Relator reafirma que Cunha recebeu vantagens indevidas
Marcos Rogério voltou a afirmar que o peemedebista mentiu ao dizer que não possuía contas no exterior, na CPI da Petrobras
Em pronunciamento na retomada da sessão extraordinária em que será decidido se o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) perderá ou não o mandato, o relator do processo, o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), voltou a afirmar que o peemedebista mentiu ao dizer que não possuía contas no exterior, na CPI da Petrobras.
O democrata disse que Cunha mentiu para os deputados e sonegou o imposto de renda, ao dizer que as contas pertenciam a um trust familiar que ele contratou para administrar seus recursos no exterior. "Não se trata de um mero equívoco do parlamentar no tocante à legislação tributária e penal brasileira pertinente. Trata-se, na verdade, de criação de instrumento para torna viável a prática de fraudes, a escancarada tentativa de blindagem jurídica para esconder o fruto do recebimento de propinas, sendo tudo confirmado por testemunhas e documentos".
“Não foi só uma simples mentira, uma mera sonegação de informação. A mentira tinha propósito específico: destinava-se a camuflar, a ocultar a existência de contas que revelariam a prática de crimes, tais como evasão de divisas, sonegação fiscal, concussão e, para o código de ética, o recebimento de vantagens indevidas”, disse.
Ele também negou que a continuidade do processo tenha teor de vingança pela abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff e que irregularidades teriam sido cometidas durante a tramitação. "Ao contrário do que diz a defesa, todas as oportunidades do exercício do contraditório e da ampla defesa foram dadas", ressaltou. Para ele, a defesa tentou sem êxito provar que as contas não são movimentadas por Cunha, para tentar desacreditar a Operação Lava Jato.
A sessão foi reaberta com quórum registrado no painel eletrônico de 357 deputados.