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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez mais um aceno à governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), ao elogiar o rumo da gestão, ainda que reconhecendo erros políticos da chefe de Executivo em seu primeiro ano de mandato. Nesta terça-feira (30), em uma entrevista, o mandatário disse que, antes, não conhecia Lyra, mas que acredita que a gestão “está dando certo” e pediu compreensão com a tucana, que começou no Estado com uma perda pessoal, após a morte do marido, Fernando Lucena. 

“Como a Raquel tá no seu primeiro ano, a gente tem que entender que essa mulher é bem formada, é procuradora, delegada da Polícia Federal, ela teve um trauma imenso no dia da campanha, que foi a morte do marido. Essa mulher está cuidando sozinha da sua família. Ao mesmo tempo, há de se compreender também o estado emocional em que essa companheira assumiu o Governo do Estado. Acho que tem dado certo”, declarou Lula à CBN Recife. 

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No começo do Governo Lyra, o mandato foi marcado por impasses diante da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), que não participou plenamente na decisão do secretariado do Estado. Com baixa popularidade no Legislativo, e também entre a população geral, Raquel passou por um primeiro ano difícil, com troca de secretários e alguns indicadores no vermelho – como a segurança pública. Em 2024, houve a primeira troca dos comandos das polícias Militar e Civil.

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Perguntado sobre a possibilidade de aproximar Raquel de sua base, boato que circula nos bastidores da política local, Lula disse que “se ouve muita coisa” nos bastidores, mas não negou o interesse. Anteriormente, ele já havia defendido a “companheira Lyra” e tornou público o apoio à gestão pernambucana. Raquel também já citou Lula anteriormente e mostrou ter curiosidade em aproximar o diálogo político para além das negociações por Pernambuco. 

"Na conversa que tive com a governadora, eu disse que em política a gente não pode errar. Ela começou o governo com alguma dificuldade de relação com a Assembleia Legislativa [Alepe] e disso todo mundo sabe em Pernambuco. Tenho dito para ela que é importante manter uma relação bastante harmônica e civilizada com o Congresso, mesmo com oposição. A gente não precisa viver de favores, mas também não precisa viver de rancores. A gente tem que estabelecer [uma relação] da forma mais civilizada possível, porque eu preciso que as coisas sejam aprovadas na Assembleia e eu preciso pedir as coisas para gente que não gosta de mim e as pessoas não vão votar porque fui eu que fiz. Só temos 70 deputados do PT em Brasília e são 513 deputados, então a gente está sempre conversando”, continuou o presidente. 

Tendo arrastado votos da classe conservadora do estado, especialmente no interior e no Sertão, Raquel foi inicialmente associada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PT) e à direita pernambucana, até mesmo pelo discurso que adotou ao tratar do tema criminalidade no estado. No entanto, desde os debates pré-campanha até esse início de segundo ano de mandato, a relação dos governos estadual e federal parece se estreitar aos poucos. Lula disse que a “ordem” é que seus ministros tratem todos os governadores com democracia e cordialidade. 

"Meus ministros têm de tratar todos os governadores [bem] independentemente de terem falado mal de mim. Chegando em Brasília, ele será tratado da forma mais decente possível. O que nós vamos levar em conta é se ele tem projeto bom, se é viável. Isso vale para governador e prefeito. Raquel é bem tratada aqui, assim como outros companheiros que vêm a Brasília. Não vejo ela falando mal do Governo Federal em lugar nenhum. Isso é um bom sinal; ela pode cobrar de nós o que ela acha que deve cobrar, mas eu sempre manterei com ela uma relação respeitosa, até porque, eu fui amigo do pai dela [João Lyra] e do tio dela [Fernando Lyra], que foi um grande parceiro. Esse país precisa de paz”, concluiu o presidente 

 

Ao final da assembleia, na última terça-feira (23), que decidiu pela paralisação por 24 horas das operações da Polícia Civil em Pernambuco, a partir das 7h desta quarta-feira (24), o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), Áureo Cisneiros, afirmou que não ficou satisfeito com a tentativa de diálogo feita entre as frentes sindicais e o governo do estado. 

“A gente quer uma negociação o mais rápido possível, precisa dar uma estrutura maior à Polícia Civil para investigar os crimes. A Polícia Civil hoje, com sinceridade, tá pedindo socorro”, declarou Cisneiros. O efetivo atual no estado conta com cerca de 5.300 policiais, segundo o presidente do Sinpol. O mínimo esperado em Pernambuco é de 11 mil agentes, em diversas frentes, como delegados, peritos criminais, médicos legistas, entre outros. Cisneiros ainda informou que há cerca de 1.400 policiais com tempo para se aposentar, diminuindo ainda mais o quadro ativo. 

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“Se esses 1.400 policiais se aposentarem aí é que esvazia tudo, não vamos ter investigação aqui em Pernambuco. Por exemplo, já tem mais de 10 mil inquéritos de homicídios sem ser investigados, porque a gente não tem gente para investigar”, afirmou Cisneiros. 

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Operação padrão 

Além da paralisação de 24h, também foi votada a instituição de operação padrão para todas as categorias que estiveram presentes, o que significa que os policiais civis apenas cumprirão o mínimo exigido por lei para o exercício da profissão. 

Uma nova passeata deverá ser realizada no dia 6 de fevereiro, às vésperas do carnaval, onde será decidida uma possível paralisação total das atividades da Polícia Civil durante as festas de Momo. 

Falta de repasse financeiro 

Uma das reivindicações que os sindicatos mais repetem é a falta de investimentos diretos para um reajuste salarial. As tentativas de diálogo com a governadora Raquel Lyra (PSDB) vêm sendo frustradas desde junho de 2023. 

“Desde o ano passado a gente vem relatando essa situação à governadora. Ela disse que tinha R$ 1 bilhão para investir em segurança pública. Depois a gente foi no relançamento do Juntos pela Segurança, ela disse que tinha R$ 2,3 bilhões. Semana passada eu vi uma entrevista que já tinha R$ 3 bilhões, e isso não tá chegando na ponta. Os investimentos na polícia não estão chegando. E a gente tá pedindo socorro”, disse Áureo Cisneiros. 

Diálogo com o governo sem a governadora 

A passeata da terça-feira saiu do prédio do Sinpol, no bairro de Santo Amaro, em direção ao Palácio do Campo das Princesas, no bairro de Santo Antônio, no centro do Recife. A expectativa era de se reunir com Raquel Lyra para que fossem agendadas aberturas de mesas de negociação para cada uma das categorias presentes. 

Além do Sinpol, representado por Áureo Cisneiros, foi permitida a entrada de mais quatro pessoas. Uma conversa breve entre os presidentes sindicais decidiu que subiriam ao gabinete os seguintes presidentes: Diogo Melo Victor, da Associação dos Delegados e Delegadas de Polícia do Estado de Pernambuco (Adeppe); Camila Reis Baleeiro, da Associação de Polícia Científica de Pernambuco (APOC-PE); Nilson Alves de Oliveira, da Associação dos Peritos Papiloscopistas Policiais Civis de Pernambuco; e Marcelo Melo, da União dos Escrivães de Polícia Civil de Pernambuco. 

As tratativas duraram pouco mais de 2 horas. No entanto, não aconteceu com a governadora, e sim com Rubens Rodrigues da Silva Júnior, secretário Executivo de Articulação e Acompanhamento, e Igor Fontes Cadena, secretário Executivo de Relações Institucionais. Entre idas e vindas dos secretários para confirmar informações com o chefe da Casa Civil, Túlio Vilaça, que não estava presente na sala de reunião, ficou definido que as mesas de diálogo teriam início em 7 de março, o que não deixou os representantes sindicais satisfeitos. 

