Tópicos | Crime de responsabilidade

A Vara Única da Comarca de Itamaracá julgou procedente o pedido do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e condenou o prefeito Paulo Batista de Andrade pela prática de crime de responsabilidade por nomear, admitir ou designar servidor, contra expressa disposição de lei (Artigo 1º, inciso XIII do Decreto-Lei nº 201/67), cometida quando ele exerceu o cargo de prefeito no ano de 2015.

A sentença, proferida no processo penal de número 0000286-85.2017.8.17.0760, fixou a pena em um ano de detenção, substituída pelo pagamento de 30 dias-multa, no valor total de R$ 15 mil.  Além disso, o magistrado José Romero Maciel de Aquino também decretou a aplicação da perda do cargo e de inabilitação para o exercício de cargo ou função pública pelo prazo de cinco anos após o trânsito em julgado da decisão. O investigado ainda pode interpor recurso à decisão.

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Relembre os fatos: a 1ª Promotoria de Justiça da Ilha de Itamaracá denunciou Paulo Batista de Andrade em setembro de 2020.  Na ocasião, o Ministério Público sustentou a tese de que 550 nomeações sem concurso foram efetuadas pelo gestor municipal no ano de 2015 em descompasso com as disposições da Constituição Federal e da Lei Municipal 1.146/2010.

A ilegalidade nas contratações já havia sido declarada pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, uma vez que o município de Itamaracá não realizou qualquer tipo de seleção pública para os cargos e encontrava-se impedido de admitir pessoal, visto que já havia encerrado o ano de 2014 acima do limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal.  Outro ponto identificado pelo MPPE foi a ausência de fundamentação escrita, por parte do então prefeito, para as referidas contratações.

"A contratação de 550 profissionais em um período de três meses, sem a realização de qualquer seleção simplificada e mediante o argumento de que todos esses profissionais eram essenciais à continuação do trabalho, de modo que não poderiam ser contratados através de concurso público, ultrapassa as barreiras da razoabilidade. Inclusive, era o terceiro ano do mandato do prefeito, que não havia se manifestado para realizar um concurso", argumentou o promotor de Justiça Gustavo Dias Kershaw, em manifestação remetida ao Judiciário.

*Da assessoria 

É majoritária a parte da população brasileira que apoia o impeachment em caso de crime de responsabilidade comprovado: para 76% deles, a abertura deve ocorrer se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fizer o prometido no seu discurso do 7 de Setembro, em São Paulo. À ocasião, o mandatário afirmou que não vai mais cumprir ordens judiciais do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, com quem teve conversa recente, mediada por Michel Temer (PSDB), e na qual se mostrou disposto a uma “trégua”. 

Os resultados são de uma pesquisa nacional do Datafolha, divulgada neste sábado (18), e feita em 190 cidades com 3.667 eleitores de 13 a 15 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos. Acreditam que o presidente não deveria ser punido nessas circunstâncias 21% dos ouvidos, e 3% não souberam opinar. 

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No dia em que participou de dois grandes protestos golpistas contra o Supremo, em São Paulo e Brasília, o chefe do Executivo teceu ameaças sérias ao STF, em especial a Moraes. Primeiro, em Brasília, disse que o presidente do Supremo, Luiz Fux, deveria enquadrar Moraes, sob pena de ver uma intervenção em seu poder. Em São Paulo, à tarde, exortou a desobediência judicial. 

"Nós devemos sim, porque eu falo em nome de vocês, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade. Dizer a vocês, que qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou", afirmou Bolsonaro na avenida Paulista. 

São mais incisivos acerca do golpismo da fala os jovens de 16 a 24 anos (86% defendem o impeachment no caso), os mais pobres (82%) e, claro, aqueles que reprovam o presidente (94%). 

Já os mais tolerantes com o desrespeito legal são os mais ricos (32% não veem necessidade de um processo), empresários (39%) e, também de forma mais óbvia, os que aprovam o desempenho presidencial (59%). 

 

O Partido Novo divulgou, nesta segunda-feira (5), uma nota oficial se posicionando a favor do impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A legenda estava sendo cobrada após não participar do 'superpedido' de impeachment apresentado pela oposição na última semana. 

No comunicado, o Novo informa que a decisão foi tomada após detalhada análise técnica, consultas a juristas, discussões e ampla reflexão sobre os fatos apresentados e consolidados pela CPI da Pandemia. "O NOVO conclui de forma inequívoca que o presidente Jair Bolsonaro cometeu diversos crimes de responsabilidade previstos na Lei Federal nº 1.079/50", diz trecho.

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A legenda elenca alguns dos potenciais crimes de responsabilidade que o presidente teria cometido. São citados: omissões e péssimas ações na gestão da pandemia, sobretudo no descaso com a aquisição das vacinas; fortes indícios de prevaricação em denúncia de esquema de corrupção na compra do imunizante Covaxin; e interferências na Polícia Federal, Ministério da Justiça e na ABIN.

"O presidente notoriamente atua contra instituições do Estado de Direito, participa com frequência de manifestações antidemocráticas, tenta a todo custo descredibilizar o processo eleitoral – até mesmo as eleições de 2018, quando foi eleito para o atual mandato presidencial", declara o partido. "Em diversas declarações, Bolsonaro faltou com o decoro exigido do cargo, mentindo deliberadamente, criando polêmicas com outros Poderes e até com outros países, prejudicando nossas relações institucionais e comerciais", complementa.

