ministérios. Cortar seria uma demonstração clara e inequívoca do compromisso do governo", afirmou.

Para Picciani, o pacote deveria ter sido discutido "previamente" com os partidos da coalizão governista, da qual o PMDB faz parte, antes de ser enviado ao Congresso. "Podia chegar um texto mais redondo. Como isso não foi feito, essa discussão se dará a partir de agora. Isso requer tempo e paciência". Dos cinco pontos do pacote apresentado ontem, o único que pode trancar a pauta é o projeto que exige ficha limpa para servidores públicos, que chegou com pedido de urgência.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, defendeu as medidas lançadas pela presidente Dilma Rousseff (PT) para o combate à corrupção. De acordo com o parlamentar, a correligionária deu uma "forte demonstração de comprometimento" com o tema. O pacote anticorrupção foi lançado pela presidente nessa quarta-feira (18).

De acordo com o parlamentar, a iniciativa da presidente de encaminhar projetos de lei ao Congresso Nacional, pedir urgência na tramitação de outros e assinar a regulamentação da Lei 12.846/2013, conhecida como Lei Anticorrupção (que responsabiliza empresas privadas nos casos de corrupção), reforça a prioridade da gestão e resulta em mais rigor contra aqueles que infringirem as leis.

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“Os projetos ampliam o controle do Estado para prevenir e combater a impunidade que perpetua a corrupção e vão ao encontro das medidas tomadas pelos governos do PT. Cito a melhora da estrutura da Polícia Federal, que culminou com a realização de mais de duas mil operações, o status de ministério dado à Controladoria-Geral da União, além do respeito à lista tríplice feita pelo Ministério Público para a escolha do procurador-geral da República”, ressaltou o senador. 

As propostas que fazem parte do pacote tratam de tipificação como crime a prática do caixa 2, exigência da ficha limpa a servidores dos Três Poderes, confisco de bens dos envolvidos e criminalização da lavagem de dinheiro eleitoral e do enriquecimento ilícito de funcionários públicos. 

 

Decreto que regulamenta a Lei Anticorrupção assinado na quarta-feira (18) pela presidente Dilma Rousseff estabelece a dosimetria das multas que deverão ser aplicadas às empresas que praticarem desvios em contratos com órgãos públicos e os critérios do acordo de leniência, em que os acusados aceitam cooperar com autoridades em troca de punições mais brandas. O texto, esperado desde que a lei entrou em vigor, em janeiro do ano passado, será publicado nesta quinta-feira (19).

O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso à íntegra do decreto, que estabelece multas de até R$ 60 milhões, quando não for possível apurar o faturamento bruto da empresa e aplicar o porcentual de 20% previsto pela lei, e faz parte do pacote anticorrupção lançado por Dilma, uma promessa de campanha e uma resposta aos protestos contra o governo. "Combater energicamente a corrupção significa democratizar o poder. A corrupção rouba o poder legítimo do povo. Ela ofende e humilha os trabalhadores, diminui a importância do trabalho honesto", afirmou Dilma.

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O decreto diz que cabe à Controladoria-Geral da União (CGU) celebrar os acordos de leniência, sem participação de outros órgãos. O Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal cobram participação nas negociações antes de serem concluídas.

Para uma empresa fazer o acordo de leniência, ela deve admitir participação na infração administrativa e fornecer informações, documentos e elementos que comprovem o ato lesivo. A proposta do acordo poderá ser feita até a conclusão do Processo Administrativo de Responsabilização (PAR).

A negociação sobre a leniência deve ser concluída em 180 dias e tramitação sigilosa. Segundo o ministro da CGU, Valdir Simão, após o término da celebração do acordo, caso surjam fatos novos relacionados a desvios da empresa, há a possibilidade de fazer aditivos ao processo ou iniciar um novo. Celebrado o acordo, a multa da empresa corruptora pode ser reduzida em até dois terços.

Multa

O decreto fixa parâmetros para se calcular a multa, que pode ir de 0,1% a 20% do faturamento. Serão considerados agravantes, que vão variar de 1% a 5%, e atenuantes que podem reduzir a penalidade em 4%. Casos de reincidência e desvios em contratos acima de R$ 1 bilhão são considerados agravantes. O abrandamento é previsto quando a empresa provar a aplicação de mecanismos internos para "detectar e sanar desvios, fraudes, irregularidades e atos ilícitos praticados contra a administração pública, nacional ou estrangeira". Colaboraram Tânia Monteiro e Rafael Moraes Moura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que o pacote anticorrupção lançado nesta quarta-feira, 18, pela presidente Dilma Rousseff "não responde ao clamor das ruas e nem retira as suspeitas que pairam sobre a presidente da República em relação às irregularidades na Petrobras".