“Em todo Pernambuco a Polícia Civil está nessa paralisação de advertência, e por quê? É muito importante a gente dizer isso ao povo, a gente não quer estragar o carnaval, não é nosso intuito, até porque se a gente paralisar as atividades a culpa não é nossa. A gente tá procurando aqui dialogar com o governo. Agora o governo não está dando sinalização concreta de que quer realmente discutir a Polícia Civil. Então, à medida que não faz isso, a gente só tem, infelizmente, com essa nova governadora, essa solução”, declarou Cisneiros, se referindo à gestora estadual, que está no mandato desde janeiro de 2023. 

Distanciamento do governo não é recente 

Em retrospecto, Cisneiros ainda afirmou que a falta de diálogo com o Executivo estadual não começou pela tucana. “Com Eduardo (Campos), por exemplo, no início do Pacto Pela Vida, ele atendia a gente, ele fazia reunião com a gente. (Ele) sempre atendia, sempre dialogava. E depois de Eduardo, nenhum outro”, relembrou o sindicalista. Após a renúncia de Eduardo Campos, assumiu o então vice, João Lyra Neto (PDT), seguido de Paulo Câmara (PSB), que assumiu o posto por dois mandatos. 

“Raquel Lyra foi lá no Sinpol, inclusive em campanha eleitoral, e disse que ia atender pessoalmente. Isso não está acontecendo, até agora nada”, disse.  

“Uma governadora que ganhou dizendo que ia dar prioridade à pauta da segurança pública, porque ela foi delegada de polícia, no entanto, tá aí, menospreza, nem quer atender, coloca secretário de segundo escalão para atender a gente”, continuou. 

Crise na segurança pública 

Cisneiros ainda comentou sobre as trocas dos comandos das Polícias Militar e Civil, determinadas pela governadora na última segunda-feira (22), afirmando que enxerga uma “crise na segurança pública”. 

“Tá muito claro pra todo mundo que há uma falta de gestão na segurança pública, e a crise é grande. Inclusive nos bastidores, sabe o que a gente tá sabendo? É que a chefe da Polícia Civil, Simone Aguiar, foi pedir, justamente, efetivo à governadora”, disse o presidente do Sinpol. 

Realidade da polícia civil em Pernambuco 

“Mais de 80% das delegacias são em casa improvisadas. Alugadas e improvisadas. Aí tem casa com goteira, casa com barata, com escorpião, não tem alojamento para os policiais. (...) E a sinalização que a governadora deu para melhorar isso? Até agora nada, não tem licitação para nada”, questionou. 

 

Em entrevista à rádio Metrópole da Bahia, na manhã desta terça-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não poupou elogios ao olhar político da sua esposa, a primeira-dama Rosângela da Silva, Janja. Segundo ele, a socióloga, que é criticada por governistas e opositores pelo seu envolvimento político, é uma espécie de "farol" que o guia para decisões e observações importantes, e ela ainda costuma notar erros que nem ele, nem sua assessoria, conseguem sempre perceber.  

"A Janja é o meu farol, aquele farol que guia. Quando tem coisa errada, ela me chama a atenção. Quando tem alguma coisa no jornal errada, ela me chama a atenção. Quando tem coisa na rede, ela me chama a atenção. Às vezes ela fala [alguma] coisa para mim que a minha assessoria não fala. E isso, obviamente, me ajuda", disse o presidente. 

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Militante petista desde os 17 anos, quando se filiou ao Partido dos Trabalhadores, em 1983, Janja é conhecida por ter interesse em política e pelo seu envolvimento com causas ambientais e de gênero. Segundo Lula, a esposa "vive a política 24h por dia" e o cobra com insistência sobre a participação de mulheres no governo. 

"Você não tem noção como ela me cobra quando o [fotógrafo Ricardo Stuckert] Stuckinha tira uma fotografia minha e que só tem homem. Quando ela vê a foto ela fica horrorizada. 'Você não tinha mulher para colocar na foto? Por que só homem, só homem, só homem?' E, às vezes, a maioria é homem mesmo, fazer o quê?", afirmou o petista. 

Janja possui um perfil bem diferente de sua antecessora, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), que se dedicava a um projeto social no Alvorada, mas não costumava participar das decisões do marido, Jair Bolsonaro (PL) - o que mudou drasticamente com a derrota de Jair nas urnas; após isso, Michelle assumiu a liderança do braço feminino do PL, o PL Mulher, e tem viajado pelo país para fortalecer campos da direita. Desde a campanha de Lula, Janja falou que ressignificaria o papel de primeira-dama, historicamente ao trabalho voluntário, mas nunca citou Michelle ou qualquer outro nome. 

 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou público o relato de que havia três planos contra ele dentro da organização dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2022, em Brasília. Nesses planos, golpistas revelaram a intenção de prender e enforcar Moraes, e até mesmo de abandonar o corpo do ministro no estado vizinho, Goiás.  

As informações foram divulgadas em uma nova entrevista concedida ao jornal O Globo, nesta quinta-feira (4). Moraes também abordou as críticas às prisões dos participantes na invasão aos Três Poderes, as ameaças à própria família, e a regulamentação das redes sociais. 

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"Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição", revelou o magistrado. 

Moraes disse que há um inquérito para investigar o planejamento dessas atividades, com possibilidade de envolvimento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). 

“Houve uma tentativa de planejamento. Inclusive, há outro inquérito que investiga isso, com participação da Abin, que monitorava os meus passos para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão”, afirmou. 

Ameaças à família e redes sociais 

Segundo o ministro Alexandre de Moraes, até o momento, não foi preciso aumentar sua segurança particular em virtude das ameaças que surgiram após o 8 de Janeiro. Ele disse ser alvo da "criminalidade organizada" desde 2014, quando assumiu a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. No entanto, a segurança da família do jurista precisou ser reforçada. 

"Esses golpistas são extremamente corajosos virtualmente e muito covardes pessoalmente. Então, chegam muitas ameaças, principalmente contra minhas filhas, porque até nisso eles são misóginos. Preferem ameaçar as meninas e sempre com mensagens de cunho sexual. É um povo doente", declarou. 

E acrescentou, reforçando que a regulamentação das redes sociais estará em foco no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que preside, em 2024. "[As redes] falharam e foram instrumentalizadas no 8 de Janeiro. Proliferaram o discurso de ódio, antidemocrático, permitindo que as pessoas se organizassem para a 'Festa da Selma', que era o nome utilizado (para o 8 de Janeiro)". 

Prisões 

Na entrevista, o ministro foi questionado sobre as prisões feitas no dia 8 de janeiro serem consideradas injustas por parte da população. Sobre isso, Moraes declarou que "nunca viu" alguém preso "achar que sua prisão é justa". "Nenhum desses golpistas defende que alguém que furtou um notebook não possa ser preso. E eles, que atentaram contra a democracia, não podem? Os presos são de classe média, principalmente do interior, e acham que a prisão é só para os pobres. A Justiça tem que ser igual para todos". 

 

O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) afirmou em entrevista à GloboNews nesta sexta-feira, 29, que "dificilmente" voltará a disputar eleições. Em 2022, o pedetista amargou seu pior desempenho em uma campanha à Presidência da República, quando obteve apenas 3% dos votos e ficou em 4º lugar. Ciro criticou o movimento para fazê-lo desistir de se candidatar nas últimas eleições.

"Eu fui desistido. Não é bem que eu desisti, não", disse. "Quando eu saía de uma eleição difícil, quase impossível, com 12% (dos votos), eu achava que não tinha direito de desertar da expressão daquilo. Quando aconteceu aquilo (eleições de 2022), da forma que foi, eu me senti asfixiado por aqueles por quem eu lutei a minha vida toda. De repete senti: estou fazendo isso sozinho. Em nome de quê?"

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Nas últimas eleições, apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e artistas como Caetano Veloso e Alinne Moraes fizeram uma campanha para tirar votos de Ciro, batizada de #tiragomes. O objetivo era estimular o voto útil no petista para derrotar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ciro na época chamou o movimento de "terrorismo eleitoral".