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Por minoria dos votos, o Tribunal Especial de Julgamento, instalado pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina absolveu, nesta sexta-feira (7), o governador afastado Carlos Moisés (PSL) da acusação de ter cometido crime de responsabilidade na compra, pelo governo estadual, de 200 respiradores pulmonares em abril de 2020.

Com a decisão, Moisés preserva o cargo de governador, o qual deve voltar a ocupar no início da próxima semana. Ele estava afastado da chefia do Poder Executivo catarinense desde o fim de março deste ano, quando o tribunal aprovou - por 6 votos a 4 - o relatório que recomendou a instauração de processo de impeachment do governador.

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A votação de hoje repetiu o resultado do último dia 27 de março. Dos dez membros do tribunal especial, seis votaram a favor do impeachment. Quatro, contra. Como eram necessários no mínimo sete votos para que Moisés fosse impedido de seguir à frente do cargo, o resultado foi sua absolvição.

Os cinco desembargadores votantes (Luiz Zanelato; Sônia Maria Schmidt; Rosane Portela Wolff; Luiz Antônio Fornerolli e Roberto Lucas Pacheco) concluíram que Moisés cometeu os crimes a ele atribuídos pelos autores do pedido de impeachment, um grupo de empresários e advogados catarinenses, e votaram por sua condenação.

Já entre os cinco deputados estaduais que integram o tribunal especial, apenas um, Laércio Schuster (PSB), votou contra Moisés. Valdir Cobalchini (MDB); Fabiano da Luz (PT); Marcos Vieira (PSDB) e José Milton Scheffer (PP) entenderam que o político não teve participação em qualquer irregularidade e votaram pela absolvição.

Retorno ao cargo

Ao anunciar o resultado, o presidente do tribunal especial, desembargador Ricardo Roesler, que também preside o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), proferiu a sentença. “O Tribunal Especial de Julgamento, após deliberar sobre o mérito, não alcançou a maioria de 2/3 [dos votos], prevista na Lei nº 1.079/50, e necessária para condenar o governador Carlos Moisés pela prática do crime de responsabilidade que lhe foi imputada”, disse Roesler, determinando que também a governadora em exercício, Daniela Reinehr (vice-governadora), seja imediatamente notificada da decisão. “Com esta decisão, o senhor Moisés retorna ao cargo imediatamente”, acrescentou o magistrado.

Em sua conta pessoal no Twitter, Moisés escreveu que a decisão “repara um erro”, pondo fim ao que classificou como tentativas de lhe atribuir, “falsamente”, a prática de atos ilegais. “Restabelecida a verdade, o foco agora deve estar no que verdadeiramente importa, que é trabalhar pelo bem de Santa Catarina e de sua gente, a quem todas as forças políticas têm o dever de servir.”

Esta é a segunda vez em menos de seis meses que o tribunal misto inocenta Moisés em ações de impedimento com base em acusações de responsabilidade.

Em outubro de 2020, o governador chegou a ser afastado do cargo para responder a um processo no qual se apurava possíveis irregularidades na concessão de aumentos salariais a procuradores estaduais sem a autorização da Assembleia Legislativa. O governador retornou ao cargo em novembro, depois de ser absolvido pelo tribunal especial.

Nesta segunda ação, o político era acusado de, tendo ciência, não ter adotado as providências necessárias para impedir eventuais irregularidades na compra, pelo governo estadual, de 200 respiradores hospitalares, pelos quais o governo catarinense pagou, antecipadamente, R$ 33 milhões. Até hoje, apenas parte dos equipamentos contratados em abril de 2020, sem licitação, foi entregue. Moisés sempre negou qualquer irregularidade, afirmando que sua gestão fora vítima do não cumprimento do contrato de compra.

 

Ações que possam colocar em risco a saúde pública, a educação e a cultura poderão ser consideradas crimes de responsabilidade. É o que estabelece um projeto de lei (PL 10/2021), de autoria do senador Rogério Carvalho (PT-SE). De acordo com a proposta, tanto o presidente da República quanto os ministros de Estado poderão responder por atuações que prejudiquem essas áreas. 

O projeto apresentado altera a Lei de Crimes de Responsabilidade (Lei 1.079, de 1950), que define o que é crime de responsabilidade e regulamenta o respectivo processo de julgamento. Atualmente, configura como crime de responsabilidade atos contra: a própria Constituição; a existência da União; o livre exercício do Poder Legislativo, do Judiciário e dos poderes constitucionais dos Estados; o exercício dos direitos políticos, sociais e individuais; a segurança interna do país; a probidade na administração; a lei orçamentária; a guarda e o legal emprego dos dinheiros públicos; e o cumprimento de decisões judiciárias. 

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Entre as penas previstas na Lei de Crimes de Responsabilidade está o impeachment, que é a perda do cargo, com possibilidade de inabilitação por até cinco anos, para exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Federal nos processos contra o presidente da República ou ministros de Estado, ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o procurador-geral da República. No entanto, essa pena não exclui que o acusado responda a processo e julgamento na justiça ordinária.

Em justificativa para a proposta, Rogério Carvalho afirmou que infligir princípios relativos à educação, à saúde e à cultura previstos na Constituição Federal, que trata sobre ordem social, pode configurar como um atentado à própria Constituição. 

