Artistas e políticos fazem ato em defesa de Jean Wyllys

Político pode perder mandato após ter cuspido no parlamentar Jair Bolsonaro

seg, 30/01/2017 - 17:57
Wilson Dias/Agência Brasil/Fotos Públicas Wilson Dias/Agência Brasil/Fotos Públicas

O deputado federal Jean Wyllys (Psol) divulgou, na sua página do Facebook, um evento que será realizado em sua defesa. Ele poderá ter seu mandato suspenso por 4 meses acusado de quebra de decoro ao cuspir no deputado Jair Bolsonaro (PSC), dentro do plenário, no dia 17 de abril, durante a sessão que aprovou o impeachment da então presidente Dilma Rousseff. O ato acontecerá no dia 6 de fevereiro, a partir das 18h30, no Clube Municipal da Tjuca, no Rio de Janeiro. 

Na descrição do evento, os defensores de Wyllys argumentam que ele foi vítima de preconceito. “A desculpa alegada, como se Jean não tivesse já sido atacado desde o primeiro dia que pisou no Congresso, é que ele cuspiu na direção de um deputado defensor da tortura e da ditadura militar no momento em que esse, durante a votação do impeachment, o xingava de "veado" e "queima rosca" repetidamente. Quem suportaria? Que pessoa, mediante xingamentos ostensivos, reiterados, com alguém só a poucos metros o xingando "veado", "veado", teria controle sobre a sua reação?”. 

Os organizadores ainda questionam os processos que Bolsonaro tem no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, o mesmo que tramita o de Jean. “É irônico que até o próprio deputado que se diz vítima de uma agressão de Jean (um cuspe na direção e que não o acertou) tem no mesmo Conselho mais de uma dezena de processos aguardando decisão. Em um deles era acusado de ter feito apologia ao estupro no microfone do plenário”. Entre as presenças confirmadas no evento estão Marcelo Freixo, Chico Alencar, o comediante Gregório Duvivier e o pastor Mozart Noronha. 

Essa é uma das várias polêmicas envolvendo o parlamentar. Nesta segunda-feira (30), ele também utilizou a rede social para desmentir que seria autor de um projeto de lei para permitir o casamento entre pessoas e animais. 

“Quem espalha essa notícia tem a clara intenção de afirmar que as lutas da comunidade LGBT incluem a legalização da pedofilia e da zoofilia, o que é uma grande mentira. É mais uma campanha criminosa para difamar a luta pelo reconhecimento dos novos e diversos arranjos familiares. Não seja enganado, verifique sempre a veracidade da informação antes de repassá-la”, pediu Wylly. 

Recentemente, o deputado também polemizou ao comparar a cirurgia de transgenitalização [mudança de sexo] com outros procedimentos. “As pessoas que nascem com os dentes tortos e usam aparelho ortodôntico, uma pessoa que tem um problema no coração faz uma ponte de safena, uma mulher que se sente infeliz porque tem os peitos pequenos e não se sente desejada faz uma cirurgia plástica para ficar mais feliz consigo mesma. Por que a sociedade vai negar às pessoas transexuais o direito de ter, no âmbito da saúde, um atendimento como uma cirurgia de transgenitalização?”, disse.

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