À GloboNews, Ciro criticou artistas que apoiam Lula apesar de concessões feitas ao Congresso. O ex-governador citou repetidamente as emendas parlamentares liberadas pelo governo como exemplo de falhas da gestão federal. Diante disso, o cearense afirmou que perdeu "a crença e o entusiasmo na linguagem eleitoral brasileira".

"O que me causou um constrangimento e me fez perder a vontade de disputar minhas ideias eleitoralmente são as mediações", afirmou. "Como vou explicar isso aqui (suas ideias de governo) pro povão se não tiver um conjunto de pessoas equipadas pelo privilégio de serem artistas, intelectuais, cientistas, líderes estudantis, lideranças sindicais? Essa gente toda está batendo palma para a destruição do meu País, para o apodrecimento da República. O cinismo perdeu o pudor. Fala-se: o Congresso é assim."

Ciro criticou Lula por, segundo ele, agravar a "relação podre, corrupta, fisiológica e clientelista" com o Congresso. Em agosto, o petista se tornou o presidente que mais liberou emendas parlamentares em um único mês. Para o ex-governador, este é um sinal de que a negociação com os deputados e senadores continua da mesma forma que ocorria com Bolsonaro, quando revelou-se o esquema do orçamento secreto. "Enquanto isso, nossa elite, de forma cínica, diz: se não assim, como faria?", questionou Ciro, propondo a adoção de plebiscitos para resolução de disputas entre Executivo e Legislativo.

O ex-ministro disse crer que a verba que os parlamentares ganham com emendas acaba com a equidade na disputa política. "Não se elege mais uma pessoa jovem, uma pessoa séria no País. Estamos ensinando aos jovens que a política é assim?", criticou.

O cearense foi candidato à Presidência quatro vezes. Em 1998 e em 2002, pelo PPS, chegou a 10,9% e 11,9% dos votos. Em 2018, com o PDT, alcançou 12,4% do eleitorado. Na última disputa, ficou atrás de Lula, Bolsonaro e Simone Tebet (MDB). "Eu tenho êxito na política, só não consegui ser presidente do País. Deus não quis", disse Ciro na entrevista. Depois de afirmar que "dificilmente" entraria em disputas novamente, reafirmou: "Eu vou seguir lutando, mas disputar eleição não quero mais não".

Ciro critica governo Lula e diz que Brasil está em ‘decadência franca’

O ex-governador do Ceará criticou a atuação do governo federal em diferentes áreas, da economia ao meio ambiente, passando por segurança, educação e tecnologia. Para ele, Lula "perdeu o pulso faz tempo" e o País está em "decadência franca" há anos. Ciro disse acreditar que as políticas públicas não mudaram muito desde a gestão passada.

"É muito melhor criticar um governo como o do Lula, do que um governo como o do Bolsonaro", afirmou. "Mas vamos ficar amarrados nessa âncora mortal? Ao invés de comparar as coisas com o passado, eu comparo com a promessa que foi feita, que está muito longe de ser atendida, e com as condições objetivas de fazer diferente, que eu sei que poderia ser."

Outra área de atuação do governo criticada por Ciro foi a da política externa. Para ele, o Brasil deveria voltar seus olhos à resolução de conflitos e tensões na América Latina. "Lula está buscando ser um pop star, uma celebridade internacional, a falar bobagens em assuntos externos complicados e complexos", afirmou. "Eu fui ao Parlamento Europeu e o que eu ouvi me obrigou a defender o Lula, de tanta bobagem que ele falou. Lula só se preocupa com a paz onde a imprensa está olhando."

Irmãos Gomes em disputa

O ex-ministro não citou na entrevista a briga com o irmão, Cid Gomes. O senador deve sair do PDT para se filiar ao PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin, sigla em que já esteve por oito anos, quando foi eleito e reeleito para o governo do Ceará, em 2006 e 2010. Em outubro deste ano, Cid Gomes ameaçou deixar o PDT após uma reunião acalorada que contou com bate-boca e troca de ofensas entre ele e Ciro.

O ator Nicolas Prattes tornou-se tema nas redes sociais nesta terça-feira (26) devido a um contratempo durante sua participação remota no programa Encontro, ao vivo.

Enquanto estava em uma chamada de vídeo com a apresentadora Patrícia Poeta, um som de notificação chamou a atenção durante a conversa. Os internautas identificaram o ruído como possivelmente sendo de um aplicativo de relacionamento LGBTQ+.

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Após a repercussão, o artista de 26 anos utilizou seu perfil para mostrar que também ficou intrigado com o que ouviu. "Mandei pra produção pra entender que barulho era aquele! Um ano novo de muito amor e Saúde pra gente! Beijos em sua famílias", escreveu.

Prattes compartilhou a gravação de tela de um áudio enviado por uma integrante da produção. Na mensagem de voz, ela tranquiliza o ator, explicando que alguém estava tentando ingressar na chamada de vídeo. "Fica tranquilo, querido. Não era o seu não. Era alguém tentando entrar na nossa reunião, na mesma reunião que você estava. O doido é que ninguém tem esse link. Devia ser um hackerzinho, sei lá quem que era", inicia.

"Um cara que ficava pedindo autorização e a gente ficava negando e fazia aquele barulinho. Algum enxerido. Fica tranquilo, não era do seu celular não", concluiu.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cancelou no início da tarde desta quarta-feira, 20, um café da manhã com veículos de imprensa marcado para esta quinta-feira, 21, no Palácio do Planalto. Segundo o governo, o motivo da suspensão do evento foi a agenda de final do presidente.

O Planalto informou que a reunião entre o chefe do Executivo e os jornalistas deve acontecer somente no ano que vem. Os veículos de imprensa foram convidados por assessores do petista no início dessa semana.

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De acordo com o governo, as agendas que levaram ao cancelamento do café da manhã são reservadas. O único compromisso público do chefe do Executivo para os próximos dias é uma celebração com catadores de Brasília na sexta-feira, 22.

No último encontro, Lula disse que ‘dificilmente’ cumprirá meta fiscal e que sofria ao demitir mulheres do governo

O último café da manhã do presidente com jornalistas no Planalto foi realizado no dia 27 de outubro. Naquele dia, Lula afirmou que "dificilmente" cumpriria a meta fiscal de déficit zero em 2024. O presidente afirmou que muitas vezes o mercado é "ganancioso" e cobra algo irreal do governo.

"Dificilmente chegaremos à meta zero até porque não queremos fazer corte de investimentos e de obras", afirmou. Embora o presidente não tenha dito, 2024 é um ano eleitoral e petistas já afirmavam, nos bastidores, que será preciso contrariar Haddad porque, se a arrecadação for insuficiente, haverá tesourada em programas sociais.

O presidente também disse que não estaria fazendo negociação de cargos para agradar o Centrão. O petista procurou minimizar derrotas no Congresso em desaprovações de pautas do interesse do Executivo.

"Eu não fiz negociação com o Centrão. Eu não converso com o Centrão. Vocês nunca me viram fazendo reunião com o Centrão. Eu faço conversas com partidos políticos, que estão ali legalizados, que elegeram bancadas. Portanto, é com eles que eu tenho que conversar para estabelecer um acordo", declarou o presidente.

Lula foi questionado durante o encontro com jornalistas sobre a diminuição do número de mulheres no primeiro escalão do governo. Em resposta, o petista disse ter sofrido quando demitiu Ana Moser do Ministério do Esporte e Rita Serrano da presidência da Caixa e ter ficado "chateado" ao substituir Daniela Carneiro no Turismo.

"Fiz um acordo com o PP, com o Republicanos. Acho que é direito deles dirigir o governo, ter um espaço no governo. Eles, juntos, têm mais de 100 votos, e eu precisava desses votos para continuar governando", observou.