“Daí, atentar contra a Constituição, no sentido político, constituir-se crime de responsabilidade, especialmente se essas ofensas têm o fim, ainda que dissimulado, de pôr em risco a ordem social nacional”, afirmou o senador. 

*Da Agência Senado

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (22), que a negativa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à vacina Coronavac, que está sendo produzida pela chinesa Sinovac com o Instituto Butantan, é "motivo" para um impeachment. Em publicação no Twitter, Lula alegou que a atitude configura crime de responsabilidade.

"Se a sociedade, os partidos e os parlamentares, precisavam de um motivo para discutir o impeachment, Bolsonaro acaba de cometer um crime contra a nação ao dizer que não vai comprar a vacina e desrespeitar um instituto da seriedade do Butantan e toda a comunidade científica", observou o líder petista.

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Lula ainda declarou que essa foi a maior irresponsabilidade que ele já viu um mandatário de um país cometer. "Se Bolsonaro não acredita na eficácia da vacina, ele que não tome. Mas o papel de um presidente da República é possibilitar que o povo tenha a vacina a sua disposição. Se faltava crime de responsabilidade, essa foi a maior irresponsabilidade de um presidente que já vi", acrescentou o ex-presidente brasileiro.

Jair Bolsonaro vem sendo criticado por diversos políticos no país, desde a última quarta-feira (21), por desautorizar o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e negar a aquisição de 46 milhões de doses do imunizante que está em fase de testes e é produzido pelo instituto em São Paulo. O presidente afirmou que, por ser de origem chinesa, a vacina tem 'descrédito' e já afirmou que não tomaria nem se fosse obrigatória.  

Com 33 votos favoráveis, cinco a mais que o mínimo necessário, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) autorizou a abertura do processo de impeachment contra o governador do Estado, Carlos Moisés da Silva (PSL), em sessão extraordinária, na noite dessa quinta-feira (17). A motivação do processo - que pode levar à cassação do mandato - foi o reajuste salarial para equiparar vencimentos dos procuradores do Estado com os procuradores da Assembleia em 2019.

Com a decisão do plenário, tanto Moisés quanto a vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido) serão julgados por crime de responsabilidade por uma comissão julgadora, composta por deputados e desembargadores de Justiça, que será formada nos próximos dias. Os trabalhos dessa comissão serão conduzidos pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). O governador e a vice serão notificados da decisão. As defesas de ambos nega que tenha havido crime de responsabilidade fiscal.

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A autorização do julgamento não implica no afastamento imediato de Moisés e Daniela de seus cargos. A decisão sobre o afastamento caberá à comissão julgadora que ainda será formada e terá cinco deputados. Caso isso aconteça o primeiro na linha de sucessão seria o presidente da Alesc, o deputado Julio Garcia. Esta semana ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por lavagem de dinheiro na Operação Alcatraz. A denúncia é analisada pela Justiça Federal. Se Garcia não puder assumir, assume interinamente o presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), desembargador Ricardo Roesler.

Em nota, o governador afirmou que lamenta a decisão da Alesc. "A pressa com a qual o presidente do Parlamento estadual levou o tema a plenário revela tão somente os interesses políticos daqueles que buscam o poder para fins pessoais e não respeitam o voto dos catarinenses, atentando contra a democracia". Para Carlos Moisés, a ação se baseia “em um frágil argumento que não tem justa causa legal e tampouco apresenta qualquer irregularidade praticada pelo governador, conforme já aferiram o Ministério Público Estadual e o Tribunal de Contas do Estado".

Essa semana em uma postagem no Twiiter a vice-governadora Daniela Reinehr se defendeu. “Ainda há tempo de evitar a injustiça completa. Reafirmo que não cometi ato algum que justifique minha inclusão no processo em curso na Alesc, e jamais rompi meu compromisso com o povo de Santa Catarina”, escreveu.

Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter incentivado uma convocação para uma manifestação ao seu favor no dia 15 de março, políticos usaram as redes sociais para repudiar a atitude e até pedir o impeachment do presidente. Eles acusam Bolsonaro de ter cometido crime de responsabilidade.

No Twitter, a hashtag "ImpeachmentdeBolsonaro" está entre as mais comentadas. As palavras Congresso e Democracia também estão entre os temas mais falados na rede social na manhã desta quarta-feira (26).

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 O ex-candidato a presidente Fernando Haddad (PT) afirmou, em publicação no Twitter, que Bolsonaro praticou crime de responsabilidade previsto na Constituição e criticou o presidente dizendo que ele certamente nunca leu as normas as quais jurou seguir. 

"Bolsonaro, ao que tudo indica, cometeu crime de responsabilidade previsto na Constituição que jurou respeitar mas, certamente, nunca leu", tuitou. 

O também petista e deputado federal, Paulo Pimenta, escreveu que "o impeachment de Bolsonaro não é mais uma questão política, mas sim, uma questão civilizatória”.

"Não é nem do Brasil. Desconheço na história de qualquer democracia nos últimos 200 anos um presidente da República que convocou manifestações pedindo o fechamento do Congresso Nacional. O impeachment de Bolsonaro não é mais uma questão política, é uma questão civilizatória!", manifestou o político. Além disso, Paulo Pimenta fez uma publicação nesta quarta-feira chamando Bolsonaro de "filhote da ditadura".

