Apoio do PTB não me leva para a oposição, garante Ferreira

O deputado federal vai liderar a chapa composta pelos principais partidos de oposição ao governo de Paulo Câmara (PSB). O PR faz parte da base aliada da gestão

por Giselly Santos ter, 26/07/2016 - 14:34

Preterido pelo governador Paulo Câmara (PSB), uma vez que o PSB lançou candidatura própria à prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), o deputado federal Anderson Ferreira (PR) recebeu, nesta terça-feira (26), o apoio do PTB e do PTN à sua postulação. As legendas são consideradas, na conjuntura política estadual, como principais no quesito oposição à gestão estadual. Entretanto, a adesão, segundo Ferreira, não configura o realinhamento do PR e o desembarque da base socialista. 

“Na política tem um ditado popular bem usado que diz apoio não se rejeita, principalmente de um grupo que representa tão bem a política pernambucana. A nossa conversa sempre foi muito franca. Discussão de 2018 se tem que discutir em 2018. Cada batalha tem seu tempo. Esta sinalização não representa que eu esteja em oposição, mas apenas a adesão a um projeto que é sólido e precisa ser construído com aliança para a governabilidade”, justificou o pré-candidato.

Ferreira chegou a levar a postulação para Câmara, que inclusive é vice-presidente nacional do PSB, mas não obteve êxito em um a possível aliança porque o atual prefeito de Jaboatão, Elias Gomes (PSDB), decidiu indicar o vice e socialista Heraldo Selva como sucessor ao cargo.  

“Se olharam na minha candidatura este potencial quem sou eu para dizer que não tenho”, ironizou Anderson Ferreira. “A gente apequenar esta discussão é apequenar os resultados que podemos ter para o nosso estado. O governador tem a capacidade de enxergar que o que está em jogo é a transformação do estado e isso não está acima da política”, acrescentou. 

Questionado se entregaria os cargos indicados por ele no governo, Ferreira disse que não. “Essa pergunta tem que ser feita ao governador ou a base aliada. Eu não tenho empresa, o cargo é do governo. O presidente do partido é Sebastião Oliveira, se o nosso partido faz parte da base do governo, nada mais justo do que termos espaço”, cravou. 

O senador Armando Monteiro, por sua vez, reforçou o discurso de que as alianças do PTB para este ano não visam reciprocidade em 2018. “Esta nossa aliança não envolve acordo para 2018. Não cobramos um realinhamento da posição de Anderson no estado. Esta questão não foi objeto de discussão em nenhum momento. Estamos falando de Jaboatão. Não houve acordo de alinhamento futuro. O sistema de força do estado se expressa em coligações amplas, o fato de o governador ter um candidato em Jaboatão não dificultou que outros partidos da base se candidatassem”, ressaltou. 

Impeachment

Já sobre a questão do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) que teve Anderson Ferreira na linha favorável e Armando Monteiro contrária, os dois disseram não ver desconfortos em estar no mesmo palanque. 

“Esta questão do impeachment é nacional em que os partidos se alinharam naquelas circunstâncias. Eu me posicionei de maneira clara e me sinto confortável com ela, como não iria defender o governo que faço parte? Esta questão não tem rigorosamente haver com Jaboatão. Nossa aliança se define por questões associadas a Jaboatão. A vida segue e as eleições municipais não se resumem a esta questão nacional. É muito mais amplo que isso. Não posso condicionar isso, se encontrasse uma opção seria mais confortável. Não foi falta de opção”, justificou o petebista. 

COMENTÁRIOS dos leitores