O pai da cantora Melody, Belinho, se pronunciou sobre a cobrança de R$ 15 mil de cachê para sua filha dar entrevista em um podcast. Segundo o homem, o podcast não era renomado e o valor cobrado foi "justo".

O valor foi divulgado nas redes sociais pela modelo e dançarina Erika Schneider. Em vídeo, Erika diz que entrou em contato com a Melody para convidá-la para seu novo programa, mas ao saber do valor "desistiu na hora".

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A cantora Melody, de 16 anos, chamou a modelo de "anti profissional" e aconselhou que outros artistas fiquem alerta caso sejam abordados por ela. Belinho publicou um vídeo em que se justifica pelo valor cobrado.

"A moça que tentou contratar a gente, a Melody, para um podcast, quando eu cobrei o valor ela simplesmente foi na internet e achou um absurdo eu ter cobrado por uma participação da Melody no podcast dela", detalha.

"É um podcast que tá começando, que não tem nome. Ela se diz a famosa, mas o podcast ainda não começou, né? Então, assim, é mais que justo que a gente cobre", defende o pai da cantora.

O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, deputado Danilo Forte (União-CE), rejeitou a tentativa do governo de criar um novo teto para o contingenciamento (bloqueio preventivo) de despesas no ano que vem, como antecipou o Estadão na semana passada. A proposta havia sido apresentada pelo líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), que adiantou que, com a decisão de Forte, o governo deverá fazer uma consulta formal ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o assunto.

Forte disse nesta quinta-feira, 7, que a proposta do governo tinha "fragilidades jurídicas". O governo tentava limitar na LDO o contingenciamento máximo que a equipe econômica poderá fazer no Orçamento de 2024. Economistas da área fiscal e parlamentares avaliam que, para cumprir a meta de zerar o déficit nas contas públicas no ano que vem, o governo terá de contingenciar ao menos R$ 53 bilhões.

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A cifra tem base no dispositivo do novo arcabouço fiscal que define o limite para bloqueio de 25% das despesas discricionárias (não obrigatórias, como investimentos e custeio). Esse montante, porém, afetaria o desempenho das obras do PAC, por exemplo, além de outros investimentos de interesse do governo Lula.

A proposta de Randolfe, então, era limitar esse contingenciamento usando a regra do arcabouço que estipula um intervalo para a expansão dos gastos entre 0,6% e 2,5% acima da inflação por ano. Para o governo cumprir o mínimo de expansão das despesas (0,6%), o contingenciamento não poderia superar R$ 23 bilhões.

A visão é controversa. Um parecer técnico emitido pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara rejeitou a chamada "emenda Randolfe", dizendo que a interpretação dada pelo governo "subverte a lógica" da nova regra fiscal e que seria permitido gastar menos do que o piso de 0,6% para o cumprimento da meta fiscal.

Já o TCU, em resposta a uma consulta informal feita por Forte, afirmou que a emenda é incompatível com as regras do novo arcabouço. Na ocasião, porém, a Corte disse que ficaria distante do impasse jurídico.

Randolfe afirmou que a negativa de Forte não desagradou ao governo, uma vez que o relator afirmou que valerá o que diz o arcabouço fiscal, o que, segundo ele, confirmaria a interpretação do Planalto sobre o limite para o bloqueio. "Nós, do governo, nos sentimos contemplados, porque o deputado (Forte) disse que o limite do contingenciamento está esculpido no arcabouço."

Relator prevê medidas que reduzem margem de manobra do governo

O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, deputado Danilo Forte (União-CE), acrescentou dispositivos ao texto que podem engessar o governo na hora de contingenciar despesas no próximo ano. O governo terá de obedecer a uma lista de despesas que não podem ser bloqueadas, entre as quais, gastos com atividades do agronegócio, como vigilância sanitária e recursos do Plano Safra reservados ao financiamento agrícola.

Forte também previu uma norma pela qual o governo, ao contingenciar as despesas, terá de fazê-lo de forma proporcional sobre os gastos atribuídos ao Legislativo e ao Executivo. Dessa forma, o governo não poderá congelar apenas os valores de emendas parlamentares. O dispositivo atende a uma demanda dos congressistas para preservar os valores reservados para emendas que não são obrigatórias, as emendas de comissão.

Em outro movimento que obedece aos interesses da cúpula do Congresso, Forte estabeleceu que as emendas parlamentares impositivas (individuais e de bancadas estaduais) deverão ser integralmente empenhadas no primeiro semestre, como antecipou o Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). A projeção é de que essas emendas somem R$ 37,5 bilhões em 2024.

Já os recursos para as transferências a municípios denominadas pelo jargão "fundo a fundo", pois saem do Fundo Nacional de Saúde diretamente para os fundos municipais, deverão ser não apenas empenhados no primeiro semestre, mas também pagos.

Ano eleitoral

O calendário deverá favorecer os prefeitos incumbentes, que terão à disposição, no primeiro semestre, a maior parte dos recursos que vão receber de seus aliados no Congresso Nacional em ano eleitoral. Nos três meses que antecedem a eleição (a partir de junho), são proibidas novas transferências.

Forte defendeu o calendário para a execução das emendas, argumentando que pode ajudar a frear o "fisiologismo político", uma vez que a liberação de recursos não mais obedeceria aos interesses políticos do governo. O argumento do Executivo, porém, é de que, além de engessar a gestão orçamentária, o dispositivo gera uma interferência em atribuições do governo.

"O atraso na liberação das emendas condicionou a dificuldade que os Estados e municípios estão vivendo. Se a gente tivesse liberado as emendas da área de Saúde no primeiro semestre, com certeza não teríamos tido uma pressão tão grande de prefeitos e governadores no segundo semestre em busca desses recursos", afirmou.

Forte também autorizou que os recursos que irrigam o fundo eleitoral possam vir de outras fontes, além das emendas parlamentares de bancada, como proposto inicialmente pelo governo. Forte retirou o termo "exclusivamente" do texto, o que poderá permitir que verbas federais de outras áreas tenham como destino o financiamento de campanhas eleitorais.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Joelma gravou recentemente, em Belém do Pará, a terceira parte do projeto audiovisual Isso é Calypso. Antes de mostrar ao público o resultado do show, a cantora abriu o coração em uma entrevista para o Domingo Espetacular. Na atração da Record, exibida nesse domingo (26), Joelma disse que pensou em desistir da carreira por problemas de saúde.

"Acabei de sair de uma vitória grande, eu lutei dois anos com Covid, sequela de Covid, e agora descobriram a sinusite. Eu estava um um momento assim: 'Eu acho que não vai rolar porque já fiz de tudo', 'não consigo sair dessa situação, acho que não tenho mais como me levantar'. Eu pensei: 'Acho que chegou a hora de parar', contou.

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Ainda no relato, Joelma afirmou que o carinho dos fãs e o apoio de sua equipe foram os elementos essenciais para mudar de ideia: "Deu tudo certo. Deus é incrível". Questionada sobre a vida amorosa, a artista foi direta. Sem titubear, a dona do hit Voltando Pro Pará revelou que está há quatro anos sem beijar na boca.

"Estou quatro anos ou mais sem beijar na boca. Estou focada no que eu estou fazendo, estou sendo muito abençoada. Para ter um relacionamento você tem que ter tempo. [...] Para me conquistar tem que ser sincero. Não aceito menos do que um amor de alma. De corpo eu não quero", declarou Joelma.

 

Vai deixar saudades! Morreu na madrugada deste domingo (5) a atriz Lolita Rodrigues, aos 94 anos de idade. A artista, que estava internada, não resistiu a um quadro de pneumonia.