"A convocação feita por Bolsonaro para os atos contra a democracia no dia 15 de Março apenas confirmam o que ele sempre foi, um filhote da ditadura. Bolsonaro sempre deixou cristalino seu desprezo pela democracia", observou. 

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), lamentou via Twitter a postura do presidente. Segundo ele, ao ter contribuído para manifestação contra o Congresso, o chefe de Estado está desrespeitando "as instituições e os pilares democráticos do país.

"O Brasil lutou muito para resgatar sua democracia. Devemos repudiar com veemência qualquer ato que desrespeite as instituições e os pilares democráticos do país. Lamentável o apoio do Presidente Jair Bolsonaro a uma manifestação contra o Congresso Nacional", disse. 

A informação veiculada no Estado de S. Paulo na noite de ontem, apontou que Bolsonaro usou do próprio celular para partilhar um vídeo de convocação ao público para um ato de apoio ao governo, a ser realizada no dia 15 de março. O protesto organizado por grupos de direita também se coloca contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

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Uma denúncia formalizada nesta terça-feira (9) pelo líder do PSOL na Câmara dos Deputados, Ivan Valente, afirma que o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) cometeu um crime de responsabilidade na liberação de emendas, na intenção de comprar votos de deputados para aprovar o projeto de reforma da Previdência.

O Diário Oficial desta segunda-feira (8) traz a informação de que o governo liberou mais de R$ 93 milhões em uma emenda aprovada originalmente na Comissão de Seguridade da Câmara dos Deputados.

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Essa emenda tinha valor total de R$ 2 milhões, destinada a “incremento temporário ao custeio de serviços de assistência hospitalar e ambulatorial”. Segundo a denúncia, na prática o governo teria autorizado o empenho de mais de R$ 91 milhões sem autorização legislativa.

“Urgente! No afã de comprar votos para aprovar a Reforma da Previdência, Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade. Ele liberou dinheiro sem autorização do Congresso para pagar emendas a parlamentares em troca do voto favorável. PSOL está analisando as medidas que serão adotadas”, escreveu o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) em seu perfil no Twitter.

A deputada federal Talíria Petrone (PSOL) também se posicionou sobre o caso. “Gravíssimo! Governo Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade ao liberar R$ 90 mi a mais de emendas parlamentares do que estava previsto, sem a LDO ter sido votada ainda. Uma tentativa desesperada e criminosa de comprar votos na Reforma da Previdência”, opinou.

Em 2016, a então presidente Dilma Rousserff (PT) sofreu um processo de impeachment por supostamente ter cometido crime de responsabilidade consistente nas “pedaladas fiscais” e na edição de decretos de créditos suplementares.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, nesta sexta-feira (17), que a atual conjuntura do país é resultado de um “governo socialista, populista e completamente corrupto”. Fazendo referência as gestões do PT, que comandou o país nos últimos 14 anos com os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, Bolsonaro usou o Twitter para justificar o corte de gastos que tem feito desde que assumiu o governo.

“Há somente dois caminhos para evitar contingenciamento de gastos: ou imprime dinheiro e gera inflação, ou comete-se crime de responsabilidade fiscal. Quem finge não entender essa lógica age como um abutre, aguardando ansiosamente pelo mal do Brasil para no fim se alimentar dele”, argumentou o presidente.

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Bolsonaro disse que tem trabalhado para “conter essas ações, necessárias pela herança dos rombos causados pelo desgoverno do PT, e manter, na medida do possível, a destinação dos recursos para áreas essenciais, mesmo com pouco dinheiro, mas existe uma realidade e não podemos extrapolá-la”.

Aproveitando o momento, que passou a ser bombardeado pelo corte de 30% das verbas destinadas para a educação, o presidente também alfinetou os petistas. “Nosso presente serve para mostrar quão grave são as consequências de um governo socialista, populista e completamente corrupto. Não há responsabilidade com o futuro do Brasil, mas apenas com seus propósitos ideológicos. A conta sempre chega e os efeitos são sentidos por anos”, declarou.

A menção de Bolsonaro ao crime de responsabilidade não foi à toa. Desde a última quarta (15) tem surgido um debate sobre a possibilidade de impeachment do presidente. Nesta sexta, no Twitter, o termo “impeachment de Bolsonaro” está entre os assuntos mais comentados do dia.  

O governo Jair Bolsonaro pode seguir até o fim de seu mandato dependente do Legislativo para honrar todos os seus pagamentos sem cometer crime de responsabilidade, o que é passível de impeachment. Este ano, o Executivo já está refém do Congresso para aprovar crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões e evitar o calote em aposentados e brasileiros carentes que precisam de assistência. Projeções da equipe econômica indicam que até 2022 haverá uma sucessão de rombos na chamada "regra de ouro" do Orçamento, que impede emissão de dívida para pagar despesas correntes.

Para 2020, o Tesouro estima rombo de R$ 264,9 bilhões na regra de ouro. Em 2021, a insuficiência será de R$ 146,9 bilhões. Em 2022, para R$ 157,5 bilhões.

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A regra de ouro existe para evitar que governos se endividem para pagar despesas que não sejam investimentos ou a rolagem da dívida pública. Já existe no Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para aprimorar a norma e dar ao governo mais instrumentos de contenção dos gastos antes do descumprimento. A ideia é ter "gatilhos" que seriam acionados para frear as despesas a tempo de evitar o estouro da regra.

