Questões trabalhistas foram o foco da semana política

Sindicalistas aproveitaram 1º de maio para reivindicar avanços e se posicionar contra projeto de Lei que regulamenta a terceirização no país

por Dulce Mesquita sab, 02/05/2015 - 09:17

Nesta semana, a questão trabalhista teve foco nas discussões. O projeto de Lei que regulamenta a terceirização chegou ao Senado e já é alvo de críticas. Pelo país, trabalhadores aproveitaram o Dia do Trabalho para protestar contra a proposta.

Em reunião com as centrais sindicais, a presidente Dilma Rousseff mostrou que é contra a emenda aprovada na Câmara dos Deputados que permite a terceirização até para as atividades fim das empresas. “A regulamentação do trabalho terceirizado precisa manter, do nosso ponto de vista, a diferenciação entre atividades fim e meio nos mais diversos ramos da atividade econômica", frisou. A matéria está no centro do debate no Congresso e será analisada por quatro comissões do Senado.

Sem comunicado oficial na TV, Dilma usou as redes sociais para divulgar minipronunciamentos em alusão ao Dia do Trabalho. Lula pediu que trabalhadores tenham paciência com a presidente, já o senador Aécio Neves (PSDB) disse que ela se “acovardou” diante dos brasileiros. Trabalhadores de todo o estado saíram às ruas do Recife, nesta sexta-feira (1°), contra a aprovação do Projeto de Lei 4330, que regulariza a terceirização no país. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), foi satirizado durante a marcha promovida pela Central Única dos Trabalhadores (CUT-PE).

Visita a Pernambuco

Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff veio ao Estado pela primeira vez desde que começou o segundo mandato. O motivo foi a inauguração da Fábrica da Jeep, do Grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA). A empresa, inclusive, fez questão de exibir um vídeo em homenagem ao ex-governador Eduardo Campos, Um dos políticos que articulou a instalação da fábrica em Goiana.

Na ocasião, Dilma anunciou que a licitação do projeto do Arco Metropolitano será iniciada neste mês de maio. Acompanhada de ministros, a visita de Dilma marcou o encontro com o governador do Estado, Paulo Câmara (PSB). Durante o evento, os dois se trataram com respeito e cordialidade, no entanto, sem afagos. O máximo foram agradecimentos pela presença e parceria das duas gestões.

No dia seguinte, Câmara explicou que o novo modelo do Arco Metropolitano terá um trecho sob a responsabilidade da União e outro será executado a partir de concessões. "Isso precisa ser melhor avaliado, tem a questão do tráfego, da viabilidade econômica, dos atrativos, o próprio traçado do lado norte precisa ser fechado. Então é uma nova etapa", detalhou. Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa, a obra será um “importante marco” para o desenvolvimento de Pernambuco.

Partidos

Após meses de intensas críticas, a senadora e ex-ministra Marta Suplicy entregou a carta de desfiliação ao Partidos dos Trabalhadores. Uma das fundadoras do PT, Marta vinha de um processo de desgaste com o partido desde a campanha eleitoral de 2014, quando foi preterida na disputa pelo governo paulista. Parte do diretório paulista ameaça pedir na Justiça o mandato da senadora, mas a questão ainda não foi fechada pelos líderes. O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, confirmou que Marta disputará a prefeitura de São Paulo pela legenda em 2016.

O PSB, inclusive, anunciou oficialmente o início do processo de fusão com o PPS. Siqueira classificou o processo de aproximação dos partidos como uma vitória da política. A divisão de espaços do novo partido será definida apenas durante o congresso extraordinário previsto para ocorrer até o meio do ano. A decisão pegou a presidente estadual do PPS em Pernambuco, Débora Albuquerque, de surpresa. Em entrevista ao Portal LeiaJá, a dirigente alegou ter ciência das conversas existentes entre as legendas, mas garantiu não ter sido comunicada com antecedência sobre o anúncio. Entre os socialistas pernambucanos, o clima é de otimismo.

Todos por PE

A edição de 2015 do programa Todos por Pernambuco, que coleta sugestões populares ao Governo do Estado, encerrou o ciclo com mais de 16,7 mil contribuições. De acordo com dados divulgados pela assessoria de imprensa da gestão, mais de 17,8 mil pessoas em todo estado participaram dos 12 seminários realizados durante os meses de março e abril. A abertura da última rodada foi marcada por protesto e confusão. Surpreendido por manifestações, o governador Paulo Câmara (PSB) reforçou que pretende cumprir as promessas feitas por ele durante a campanha eleitoral.

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