Senadores divergem sobre influência das oitivas no voto

Até o momento, já foram ouvidos cinco depoimentos, sendo dois da acusação e três da defesa

por Dulce Mesquita sab, 27/08/2016 - 09:48
Agência Senado/Arquivo Fátima Bezerra diz que inocência de Dilma está sendo fortalecida, mas Raimundo Lira discorda Agência Senado/Arquivo

Com cinco oitivas já realizadas durante a fase final do processo de impeachment, os senadores divergem sobre a contribuição dos depoimentos para a mudança dos votos e reversão do resultado do julgamento. A votação será realizada na próxima semana.

Para a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), os esclarecimentos das testemunhas e dos informantes serviram para fortalecer a posição da defesa da presidente afastada Dilma Rousseff. “Essa fase de oitivas de testemunhas, até as de acusação que vieram na quinta-feira, consolida cada vez mais a tese da inocência da presidenta Dilma. Está ficando cada vez mais escancarado que não há mais sustentação do ponto de vista jurídico [para o impeachment]”, frisou.

Ela também criticou a decisão da base governista de não fazer perguntas às testemunhas de defesa. “O esvaziamento aqui do plenário por parte dos senadores golpistas revela claramente a fragilidade da tese deles pró-impeachment. Isso é lamentável e injustificável. Nós estamos tratando do maior mandato popular do país”.

Já o senador Raimundo Lira (PMDB-PB), que presidiu a Comissão Especial do Impeachment, os depoimentos não trouxeram novidades. “Não mudou nada desde as oitivas de testemunhas na comissão. Agora o que está acontecendo são os mesmos argumentos e as mesmas condições, porque os fatos e as condições não mudam”, explicou. “Também são imutáveis as posições dos senadores. Apesar de o processo ser democrático e a defesa ter o amplo espaço nas discussões, não houve mudança de posição por parte dos senadores pró-impeachment”, disse.



COMENTÁRIOS dos leitores