Autor da proposta, o deputado Pedro Paulo (DEM-RJ) alerta que o problema pode se estender até mesmo pelos próximos mandatos. "Sem a reforma da Previdência, teremos descumprimento da regra de ouro pelos próximos dez anos", disse.

A sanção de uma lei que muda a relação entre o Tesouro Nacional e o Banco Central também tornará mais difícil o cumprimento da norma nos próximos anos. Até hoje, o lucro contábil obtido pelo BC com o efeito da valorização do dólar sobre as reservas internacionais era repassado ao Tesouro e podia ser usado para cumprir a regra de ouro - hoje há R$ 167,1 bilhões nessa fonte de recursos. A partir do segundo semestre de 2019, não haverá mais essa transferência.

Enquanto a mudança na regra de ouro não é aprovada, a equipe econômica só tem uma única saída: aprovar um crédito suplementar no Congresso com o apoio de 257 deputados e 41 senadores - maioria absoluta das duas Casas. Sem aval dos congressistas, o governo ficaria entre o calote em beneficiários e o crime de responsabilidade.

Há preocupação porque os problemas para pagamento começarão em julho, caso o crédito não seja aprovado logo. Os primeiros atrasos podem se dar nos subsídios ao Plano Safra 2019/2020 e no pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), concedido à população mais carente. Também estão sob risco repasses a aposentados do INSS e beneficiários o Bolsa Família, embora nesses casos a margem de segurança seja um pouco maior.

Técnicos da equipe econômica já avaliam a possibilidade de substituir despesas que ficaram condicionadas ao aval do Congresso. A ideia seria apertar despesas discricionárias, como custeio e investimentos, para não sacrificar repasses obrigatórios que têm impacto no dia a dia da população. Essa alternativa ainda depende de discussão técnica e jurídica. A ordem dentro do governo é aguardar e apostar no "bom senso" do Congresso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro recebeu mais um pedido de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella (PRB). A solicitação foi protocolada pelo advogado Pablo Filipe Morais Soares de Andrade, que acusa Crivella de prática de crime de responsabilidade. Procurada, a Prefeitura do Rio de Janeiro disse que não vai comentar.

No pedido de impeachment, o advogado afirma que a prefeitura comprou um terreno da Caixa Econômica Federal na comunidade de Rio das Pedras, na zona oeste, sem processo licitatório. A denúncia acrescenta que a compra utilizou crédito sem autorização do Legislativo Municipal, entre outras supostas irregularidades, como renúncia de crédito que não estava prevista na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

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O advogado também acusa Crivella de ter burlado o cálculo dos índices mínimos definidos pela Constituição Federal para serem aplicados em saúde e educação.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Jorge Felippe (MDB), vai avaliar a consistência do pedido para admitir sua tramitação. Caso seja considerado apto, o pedido vai entrar na Ordem do Dia da próxima terça-feira (2) na Casa Legislativa, para que o plenário também vote a admissibilidade da denúncia.

Caso o pedido seja aprovado, todo o processo de tramitação deverá ser concluído dentro de 90 dias. O primeiro passo é a criação de uma Comissão Processante, que terá cinco dias para iniciar os trabalhos e notificar o prefeito. Caso isso ocorra, Crivella terá dez dias para apresentar defesa prévia, por escrito, indicar provas e testemunhas de defesa.

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cláudio Lamachia, está na Câmara dos Deputados, na tarde desta quinta-feira (25), para protocolar o 13º pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer (PMDB). Com 31 páginas, o documento afirma que o Temer cometeu crime de responsabilidade ao não negar, em pronunciamentos e entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o teor da conversa com o dono da JBS, Joesley Batista. 

Segundo Lamachia, o pedido leva em consideração “as manifestações do senhor presidente da República onde em dois momentos [entrevista e pronunciamento] ele declara conhecimento com relação a todos os fatos. Ele declara que escutou o empresário, que chama de fanfarrão, dizer que tinha um juiz de direito e um promotor comprados e nada fez”. 

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Em entrevista à imprensa antes de entregar o pedido na Secretaria da Mesa Diretora da Casa, o presidente disse que o áudio da conversa “pode até ter sofrido interferência”, mas a postura de Temer “torna este fato absolutamente controversos”. “Temos aqui presente o crime de responsabilidade do presidente da República”, declarou, ponderando que Temer também agiu com “falta de decoro”. 

“O pedido da OAB avalia os fatos e as situações jurídicas. A decisão da OAB é absolutamente técnica, tomada numa sessão que durou oito horas. Estou absolutamente tranquilo e lamentando, mais uma vez, o momento que estamos vivendo no Brasil e novamente pedindo o impeachment de mais um presidente, de forma independente”, pontuou, lembrando que há 1 ano e quatro meses também assinaram um pedido de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). 

Sobre a postura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de não colocar em pauta um assunto que segundo ele “desestabiliza” o país, Lamachia disse que o democrata  “tem as suas prerrogativas e ele deve observar a responsabilidade do cargo que tem”.  

“O país não sofre nenhuma desestabilização pela abertura de um impeachment. Em menos de 1 anos e 4 meses a OAB apresenta dois impeachments de dois presidentes da República, absolutamente opostos no que diz respeito às ideologias partidárias.  A OAB não age de acordo com as paixões partidárias, age de maneira absolutamente técnica e a partir de uma decisão do Supremo”, declarou.  

