Vaccari nega recebimento de propinas e doações ilegais

Tesoureiro do PT disse que todas as contribuições recebidas pelo partido são contabilizadas e declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

por Dulce Mesquita qui, 09/04/2015 - 14:06
Marcelo Camargo/Agência Brasil Vaccari é acusado de receber propina pelo PT Marcelo Camargo/Agência Brasil

Diante da CPI da Petrobras, o tesoreiro do PT, João Vaccari Neto, negou que tenha recebido propinas para a legenda de dinheiro desviado de grandes contratos da Petrobras. O depoimento dele contradiz o do ex-gerente de Tecnologia da estatal, Pedro Barusco, que aforma ter repassado entre US$ 150 e 200 milhões relativa a cerca de 90 contratos. “As afirmações dele não são verdadeiras”, frisou ele, que está disposto a passar por acareação. Vaccari repetiu que todas as contribuições recebidas pelo PT são contabilizadas e declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O petista admitiu que tenha feito contato com várias pessoas envolvidas na Operação Lava Jato - como Júlio Camargo, Eduardo Leite, Leo Pinheiro, João Carlos Medeiros Ferraz, Gelson Almada e Agenor Medeiros -, mas que se tratavam de pedidos de doações legais para campanhas institucionais da legenda. Segundo ele, o contato era sempre "em busca de captação de recursos", mas nunca se tratavam de irregularidades.

Vaccari também afirmou conhecer os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Pedro Barusco, mas que nunca tratou de questões financeiras com eles.  Ele também disse que conheceu “casualmente” o doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Operação Lava Jato, e o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, mas que também não conversou com eles sobre doações. Ele nega ter tido contato com Nestor Cerveró, Graça Foster e o agente da policial federal Jayme Careca, acusado de fazer entregas de dinheiro por Youssef.

Sobre o dinheiro que teria recebido do empresário Cláudio Mente, ele disse que se tratou de um "empréstimo pessoal para quitar a compra de uma casa". Aos deputados ele explicou que comprou uma casa em 2008 e que parte do dinheiro para o pagamento viria da venda de um outro imóvel, que não chegou a ser feito a tempo. "Por isso pedi empréstimo a Cláudio, que é meu amigo. O empréstimo foi liquidado em 2009”, destacou.

No início da apresentação à CPI, Vaccari sustentou que houve equivalência de doação entre as empresas investigadas pela Operação Lava Jato e de outras empresas nas doações a partidos políticos. Usando dados apresentados por reportagem do Estadão, ele mostro que o PMDB recebeu 24% de doações de mpresas investigadas; PT, 23%; PSDB, 20%; e PSB, 14%. “Todas as doações que nós recebemos são através de transferências bancárias, com a devida impressão de recibos", informou.

 

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