Senado exalta legado político de Eduardo Campos
Parlamentares destacaram o perfil gestor e articulador do ex-governador de Pernambuco, que morreu em acidente aéreo há um ano
Após sessão solene na Câmara dos Deputados, foi a vez do Senado realizar uma cerimônia especial em homenagem o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Nesta quinta-feira (13), completa-se um ano do acidente aéreo que tirou a vida do socialista e de outras seis pessoas.
Vários senadores fizeram questão de se pronunciar na ocasião. Um deles foi o autor do requerimento para a realização da sessão solene, o senador Roberto Rocha (PSB-MA). “Estamos aqui não apenas para dar louvor a uma vida que nos inspirou, mas para trazer à memória ideias que nos instigam. Eduardo teve uma vida pautada na ética, na transparência, na gestão inovadora”, frisou. “Ele deixou a vida e não a existência. A prova disso é o diálogo que mantemos com base em suas ideias”, completou.
O senador pernambucano Fernando Bezerra Coelho (PSB) destacou a experiência política de Campos, a influência do avô Miguel Arraes nessa atuação e a gestão de Eduardo durante quase oito anos à frente do Governo de Pernambuco. “Eduardo imprimiu uma marca de gestor moderno e inovador, levando práticas da iniciativa privada para a gestão pública, elencando prioridades, estabelecendo metas e colhendo resultados”, lembrou. “Eduardo estava preparado para exercer o cargo mais relevante da República”, sustentou o senador. Campos fazia campanha a presidente quando houve o acidente.
“Eduardo era ousado, não temia desafios, tinha coragem para mudar, para se superar e imensa capacidade de tirar projetos do papel. Era capaz de unir a todos”, disse o senador, ressaltando a capacidade de aglutinador do ex-governador. “Nós do PSB, temos a missão de manter a chama da esperança acesa, não desistir do Brasil, de dar o melhor de cada um de nós”, considerou. Bezerra Coelho justificou ainda a ausência da família Campos, que precisou retornar a Pernambuco, onde será realizada uma missa na noite desta quinta.
Para o senador Álvaro Dias (PSDB/PR), a morte de Eduardo Campos “deixou uma lacuna abissal na esfera pública”. “Seu legado de esperança é um patrimônio valioso, que não pode se dissipar num momento de crise política. Ele defendia o resgate do bom debate, do respeito à sociedade e é disso que precisamos”, salientou. A senadora Marta Suplicy (Sem partido-SP) também sustentou que a atuação política de Campos e as suas ideias devem levar uma reflexão profunda à classe política. “Que a força do homem ousado, de visão, inovador e articulador seja sempre fonte de inspiração para todos nós”.
Presente da solenidade, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB) considerou que a melhor forma de homenagear Campos é “dando o melhor de nós, do nosso trabalho, do nosso compromisso, do nosso esforço para construir um Brasil melhor”. “Tive a oportunidade de trabalhar com ele no Ministério da Ciência e Tecnologia. Ele era um grande gestor, que acompanhava sua equipe, monitorava semanalmente, cobrava resultados e apontava desafios”, lembrou.
O presidente do PSB, Carlos Siqueira, também disse que a candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República não representava uma questão pessoal. “Muitos diziam isso, mas não foi capricho pessoal. Ele tinha uma consciência pública e sabia das coisas que estavam para acontecer, que é o que estamos enfrentando hoje”.
Também presente na sessão, o presidente da Fundação João Mangabeira, Renato Casagrande, fez o lançamento da linha do tempo de Campos e de uma coletânea de livros com os discursos dele enquanto governador. “Ele é imortal, porque suas ideias permanecem e pregavam a ética, a transparência e o foco em resultados”, finalizou.