Lava Jato repatriou 20 vezes mais que outros casos

A Operação que revelou o esquema de corrupção na Petrobras está completando três anos nesta sexta-feira (17) e foi dividida em quatro pilares

sex, 17/03/2017 - 13:20
Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo Dallagnol afirmou que ainda não consegue avaliar se a Operação é um "ponto fora da curva" no combate à corrupção no País Fernando Frazão/Agência Brasil/Arquivo

Com a operação Lava Jato completando três anos, procuradores do Ministério Público Federal (MPF) realizaram um balanço e traçaram perspectivas para o combate à corrupção no País nos próximos anos. O coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, comentou que a operação foi dividida em quatro pilares: "O primeiro pilar são as diferentes fases; o segundo corresponde aos acordos de colaboração; o terceiro se refere às colaborações internacionais; e o quarto é a comunicação social."

Durante a operação, foram realizadas 38 fases, com 748 mandados de busca e apreensão, comentou Dallagnol. "Até o momento, 266 pessoas foram acusadas criminalmente, com 50% delas acusadas criminalmente."

Mencionando a relevância da operação no combate à corrupção, o coordenador da força-tarefa celebrou o fato de a operação Lava Jato ter repatriado 20 vezes mais recursos que todo o conjunto de outros casos de corrupção no País.

Deltan Dallagnol afirmou que ainda não consegue avaliar se a Operação é um "ponto fora da curva" no combate à corrupção no País. "Não sabemos se a Lava Jato fez o País sair dos trilhos da corrupção ou se voltaremos a este tipo de prática", comentou. Para ele, a Lava Jato tem grande representatividade e indica uma mudança no entendimento de que o crime compensa. "A operação provocou um rompimento da impunidade dos círculos de poder no Brasil."

Para que a Operação atinja um grau de perenidade e tenha repercussões positivas no futuro, o procurador pediu que o Poder Legislativo também atue para inibir as práticas de corrupção. "É necessário irmos além da Lava Jato. As medidas mais significativas no tocante à corrupção foram promovidas pelo Judiciário", afirmou.

"A sociedade não pode colocar todos os pedidos e expectativas sobre o Judiciário - esse foi o erro da Itália (em referência à Operação Mãos Limpas). É preciso que sociedade, imprensa e Congresso caminhem para reformas", salientou o procurador.

Segundo Dallagnol, uma das mudanças promovidas pelo Judiciário a partir da Lava Jato foi o fim do financiamento empresarial de campanhas. "Outra mudança foi a condenação em segunda instância", lembrou.

COMENTÁRIOS dos leitores