Movimentos sociais entregam pedido de impeachment de Temer
Para o grupo, o presidente cometeu crime comum e de responsabilidade no caso que envolveu os ex-ministros Marcelo Calero e Geddel Vieira sobre empreendimento imobiliário em Salvador
Representantes de movimentos sociais, juristas e parlamentares da oposição protocolaram, nessa quinta-feira (8), o pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer na Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados.
O documento de 37 páginas é assinado por 19 entidades. Entre elas estão o Movimento Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e União Nacional dos Estudantes (UNE).
Para o grupo, Temer cometeu crime comum e de responsabilidade ao ter exercido pressão sobre o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, para viabilizar autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Nacional (Iphan) à construção de empreendimento imobiliário, em Salvador. Ao deixar o governo, em novembro, Calero declarou que a pressão ocorrera devido ao fato de o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima ter comprado um apartamento no prédio, que está sendo construído em local tombado pelo patrimônio.
Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), o pedido está bem fundamentado. “Ao contrário daquela peça apresentada a Eduardo Cunha contra a presidenta Dilma por entidades de ‘combate à corrupção’ que se diziam apartidárias, em meio a um circo lamentável, agora o pedido tem a assinatura de diversos juristas respeitados e representantes de movimentos sociais”, sustentou.
Para ele, está claro que Temer cometeu crime de responsabilidade. “Temer deveria ter enquadrado Geddel a se abster de pressionar o então ministro da Cultura. Depois, obrigatoriamente, deveria ter adotado as medidas para cumprir suas ordens e responsabilizar Geddel por suas condutas ilegais”, frisou.
Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas, Temer patrocinou interesses particulares ao apoiar a demanda de Geddel. “O presidente da República deve ser o primeiro a cumprir a lei e [esse episódio] foi indecoroso”, afirmou Freitas.
O líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), afirmou que o impeachment de Temer não terá seguimento. “A oposição falou tanto em golpe, agora está querendo o impeachment por meio de um golpe? Segundo a definição deles, é. Não prospera, não prosperará, e dificilmente os deputados da base vão indicar membros para uma comissão [do impeachment]”, afirmou.
Este é o terceiro pedido de impeachment do presidente Michel Temer apresentado à Casa.
Com informações da Agência Câmara.