Empresários são presos no Recife na Operação Custo Brasil

Operação da PF investiga crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa

por Jorge Cosme qui, 23/06/2016 - 08:26
Líbia Florentino/LeiaJáImagens/Arquivo A Polícia Federal também cumpre três mandados de busca e apreensão no Recife Líbia Florentino/LeiaJáImagens/Arquivo

Pernambuco é um dos estados em que está havendo prisões da Operação Custo Brasil, deflagrada nesta quinta-feira (23) pela Polícia Federal (PF). O ex-ministro de Planejamento e Comunicação Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), foi preso pela PF nesta manhã.

A Operação Custo Brasil apura o pagamento de propina proveniente de contratos de prestação de serviços de informática, na ordem de R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários públicos e agentes públicos ligados ao Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).

Em Pernambuco, a PF cumpre três mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos bairros de Ilha do Leite, Jaqueira e Boa Viagem, no Recife. As prisões são de dois empresários e estão sendo feitas nos bairros de Jaqueira e Boa Viagem.

Ao todo, estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Pernambuco, todos expedidos, a pedido da PF, pela 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo.

 Segundo a Polícia Federal, há indícios de que o MPOG direcionou a contratação de uma empresa de prestação de serviços de tecnologia e informática para a gestão do crédito consignado na folha de pagamento de funcionários públicos federais com bancos privados, interessados na concessão de crédito consignado. Foi apurado que 70% dos valores recebidos por essa empresa eram repassados a pessoas ligadas a funcionários ou agentes públicos com influência no MPOG por meio de outros contratos – fictícios ou simulados.

O inquérito policial foi instaurado em dezembro de 2015 após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para que a documentação arrecada na 18ª Fase da Operação Lava Jato, conhecida como Pixuleco II, fosse encaminhada para investigação em São Paulo.

Os investigados vão responder, de acordo com suas ações, pelos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 2 a 12 anos de prisão.

Tanto os presos quanto o material apreendido serão encaminhados à sede da Polícia Federam em São Paulo. As pessoas conduzidas coercitivamente são ouvidas nas instalações da PF mais próximas dos locais em que foram encontradas. 

COMENTÁRIOS dos leitores