Pioneira na televisão brasileira, a morte da atriz pegou todos de surpresa e, rapidamente, os internautas resgataram uma entrevista de Lolita, Hebe Camargo e Nair Bello ao Jô Soares. O momento do trio aconteceu em 2000 e entrou para a história.

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Claro que nos comentários diversos internautas lamentaram a morte da grande atriz:

"Esse é um dos melhores vídeos da internet, disparado", declarou uma.

"Imagina essas 3 juntas agora?", escreveu uma segunda.

"Agora ela está com Hebe Camargo e Nair Belo para rirem juntas", comentou um terceiro.

"Só consigo imaginar a gargalhada que essas três vão dar quando a Lolita Rodrigues chegar lá em cima", disse um outro.

Vale pontuar que na entrevista em questão, Lolita, Nair, Hebe e Jô se divertiram com histórias do passado.

Sob pressão da ala política do governo, que defende mais gastos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se negou nesta segunda (30) a responder se o governo continua comprometido com a meta de zerar o déficit público já no próximo ano. Questionado várias vezes por jornalistas, respondeu apenas que a "minha meta está estabelecida" e ressaltou que precisa de "apoio político" do Congresso e do Judiciário.

Afirmou ainda que pode antecipar medidas de arrecadação de receitas que estavam previstas só para o próximo ano para perseguir o ajuste fiscal, mas não deu detalhes se terão como foco receitas ou despesas. "A minha meta está estabelecida. Eu vou buscar o equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias para que nós tenhamos um país melhor", disse o ministro, irritado, antes de deixar a entrevista diante das perguntas seguidas sobre a meta fiscal.

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Foi o primeiro pronunciamento de Haddad desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na sexta-feira passada, durante café da manhã com jornalistas, que a meta de zerar o déficit em 2024 dificilmente será cumprida, uma vez que ele não concorda com a restrição que será imposta aos gastos do governo.

"A gente não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo um corte de bilhões nas obras que são prioritárias nesse País", disse Lula. Como reação, houve aumento das taxas de juros no mercado futuro, a Bolsa de Valores fechou em baixa e o dólar, que ensaiava uma baixa, voltou a ficar acima dos R$ 5 no dia. Analistas viram o enfraquecimento do discurso de Haddad de equilíbrio fiscal e uma chancela ao aumento de gastos no próximo ano - que terá eleições municipais.

Ontem, também falando a jornalistas, Haddad não respondeu diretamente sobre a manutenção da meta, mas fez questão de dizer que o seu papel como ministro da Fazenda era buscar o reequilíbrio fiscal, e que fará isso enquanto estiver nessa posição - "não porque é ortodoxo ou por pressão do cargo", mas porque acredita na importância de resolver o problema das contas públicas. Para ele, há dez anos há um descaso no Brasil com o resultado primário das contas públicas (saldo entre receitas menos despesas, sem contar os juros da dívida), que agora a sua equipe tenta equacionar.

"Não mudei de ideia, continuo com a mesma ideia, porque acredito que vai ser o melhor para o País. Agora, eu preciso de apoio político. Preciso do Congresso, preciso do Judiciário. E tenho tido a colaboração até aqui tanto de um quanto do outro. As vitórias que tivemos no Judiciário este ano foram expressivas."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, culpou os partidos que integram o Centrão pela substituição de mulheres do governo por homens. Em entrevista ao Broadcast Político, a ministra declarou que a presença feminina na gestão não é uma decisão "única e individual" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e evitou questionar a demissão da presidente da Caixa, Rita Serrano.

"Nós temos que perguntar por quê quem pediu o lugar da Caixa não indicou uma outra mulher. Porque eu não acho que seja uma decisão única, sozinha e individual do presidente Lula", declarou à reportagem. "A decisão é do presidente da República. Eu não vou questionar nem comentar."

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Neste ano, o ex-presidente da Caixa Pedro Guimarães virou réu por assédio sexual a funcionárias da instituição. A ministra afirmou que o governo federal tem espaços para discutir esse tipo de caso e combater assédios.

Na esteira das indicações de mulheres por Lula, o chefe do Executivo precisa escolher um novo ministro para o Supremo Tribunal Federal (STF) para ocupar a vaga aberta com a aposentadoria da então presidente da Corte, Rosa Weber. De acordo com o petista, o gênero não será um critério para sua escolha. A ministra afirmou que é difícil comentar as decisões do presidente, mas que Lula tem "seriedade" para tomar as decisões que lhe cabe.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

O governo lançou na quarta-feira, 25, a iniciativa "Brasil Sem Misoginia", que contou com a participação inclusive da primeira-dama, Janja da Silva. Quais devem ser as ações dessa iniciativa? Como ela vai funcionar na prática?

A iniciativa tem como objetivo entender a sociedade, como funciona e combater o ódio contra as mulheres. Pensamos sobre a razão do aumento do feminicídio, da violência sexual e da violência política de gênero. Decidimos trabalhar para enfrentar a raiz do problema, que é o ódio contra as mulheres. Essa nossa proposta não é em hipótese nenhuma, por exemplo, determinar o que cada empresa privada vai fazer. Nós temos que estabelecer com elas parcerias, como campanhas com funcionários. São ações que estão sendo propostas pelas empresas e instituições e vão estar sendo orientadas pelo Ministério das Mulheres.

Vai ter algum tipo de responsabilização ou multa para as empresas que não seguirem algumas regras impostas pela iniciativa?

Não, a ideia não é essa. A ideia é que as empresas entrem [na iniciativa] e nos ajudem a construir um Brasil sem misoginia. A gente não pensou em multa, punição. A proposta desse caso não é punição, é a gente trabalhar no sentido de sensibilizar o Brasil inteiro de que não podemos aceitar o ódio.

No início do ano, o governo lançou um grupo de trabalho para elaborar uma Política Nacional de Enfrentamento à Violência Política contra as Mulheres. O que se concluiu desse grupo de trabalho? Houve algum avanço em relação ao tema?

Estamos fechando o relatório e no final de novembro, começo de dezembro, vamos lançar o relatório e mostrar quais são as políticas que nós, do Ministério das Mulheres, entendemos que precisam ser adotadas, seja pelo governo, seja pelo Legislativo, seja quem for para diminuir a violência política de gênero no País.

Neste ano, o presidente Lula também sancionou a lei de igualdade salarial às mulheres e homens que exercem a mesma função. Para o ano que vem, qual deve ser o foco da pasta?

A gente está na fase do grupo de trabalho. Ainda estamos discutindo porque um dos processos que nos permitiu aprovar a lei no Congresso Nacional foi que nós iríamos ouvir os empresários, ouvir dos trabalhadores. Estamos falando com diversos setores. A lei da Igualdade é super importante pelo relatório de transferência, pelas multas, mas ela também é uma estratégia em que nós temos a possibilidade de mudar a cultura organizacional das empresas e das instituições brasileiras. A gente espera que no final do ano, início do ano [de 2024], já esteja pronto.

Como estão sendo essas conversas com as empresas?

As empresas têm preocupações. O que estamos ouvindo são preocupações, com relação aos relatórios, dados. Preocupações que ao meu ver são naturais de qualquer legislação nova a ser implementada. A outra coisa que as empresas têm medo é de ter uma lista das empresas que não apoiam a igualdade. Mas são preocupações. Eu não diria que é porque elas não querem cumprir.

Na quarta-feira, 25, o presidente Lula anunciou a demissão da então presidente da Caixa, Rita Serrano. Ela, inclusive, é a terceira mulher trocada pelo governo por um homem. Como a senhora viu a demissão da Rita? Vale lembrar que a Caixa é uma instituição que tem histórico de assédio sexual, com o antigo presidente Pedro Guimarães.