O presidente da OAB disse ainda que a “renúncia de Temer é um ato pessoal” e pontuou que era obrigação da Ordem já indicar testemunhas de acusação para o eventual processo. 

 

O conselheiro Flávio Pansieri, da Ordem dos Advogados do Brasil, no Paraná, leu na tarde desta sábado (20) relatório que aponta, em sua avaliação, crime de responsabilidade do presidente Michel Temer. Pansieri é o relator da comissão formada pela entidade máxima da Advocacia para decidir se a Ordem pedirá o afastamento do presidente.

Segundo o conselheiro, é possível afirmar que as condutas atribuídas ao presidente atentam contra o artigo 85 da Constituição e podem dar ensejo para pedido de abertura de processo de impeachment.

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O artigo 85 define como crimes de responsabilidade atos do presidente que atentem contra a Constituição e, especialmente, contra a existência da União; o livre exercício do Legislativo, do Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais; o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; a segurança interna do País; a probidade na administração; e o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Depois que Pansieri leu sua manifestação, começou a falar na sessão extraordinária da OAB - convocada exclusivamente para analisar o caso Temer - o advogado Gustavo Guedes, em nome do presidente. Ele pediu mais tempo para apresentar a defesa perante o Conselho Federal da OAB.

Também falou em defesa de Temer o deputado Carlos Marun. O parlamentar afirmou que é preciso mais tempo para ter um laudo sobre os áudios.

O Pleno da entidade máxima da Advocacia reuniu neste sábado seus 81 conselheiros pelo presidente do Conselho Federal da OAB, Claudio Lamachia, em convocação extraordinária para decidir se apoia ou não o afastamento de Temer. Das 27 seccionais da OAB, 16 já se manifestaram pelo impeachment.

Representantes de movimentos sociais, juristas e parlamentares da oposição protocolaram, nessa quinta-feira (8), o pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer na Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados.

O documento de 37 páginas é assinado por 19 entidades. Entre elas estão o Movimento Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e União Nacional dos Estudantes (UNE).

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Para o grupo, Temer cometeu crime comum e de responsabilidade ao ter exercido pressão sobre o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, para viabilizar autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Nacional (Iphan) à construção de empreendimento imobiliário, em Salvador. Ao deixar o governo, em novembro, Calero declarou que a pressão ocorrera devido ao fato de o ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima ter comprado um apartamento no prédio, que está sendo construído em local tombado pelo patrimônio.

Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), o pedido está bem fundamentado. “Ao contrário daquela peça apresentada a Eduardo Cunha contra a presidenta Dilma por entidades de ‘combate à corrupção’ que se diziam apartidárias, em meio a um circo lamentável, agora o pedido tem a assinatura de diversos juristas respeitados e representantes de movimentos sociais”, sustentou.

Para ele, está claro que Temer cometeu crime de responsabilidade. “Temer deveria ter enquadrado Geddel a se abster de pressionar o então ministro da Cultura. Depois, obrigatoriamente, deveria ter adotado as medidas para cumprir suas ordens e responsabilizar Geddel por suas condutas ilegais”, frisou.

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas, Temer patrocinou interesses particulares ao apoiar a demanda de Geddel. “O presidente da República deve ser o primeiro a cumprir a lei e [esse episódio] foi indecoroso”, afirmou Freitas.

O líder do DEM, deputado Pauderney Avelino (AM), afirmou que o impeachment de Temer não terá seguimento. “A oposição falou tanto em golpe, agora está querendo o impeachment por meio de um golpe? Segundo a definição deles, é. Não prospera, não prosperará, e dificilmente os deputados da base vão indicar membros para uma comissão [do impeachment]”, afirmou.

Este é o terceiro pedido de impeachment do presidente Michel Temer apresentado à Casa.

Com informações da Agência Câmara.

Líder do PT no Senado, Humberto Costa, disse, nesta sexta-feira (25), que a demissão do ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB), é um “reconhecimento de culpa” e de que a crise atingiu um patamar “extremamente grave”. Geddel é acusado de cometer tráfico de influência no Governo Federal para destravar a obra de um imóvel na Bahia. A denúncia também atinge o presidente Michel Temer (PMDB). 

Sob a ótica do petista, com a demissão do ex-ministro “há uma tentativa de estancar a sangria e a crise que já invadiu o gabinete do presidente da República pela sua participação direta numa ação de tráfico e influência e de advocacia administrativa”. 

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“Creio que Temer perde todas as condições de continuar governando”, disparou Humberto. “Por serem verdades, há uma articulação de uma organização criminosa que pode se colocar a serviço de interesses privados em muitos momentos. Isso significa claramente para nós que o presidente da República cometeu um crime de responsabilidade”, acrescentou.

Segundo ele, a ex-presidente Dilma sofreu o impeachment sob o argumento de ter cometido crime de responsabilidade “que jamais foi provado”, “mas fica absolutamente claro que há um cometimento de crime de responsabilidade por parte de Michel Temer”.

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Afastada da Presidência da República desde o dia 12 de maio, Dilma Rousseff está sendo acusada de ter cometido crime de responsabilidade durante a gestão federal. Na próxima semana, os senadores irão votar se ela é culpada ou não, na conclusão do processo de impeachment.