"Que moral a presidente Dilma tem para responder com um pacote anticorrupção se ela própria é suspeita? Até agora o tesoureiro João Vaccari Neto (tesoureiro do PT) nem sequer foi afastado da Executiva do cargo na Executiva do PT. E todas as suspeitas são de que arrecadava dinheiro da propina para a campanha petista à Presidência", afirmou. Caiado insiste que o Ministério Público deve investigar a presidente Dilma Rousseff para verificar se ela tem ou não algum tipo de implicação com o caso que vem sendo apurado pela Operação Lava Jato.

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O senador afirmou ainda que no presidencialismo não cabe ao Congresso procurar uma saída para as crises do Poder Executivo. "A presidente que dê as respostas necessárias. Esse não é papel do Congresso."

Já o líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), disse que parte do pacote anticorrupção anunciado pela presidente Dilma já foi aprovado pelo Senado, a exemplo da exigência de certificado de ficha limpa para todos os servidores públicos, de todos os poderes, e de todas as esferas da administração. Para ele, a grande novidade é a proposta de emenda constitucional que muda o direito de propriedade nos casos em que o bem foi adquirido com dinheiro de corrupção.

Ao lançar um pacote anticorrupção que será encaminhado ao Congresso, a presidente Dilma Rousseff afirmou na tarde desta quarta-feira (18) que as notícias de práticas de malfeitos aumentam justamente porque os casos "não mais são varridos para baixo do tapete".

"A luz do sol ilumina, deixa claro e evidencia a existência dos malfeitos e dos atos de corrupção. E é o que acontece com todos os países que reforçam instituições para combater (a corrupção)", disse. A petista afirmou que seu governo está implementando mecanismos de combate, prevenção e de controle de desvios "sistematicamente".

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Dentre as medidas propostas por Dilma hoje, há um projeto que criminaliza a prática do caixa 2 eleitoral. Também consta do rol de proposições a criminalização do enriquecimento ilícito, além da elaboração de projeto de lei de ficha limpa válido para os cargos de confiança no âmbito do Poder Executivo.

Na cerimônia realizada no Palácio do Planalto, organizada para que a presidente tente emplacar uma agenda positiva diante das acusações de corrupção na Petrobras, crise econômica e manifestações de rua contra seu governo, ela defendeu que a corrupção é antiga.

"Tenho certeza de que todos os brasileiros de bem, de boa-fé - mesmo aqueles que não votaram em mim - sabem que corrupção no Brasil não foi inventada recentemente", argumentou. "(Eles) sabem que o que diferencia um país de outro e um governo de outro é o fato de que alguns países e governos criam condições para que (a corrupção) seja prevenida, investigada e punida. Outros não fazem isso, alguns silenciam. Mas nós agimos e o Brasil de hoje combate corrupção".

Ao bater na tecla de que os governos petistas deram autonomia para que os órgãos de controle realizem apurações, Dilma lembrou que durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Controladoria-Geral da União (CGU) ganhou status de ministério.

Dilma alegou a corrupção "ofende e humilha os trabalhadores" e "diminui a importância do trabalho honesto". "Ela dá um exemplo falso de facilidade; a corrupção prejudica empresários, o povo trabalhador e atinge e ofende os homens e mulheres de bem", concluiu.

Mecanismos

A presidente destacou que é preciso "investigar e punir corruptos e corruptores, de forma rápida e efetiva". Ela também classificou como "imprescindível" o aperfeiçoamento contínuo dos mecanismos de controle e de repressão".

Dilma disse também que é preciso construir todos os mecanismos para prevenir os desvios e criar um "pacto nacional com todos setores e esferas de governo. "Esse pacto precisa desaguar numa reforma política", justificou. Para ela, para enfrentar o tema é preciso "democratizar o poder". "A guerra contra a corrupção deve ser simultaneamente uma tarefa de todas as instituições", disse Dilma.

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