Nós estamos em um governo de coalizão e geralmente em um governo de coalizão o presidente, o governador ou o prefeito se elege, mas muitas coisas têm que ser negociadas. A segunda questão é que nós temos que perguntar o porquê quem pediu o lugar da Caixa não indicou uma outra mulher. Porque eu não acho que seja uma decisão única, sozinha e individual do presidente Lula. Tem uma série de correlações de forças que estão pautadas e estão colocadas. Eu tenho discutido que isso está vinculado à decisão, por exemplo, a questão da cota de 30% do Congresso, que é perdoar as dívidas dos partidos que não cumpriram as cotas. Então nós vamos perguntar aos partidos: "Vocês não têm mulheres?" Porque eu acho que têm. Eu conheço várias [mulheres] que têm capacidade e condições de estar em qualquer lugar. Não foi o presidente Lula quem indicou o novo ministro do Esporte nem indicou o novo presidente da Caixa. Acho que a gente precisa tomar esse cuidado. Porque nós precisamos responsabilizar quem nós temos que responsabilizar.

Mas a senhora não acha que o presidente Lula, como presidente da República, poderia ter conversado com líderes do Centrão para conseguir um nome de mulher de consenso com os partidos?

A decisão é do presidente da República. Eu não vou questionar nem comentar.

Com a indicação de um presidente homem para a Caixa, Carlos Vieira, e diante do histórico de assédio sexual que a instituição já passou, a senhora tem algum receio em relação a novos escândalos de assédio sexual?

Nós temos um grupo de trabalho no governo federal para discutir justamente o assédio sexual na esfera do governo federal. Nos preocupa todo assédio sexual em qualquer órgão. Mas por isso que desde o 8 de março, todos os pedidos que cabem no governo federal, nós estamos fazendo para evitar o assédio sexual na esfera do governo.

A senhora conversou com a agora ex-presidente da Caixa?

A gente respeita muito a trajetória pessoal e individual da Rita. A Rita é uma pessoa que, em 10 meses de governo, fez muita coisa de política das mulheres junto com a gente no 8 de março. Ela trabalhou incessantemente dentro da Caixa pela questão da equidade de gênero. Sim, sou solidária, as outras ministras também serão, mas nós precisamos dar um tempo para que ela de fato possa ter condições de nos atender ou, quando quiser, nos ligar. Eu liguei sim. Ontem [quarta-feira, 25] eu falei com ela, mas nós não conversamos sobre isso. A gente conversou sobre outras coisas

A senhora lamenta a saída de Rita Serrano do governo?

Eu acho que era uma profissional. Qualquer grande profissional, a perda é difícil.

O presidente Lula já fez declarações que não terá como principal princípio na escolha para um novo ministro do STF a questão de gênero. Com a indicação de um homem, a Corte terá apenas uma mulher, que é Cármen Lúcia. Como a senhora vê isso?

É difícil para mim como ministra ficar comentando decisões do presidente. Ele teve 52 milhões de votos e tem seriedade para tomar as decisões que lhe cabe. A declaração que eu tinha ouvido é que o presidente não vai levar em consideração única e exclusivamente a questão de gênero. Tem uma série de elementos que ele vai ter que considerar na decisão dele, porque não é uma decisão só porque é mulher. Mesmo que seja uma mulher é porque na sua área tem competência, tem condições para poder estar ali. Se vai ser uma mulher ou não, cabe a ele decidir.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta sexta-feira, 27, que dificilmente o Brasil atingirá o déficit zero nas contas públicas em 2024, como proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O chefe do Executivo avalia que um rombo de 0,5% ou 0,25% não é "nada" e reforçou que vai tomar a decisão "que seja melhor para o Brasil".

"Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai fazer. O que posso dizer é que ela não precisa ser zero. A gente não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo um corte de bilhões nas obras que são prioritárias nesse País", disse Lula no período da manhã desta sexta-feira durante café com jornalistas.

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"Eu acho que muitas vezes o mercado é ganancioso demais e fica cobrando a meta que eles acreditam que vai ser cumprida. Então, eu sei da disposição do Haddad, sei das vontades do Haddad, sei da minha disposição, e quero dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero, até porque eu não quero fazer cortes em investimentos e obras. Se o Brasil tiver o déficit de 0,5% o que é? 0,25% o que é? Nada. Então vamos tomar a decisão correta e nós vamos fazer aquilo que vai ser melhor para o Brasil", continuou o presidente.

Apesar da descrença do mercado financeiro e de setores do Congresso em relação ao cumprimento da meta fiscal estabelecida pela equipe econômica, Haddad tem insistido, em público e nos bastidores, na importância de se perseguir o objetivo fixado no arcabouço para dar uma sinalização de responsabilidade fiscal ao mercado.

A discussão sobre mudar a meta de 2024 ganhou força com o apoio da ala política do governo, incluindo a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. A avaliação feita por esses aliados de Lula é que o ajuste fiscal precisa ser mais gradual para evitar uma desaceleração do crescimento econômico.

O ministro da Fazenda, contudo, tem resistido ao "fogo amigo" da ala política do governo. Tanto ele, quanto outros integrantes da equipe econômica mantêm o discurso de que a meta não será alterada.

A posição de Haddad recebeu o respaldo do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que no comunicado de sua mais recente reunião ressaltou que perseguir a meta fiscal ajuda a ancorar as expectativas de inflação, o que facilita o ciclo de queda dos juros. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, também já fez questão de dizer que é importante o governo persistir na meta.

No Congresso, deputados e senadores têm avaliado como difícil a missão definida por Haddad, mas há um consenso de que não há clima para alterar a meta sem combinar com o governo, como mostrou a reportagem.

As lideranças aprenderam nas suas vidas profissionais e pessoais que não podem demonstrar fraqueza. Isso torna a posição de chefe muito solitária. "Não tem ninguém para compartilhar seus medos e suas experiências de falha", afirma Raul Aparici, diretor global de aprendizagem da The School of Life, organização britânica especialista em inteligência emocional.

Em entrevista ao Estadão, o especialista diz que para mudar isso é preciso desenvolver a autoconsciência e descobrir "por que é tão assustador falhar ou ser percebido como um fracasso". A seguir, trechos da entrevista.

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O que é inteligência emocional na prática?

A inteligência emocional é a habilidade de entender um pouco melhor nosso mundo interior. No ambiente de trabalho todos nós usamos máscaras. Fingimos que está tudo ótimo. Mas, na verdade, sabemos que por dentro todos estão lutando de alguma forma. Podemos estar sentindo inveja de nossos colegas. Podemos estar nos sentindo inseguros, ter perguntas, mas não queremos fazê-las porque não queremos parecer ou nos sentir estúpidos e impostores. Temos todas essas lutas internas e meio que pensamos que somos os únicos com essas lutas.

Como funciona no dia a dia?

O que a inteligência emocional nos permite é, primeiro de tudo, nomear as lutas para nós mesmos, para entender um pouco melhor como funcionamos, e então perceber que os outros também estão lutando.

Isso significa que, quando alguém vem até mim com raiva, posso olhar por baixo da raiva e tentar entender o que mais pode estar acontecendo com essa pessoa, porque se eles estivessem vindo até nós com lágrimas nos olhos, nossa reação seria muito diferente.

Como os líderes podem desenvolvê-la?

O autoconhecimento e a autoconsciência são os alicerces da inteligência emocional na qual ancoramos todas as diferentes habilidades emocionais que ensinamos nas organizações. Tudo começa a partir de uma base de autoconhecimento, porque as pessoas nos perdoarão por não sermos perfeitos se estivermos cientes das maneiras pelas quais somos imperfeitos. Se eu puder explicar aos outros as maneiras pelas quais sou difícil, eles terão mais compaixão, porque eles também têm maneiras pelas quais são difíceis.

Líderes precisam lidar com pressão diariamente. Então, mostrar-se vulnerável é um desafio. O que líderes podem fazer para driblar o medo e a vergonha de falhar em algum momento?