A acusação, liderada pelos juristas Miguel Reale Jr., Hélio Pereira Bicudo e pela advogada Janaína Paschoal, apontam ilegalidade por Dilma ter assinado decretos de abertura de créditos suplementares sem a autorização do Congresso. Além disso, eles reforçam o crime em relação ao atraso de repasse de dinheiro ao Banco do Brasil para pagamento do Plano Safra. Com isso, o BB precisou pagar os agricultores com recursos próprios, prática conhecida como pedalada fiscal, que configura um empréstimo do governo com um banco estatal, ato proibido por lei. Para eles, as medidas tiveram o fim “maquiar as contas públicas” para “enganar a população”.

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No libelo acusatório, documento em que contém as alegações finais antes do julgamento, a acusação também sustentou que Dilma foi omissa "diante do maior escândalo de corrupção do mundo, popularmente conhecido como petrolão, em cujo âmbito foram investigadas, processadas e até condenadas pessoas muito próximas a Sra. presidente e ao Partido dos Trabalhadores". No entanto, essa questão não está sendo tratada no processo de impeachment, porque foi retirada dos termos pelo então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no recebimento da denúncia.

Os juristas acreditam que "a não contabilização dos valores tomados dos bancos públicos comprometeu seriamente o próprio cálculo da meta de superávit primário". Para eles, o impeachment está totalmente fundamentado "O conjunto probatório, formado pela prova documental, testemunhal e pericial, é contundente", dizem.

Já a defesa de Dilma Rousseff, feita pelo advogado e ex-ministro José Eduardo Cardozo, diz que as acusações são improcedentes. Entre as justificativas está de que o entendimento do Tribunal de Contas da União sobre a irregularidade dos créditos suplementares só foi acordado após a edição dos decretos assinados por Dilma e objetos da ação. "Nesse sentido, o Relatório pretende aplicar interpretação nova a fatos pretéritos, o que seria, por evidência, uma aplicação retroativa vedada pela Constituição". Sobre as chamadas pedaladas fiscais, a defesa nega que a União tenha feito empréstimo junto ao Banco do Brasil para o pagamento do Plano Safra. Segundo eles, houve apenas atrasos de pagamentos, o que não configura crime, conforme a legislação.

Para a defesa, o impeachment está sendo usado pelos opositores de Dilma Rousseff com interesses políticos e para tentar deter as investigações no âmbito da Operação Lava Jato. Nas alegações finais são citadas conversas telefônicas, recentemente divulgadas pela imprensa, entre o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e agentes políticos. "A solução retratada nestas conversas seria o impeachment, com o objetivo de que um novo governo comandado pelo vice-presidente Michel Temer pudesse fazer uma nova pactuação entre os Poderes do Estado, objetivando o fim das investigações e a “salvação” de todos os agentes” políticos que porventura pudessem ser investigados”.

Por fim, Cardozo retoma a dizer que o processo tratasse de um golpe à democracia. "Se for consumado o impeachment, nós estaremos diante de uma clara violência constitucional, institucional e democrática. Não existem motivos para o impeachment".

A Câmara dos Deputados decide hoje (17) se aceita a denúncia de crime de responsabilidade contra a presidenta Dilma Rousseff acatada em dezembro pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Após mais de dois dias de discussão pelo plenário da Casa, o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), pela admissibilidade do impeachment, vai a voto a partir das 14h. A votação é aberta e cada um dos 513 deputados será chamado nominalmente para declarar sua posição. Para ser aprovado são necessários 342 votos favoráveis, ou dois terços da Casa.

O pedido que está em análise pelos deputados foi feito em outubro do ano passado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr. e a advogada Janaína Pascoal.  

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A sessão de votação será aberta com a fala do relator. O deputado Jovair Arantes terá 25 minutos para apresentar seu parecer a favor do impeachment. Depois, os 25 líderes partidários, além dos líderes do governo e da minoria, orientarão suas bancadas. A previsão de Eduardo Cunha é que o resultado da votação seja conhecido por volta das 21h.

Ordem de votação

Depois de anunciar que a ordem de chamada da votação seria iniciada pelos deputados da Região Sul e finalizada pelos da Região Norte, Cunha recuou e decidiu, na última quinta-feira (14), que a ordem da votação será alternada, começando pelos deputados de um estado do Norte. A decisão foi tomada horas antes de o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão extraordinária, rejeitar ação do PCdoB, que pedia a anulação das regras definidas pelo presidente da Câmara.

De acordo com decisão de Cunha, a ordem de chamada será a seguinte: parlamentares de Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Amapá, Pará, Paraná, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Rondônia, Goiás, Distrito Federal, Acre, Tocantins, Mato Grosso, São Paulo, Maranhão, Ceará, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Piauí, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Sergipe e Alagoas.

O processo de votação deverá durar cerca de quatro horas, uma vez que cada um dos 513 deputados, segundo cálculos da presidência da Casa, gastará, em média, 30 segundos para proferir seu voto.

“Estou prevendo quatro horas [de votação]. São 513, tem segunda chamada daqueles que não compareceram, tem o tempo de deslocamento até o microfone. [Somando] o gasto com cada procedimento desse meio minuto, serão 256 minutos, o que dá 4 horas e 16 minutos”, calculou Cunha.