A primeira coisa a fazer é desenvolver a autoconsciência. Pense por que é tão assustador falhar ou ser percebido como um fracasso. Geralmente, essas coisas têm uma longa história durante a criação, onde a falha não era uma opção, onde pensávamos que tínhamos que ser perfeitos para sermos amados. Aprendemos que admitir a falha não é uma opção, o que então se torna um lugar muito solitário, porque não tem ninguém para compartilhar seus medos e suas experiências de falha. O que significa que também está promovendo uma cultura em que outras pessoas não compartilham suas experiências de falha.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fausto Silva concedeu sua primeira entrevista na televisão após passar pela cirurgia de transplante de coração. O apresentador bateu um papo com o Domingo Espetacular para falar sobre a experiência de passar pela cirurgia e ainda rebater os rumores de que havia furado a fila.

- A gente sabe que a internet abriu espaço para todos os imbecis do mundo, você tem que conviver [com esse tipo de fake news]. O cara que me conhece [sabe que eu não faria isso]. Quem pensa o mal é gente do mal, tem muita gente que só pensa no mal e esse tipo tem em todo lugar.

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Silva ainda completou dizendo estar vivendo uma nova experiência de vida:

- Quem recebe uma benção como essa tem que pensar muito. Fui agraciado de continuar vivendo com minha família, com meus amigos, então tem que repensar muita coisa. A gente perde tempo com besteira, se irrita com bobagens. Você imagina, depois de ter trabalhado 60 anos, passado por transplante, você acha que um cara com o mínimo de caráter, sensibilidade, pode ter mágoa, rancor? Não cabe mais isso, a vida passa muito rápido, você tem que estar preparado para ter essa consciência.

Faustão ainda relembrou o processo com a doença e conta que não teve vícios que poderiam ter levado a condição:

- Na verdade, já sabia que um dia teria que fazer cirurgia do coração, não sabia que seria transplante. Uma questão de genética, [sou] um cara que nunca fumou, bebeu, usou drogas. Talvez seja pela genética do lado do meu avô paterno, pode ter sido isso, mas, enfim, tive que enfrenta.

E continua:

- Aí falaram, chegou a hora. A grande sorte minha foi o tipo de sangue, e a partir desse momento já tinha resolvido minha vida, ao mesmo tempo, falei tem que ser, vamos embora. Sou pragmático, tenho muita fé, falava que quem decide é o lá de cima. Você tem que rezar e esperar o melhor.

O apresentador ainda conta que sentiu diferença logo ao acordar da cirurgia:

- A cirurgia é o de menos. Instalou, coração já começou a funcionar, o problema é a pele seca, ficar 45 dias em cama de hospital, musculatura [precisar] refazer tudo, reabilitação com fisioterapia, muita disciplina. Eu acordei um dia depois e já me sentia um carro velho com motor novo, tem que consertar o resto do carro. Agora fico animado. É impressionante porque você sente a diferença na hora, no dia depois eu sinto que o coração é outro.

O novo ministro do Esporte, André Fufuca, afirmou, em entrevista ao Broadcast Político, que os recursos previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024 são insuficientes para garantir estrutura adequada à pasta. Recém empossado, ele reforçou que vai trabalhar junto ao Legislativo para incrementar o orçamento dedicado ao setor.

Fufuca também defendeu que as atribuições da nova Secretaria de Apostas Esportivas, criada para gerir o setor, sejam divididas entre o Ministério do Esporte e a Fazenda. Nos bastidores, fontes disseram que a promessa de dividir a secretaria foi uma das condições para que o PP aceitasse assumir a Pasta na reforma ministerial feita por Lula para abarcar partidos do Centrão. "Defendo dividir, sim. É o melhor caminho, com muita tranquilidade, sem confusão, nem nada. Porque é muito grande a secretaria", afirmou. Ele disse que vai debater o tema esta semana com a equipe econômica.

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O projeto de lei que regulamenta a tributação das apostas esportivas e outros jogos online foi aprovado na semana passada na Câmara. O relatório manteve a Secretaria de Apostas Esportivas sob responsabilidade do Ministério da Fazenda, apesar da tentativa do PP de alocar a pasta no Ministério dos Esportes, de olho na arrecadação gerada pela taxação do setor.

O novo ministro também disse que vai ampliar no Ministério a equipe responsável por gerir as emendas parlamentares. Uma das principais queixas da Câmara no primeiro semestre, inclusive da bancada do progressistas, foi em relação à demora do governo em liberar os recursos destinados aos deputados.

"A gente vai fazer o possível para avançar isso até porque o ministério que tem que ter entrega, tem que ter obras rápidas, como é o caso da do Esporte. Você não pode ficar aguardando uma vida para entregar uma obra", avaliou.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista:

Quando pretende falar com a Fazenda sobre a Secretaria das apostas esportivas?

Vamos tentar uma reunião com a Fazenda para essa semana.

O senhor vai defender que a secretaria fique só Esporte?

É uma secretaria grande, importante, tem a parte de arrecadação, de fiscalização, de regulação e tem que ter um debate maduro com a Fazenda para a gente achar uma saída.

Então o senhor defende dividir?

Dividir, sim. É o melhor caminho, com muita tranquilidade, sem confusão, nem nada. Porque é muito grande a secretaria.

Uma das principais reclamações do Congresso no primeiro semestre foi sobre a demora na liberação de emendas. Como pretende trabalhar isso?

Primeiro, ampliar o setor responsável por isso aqui. O setor de assessoria parlamentar que tem aqui e o setor que trata de meta é muito deficitário, tem pouco funcionário. A primeira coisa é fortalecer isso para que a gente possa dar vazão. O ministério que tem que ter entrega, tem que ter obras rápidas, você não pode ficar aguardando uma vida para entregar uma obra.

A classe do esporte criticou a troca de uma ex-atleta, a Ana Moser, por um político, que é o senhor. Como o senhor pretende conquistar essa classe? Vai manter parte da equipe de Ana Moser?

Melhor do que manter equipe é manter os projetos, até porque o que fica em qualquer sociedade são os projetos e os sonhos. Os projetos e as construções importantes que estão sendo feitas antes serão mantidas e os quadros técnicos que possam colaborar nós iremos abraçar de braço aberto. Em relação às divergências que houve com o nosso nome, é normal, ninguém agrada todo mundo, mas a gente vai procurar com muita humildade, muita tranquilidade, mostrar a nossa boa vontade, capacidade de gestão e trabalho. Eu acredito que com o trabalho com gestão, eles vão reconhecer que a gente não lembra "bicho papão".

Quais serão suas principais prioridades no Ministério do Esporte?

Sem sombra de dúvida, tentar democratizar o espaço de qualidade do esporte. Temos um déficit absurdo de estrutura física de esporte no Brasil inteiro. A gente precisa combater isso de forma efetiva no Brasil. O fomento do esporte no Brasil, hoje, é pequeno. Temos a questão da paridade de gênero, que também é outra coisa que a gente vai trabalhar.

E como o senhor pretende melhorar a paridade de gênero no esporte?

Vamos começar, primeiro, dando exemplo aqui no Ministério. A gente quer ter essa paridade a partir dos funcionários. E trabalhar em parceria com outros ministérios, como o Ministério das Mulheres, através da conscientização.

Como o senhor pretende fazer isso?

Primeiro, entrega de orçamento, para ter estrutura, tem que ter orçamento. Então, a primeira coisa que a gente tem que fazer é ter o apoio do Executivo e correr atrás de orçamento no Legislativo. Isso a gente já tá trabalhando para fazer. Tirar do papel.

O senhor acha que deve aumentar o orçamento do Ministério?

A gente vai trabalhar para isso, sem sombra de dúvidas.

A previsão de recursos que veio no Projeto de Lei Orçamentário de 2024 é suficiente?