Com menos de 342 votos, o pedido será arquivado. Se o resultado for favorável ao texto de Arantes, o processo segue para o Senado Federal analisar o processo de impeachment. Caso os senadores também acatem o parecer do relator e decidam que deve haver um julgamento quanto ao mérito, a presidenta é afastada por 180 dias e os senadores formarão uma nova comissão para analisar a denúncia.

O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto afirmou que não caberia ação de impeachment da presidente Dilma Rousseff por eventuais fatos que tivessem ocorridos no mandato anterior. Ayres Britto sustenta a tese de que os mandatos presidenciais não se comunicam entre si para crimes de responsabilidade.

“É preciso ver como a Constituição fala do impeachment. À luz da Constituição, os mandatos não se intercalam. Os dois mandatos presidenciais se intervalam, para fim de crime de responsabilidade. Não para fim de crime eleitoral, não para fim de infração penal comum. Mas, para crime de responsabilidade, cada mandato novo é uma nova história. O mandato velho é uma página virada. Não tem serventia para crime de responsabilidade”, disse.

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No último dia 17, o jurista Miguel Reale Júnior e a advogada Maria Lúcia Bicudo, filha do ex-deputado e um dos fundadores do PT Hélio Bicudo, entregaram à Câmara o complemento do pedido de impeachment da presidenta, protocolado no dia 10 deste mês. O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), dera prazo até o dia 23 para que Bicudo fizesse ajustes formais, como o reconhecimento de firma em cartório. O pedido é o 13º em análise sobre o tema. Outros cinco já foram arquivados.

Segundo o Ayres Britto, a presidenta só responderia por crime de responsabilidade por atos praticados no atual mandato. “Ela jurou, fez um novo compromisso, perante um novo Congresso, para manter, defender e cumprir a Constituição, no curso deste mandato, que se iniciou em 1º de janeiro. Então, não se pode dar pedaladas constitucionais. À luz da Constituição, o crime de responsabilidade incide a partir de atos atentatórios à Constituição, como diz o Artigo 85, na fluência deste mandato”, afirmou.

Para o ministro, crime de responsabilidade está ligado a fatos que atentem contra a Constituição. “É um comportamento grave, a ponto de corresponder a um insulto, a um desapreço pela Constituição. É como se ela, para incidir em crime de responsabilidade, decidisse governar de costas para a Constituição, levando o povo a ter que decidir entre a sua Constituição e a sua presidente.”

Quanto a crime eleitoral, Ayres Britto, que, além de ter presidido o STF, presidiu também o Tribunal Superior Eleitoral, disse que é possível ação contra a presidenta, mas lembrou que, caso a medida fosse contrária a Dilma, também alcançaria o mandato do vice-presidente Michel Temer.

“Há uma ação de impugnação de mandato eletivo tramitando pelo TSE. Se for julgada procedente a ação, a desinvestidura do cargo pode ocorrer. E dos dois cargos, com dupla vacância.”

Ayres Britto foi um dos palestrantes da conferência de encerramento do 15º Congresso Brasileiro de Direito do Estado, ocorrido no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O evento homenageou o ministro do STF Luís Roberto Barroso.

Operação Lava Jato

Barroso comentou a recente decisão do Supremo de desmembrar parte da Operação Lava Jato, retirando processos sob a responsabilidade do juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná. Ele disse não acreditar que a medida vá enfraquecer o processo.

“Eu não tenho bola de cristal. Eu espero que não [vá enfraquecer], até porque existem muitos juízes no país competentes e igualmente comprometidos com a aplicação séria e eficiente da legislação penal. Precisamos confiar que, em outros juízos, se vai ter um tratamento com o mesmo grau de seriedade e eficiência”.

Para Barroso, a decisão do Supremo, quanto à livre distribuição e ao desmembramento, foi uma decisão técnica. “De uma certa forma, ela passa o recado de que todos os juízes têm competência e devem se empenhar para dar celeridade e eficiência a esses processos de corrupção”, afirmou.

O Ministério Público Federal (MPF) em Garanhuns (PE) ofereceu, à Justiça Federal, denúncia contra Reginaldo Leonel (PT), ex-prefeito de Paranatama, no Agreste pernambucano, por não prestar contas de convênio firmado com o Ministério do Turismo, em 2008. O prejuízo causado aos cofres públicos foi de R$ 210 mil, em valores da época.

O convênio, que tinha como objeto a festa de São João do município, teve seu prazo para prestação de contas encerrado em novembro de 2008. No entanto, após tomada de contas especial instaurada durante a gestão municipal sucessora, o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou que a documentação apresentada não foi suficiente para comprovar a destinação dos recursos liberados e a execução do convênio.

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Na denúncia, o MPF argumenta que, além de encaminhar a documentação, Reginaldo Leonel também deveria ter providenciado a guarda dos documentos contábeis e fiscais que possibilitassem a prestação de contas por seu sucessor. De acordo com o MPF, as irregularidades caracterizam a prática do crime de responsabilidade.

Como a pena mínima para o crime apontado é inferior a um ano de reclusão, o MPF pediu a suspensão condicional do processo por dois anos, desde que o ex-prefeito preste serviços comunitários por um ano, não se ausente, sem autorização judicial, da cidade onde reside por mais de trinta dias, e compareça mensalmente à Justiça para informar e justificar suas atividades. Para a suspensão, o ex-gestor também deverá reparar integralmente o dano causado, com a devida atualização monetária e incidência de juros legais.

*Com informações do MPF

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