Não.Vamos tentar aumentar, conscientizar os parlamentares, através de parcerias. Mas o recurso que está na PLOA é insuficiente para o Ministério. Não tem jeito.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que, após receberem ministérios, as bancadas do Progressistas e do Republicanos na Casa farão parte da base do governo. Ele também confirmou que as negociações envolvem a Caixa Econômica Federal, e que as 12 indicações políticas para as vice-presidências do banco passarão por ele.

O Progressistas e o Republicanos foram contemplados com dois ministérios - Esportes e Portos e Aeroportos, que foram respectivamente para os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).

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Saíram dos cargos Ana Moser e Márcio França - este alocado em uma nova pasta, o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

"É claro que, quando um partido indica um ministro que era líder de um partido na Câmara [caso de André Fufuca], a tendência natural é que esse partido passe a ser base de apoio ao governo na Câmara dos Deputados, como Republicanos, como outros partidos", disse o presidente da Câmara.

Falando pelo seu partido, o PP, Lira garantiu que a sigla agora faz parte da base, à revelia do líder da legenda, o ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, senador Ciro Nogueira. "Estamos tratando de base de apoio. Não estamos tratando de outros tipos de projetos [políticos], por enquanto. Não quer dizer que [isso] não possa avançar, mas por enquanto nós estamos falando de apoio político no Congresso", explicou.

O presidente da Câmara, no entanto, fez questão de pontuar que fazer parte da base não garante que todos os filiados irão votar sempre com o Executivo. "Não [é possível], porque nenhum partido dá todos os votos. Mas eu acredito em uma base tranquila", afirmou. Com a nova configuração, Lira calcula que agora o governo tem entre 340 e 350 votos, que é suficiente para aprovação de Propostas de emenda à Constituição (PEC).

No que diz respeito às indicações para a Caixa, Lira afirmou que a ideia é contemplar diversas legendas de centro, como União Brasil, Republicanos e até parte do PL. "Ali as coisas têm que ser tratadas com muita transparência e vão ser tratadas com muita clareza. E vão ter, claro, indicações políticas que não serão criminalizadas por isso. A turma terá responsabilidade. A exoneração é o primeiro convite para quem não andar corretamente", disse.

Outra parte do acordo que ainda falta ser efetivado é que o Republicanos ficará com os cargos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, disse ser "impossível" zerar a fila de espera do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mas reafirmou o compromisso de chegar, até o final de dezembro, com o prazo de, no máximo 45 dias, para atendimento.

"Zerar a fila é impossível porque, todo mês, você tem que atender o pedido do mês e ainda resolver o que estava acumulado anteriormente", disse, em entrevista ao Papo com Editor, do Estadão/Broadcast. "Por isso, nunca será zerada a fila, sempre terá pedido dentro da lei. Eu espero que, até final de dezembro, a gente consiga atingir o prazo máximo de 45 dias (prazo regular)."

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Um mês após o início do Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social, dados do Portal da Transparência Previdenciária, compilados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), apontam que o estoque de solicitações pendentes passou de 1,79 milhão, em junho, para 1,69 milhão em agosto (até o dia 28) - uma queda de 5,7%.

O programa de enfrentamento à fila, prevendo o pagamento de bônus por produtividade aos servidores públicos, foi lançado no dia 18 de julho. Se forem considerados apenas os pedidos com prazo acima de 45 dias, o porcentual não é muito diferente: uma redução de 7,95% - de 1,1 milhão de requerimentos para 1,05 milhão, no mesmo período. Em entrevista ao Estadão, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, avaliou que os números, de fato, ficaram "aquém" do esperado.

Lupi, contudo, não concorda com a avaliação. "Não é minha opinião que ritmo de redução da fila do INSS está abaixo do esperado". Segundo ele, o processo de redução de filas não é simples e, portanto, o número registrado em agosto é considerado "volumoso". O assunto é considerado prioritário pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na visão do ministro, o alto volume da fila é uma "herança maldita" do governo anterior, sob gestão de Jair Bolsonaro.

Consignado

Depois de tentar uma redução "forçada" dos juros do consignado para 1,7% ao mês no início do ano e ter que recuar após reação dos bancos e da área econômica do governo, Lupi prevê que, com a queda da Selic, será possível chegar a esse patamar até o fim de 2024.

"Eu acho que vou chegar lá. Sou brasileiro, não desisto nunca", disse o ministro. "Seguindo nessa sequência de baixar taxa de juros, baixar lá, baixa aqui (no consignado)."

Em março, o Conselho Nacional de Previdência Social decidiu baixar o teto de juros cobrados no empréstimo consignado a beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), reduzindo o dos então 2,14% ao mês para 1,70% mensais para aposentados e pensionistas.

A decisão, contudo, não teve aval das áreas técnicas da Fazenda, do Planejamento e da Casa Civil, o que gerou forte reação negativa do governo. Além disso, os bancos suspenderam os empréstimos para aposentados e pensionistas devido ao limite mais baixo imposto pelo governo.

Dias depois do anúncio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva interveio na situação e reuniu, no Palácio do Planalto, os ministros Rui Costa (Casa Civil), Lupi e o então secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo. Participaram do encontro também as presidentes da Caixa, Rita Serrano, e do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.

Após a reunião, no final de março, o governo anunciou a taxa máxima de 1,97% ao mês para o consignado. Já em agosto, o Conselho Nacional de Previdência Social aprovou a redução do teto de 1,97% ao mês para 1,91%.

Lupi disse ter esperança de que a Selic, agora a 13,25%, encerre o ano em torno de 9% ao ano até dezembro. De acordo com ele, reunião do Conselho Nacional de Previdência Social decidiu pela proporcionalidade dos índices: "Cai lá, cai aqui."

Questionado, Lupi admitiu que a forma como foi feito o anúncio do corte no início do ano não foi a melhor. "Acho que posso ter falhado na maneira de fazê-lo", reconheceu. No entanto, ele destacou que a discussão para uma redução do índice surgiu a partir de então. "Só erra quem trabalha", disse.

Desempregada há dois meses, Samara Braga, de 32 anos, relatou em uma rede social que sofreu discriminação durante uma entrevista de emprego, realizada no início de setembro. Na publicação, ela compartilha uma conversa, por WhatsApp, com o recrutador, que, segundo o relato de Samara, atrasou três horas para a dinâmica.

"Aconteceu comigo e estou sem acreditar que exista profissional assim. Não é o tipo de publicação que as recrutadoras gostam de ver no perfil [do LinkedIn], mas é necessário compartilhar", escreveu na legenda. No diálogo, Samara inicia falando que já está no aguardo da entrevista, no entanto, não tem retorno por parte do recrutador, que só responde três horas depois.

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Na ocasião, a profissional sinaliza que, por ora, não estava disponível e pontua que a entrevista estava marcada para às 8h. "Posso imaginar a rotina de tantos compromissos de um desempregado", ironizou o recrutador. Com a resposta, Samara alegou que estar desempregada não é sinônimo de disponibilidade. "Neste momento, estou organizando pra levar meu filho pra escola e também estou fazendo pudim que me encomendaram", justificou. Mais uma vez, o homem rebateu com uma fala discriminatória. "Sempre difícil contratar quem tem filhos mesmo. Uma dica: foque no que quer".

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O desabafo de Samara Braga, até o momento, atingiu mais de 26 mil curtidas e quase quatro mil comentários. Após a repercussão, também na mesma rede social, ela salientou que viu muitos relatos semelhantes na publicação. "O que será que passa na cabeça dessa pessoa? Será que ele imagina que alguém que esteja desempregado não tem compromissos diários? Meu filho é a minha maior motivação. Corro atrás pra pagar as minhas contas e não deixar faltar nada pra ele. Pessoas assim não deveriam trabalhar gerindo pessoas. Estou a cada dia mais forte e sigo em busca de uma oportunidade. Obrigada a todos pelo apoio".

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