Maia pediu quase R$1 mi para montar 'caixa 2' do DEM no RJ

Pedidos aconteceram em 2008 e 2010, segundo a delação de Benedicto Junior

por Giselly Santos qua, 12/04/2017 - 19:17

Responsável pelo setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, o chamado “departamento da propina”, o ex-diretor da empresa Benedicto Barbosa da Silva Junior afirmou em delação premiada ao Ministério Público Federal (MPF) que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu a ele R$ 950 mil para montar o “caixa 2” do Democratas no Rio de Janeiro, em 2008 e 2010. O valor, segundo ele, teria sido pago ao assessor especial do ex-prefeito da capital carioca João Marcos. 

“Mantive relação pessoal com os dois, César Maia e Rodrigo Maia. Em 2008 Rodrigo Maia me pediu doação de R$ 350 mil para o DEM, autorizei a doação e foi entregue a João Marcos, assessor especial do prefeito César Maia. Em 2010, ele me procurou novamente e pediu para que fizéssemos contribuição para César Maia e pagamos R$ 600 mil. Foi feito o caixa dois através do setor”, 

Segundo Benedicto, o apelido de César Maia na planilha da Odebrecht é “Inca ou Despota” já o de Rodrigo era “Botafogo”. O diretor do setor de propinas disse que as vantagens indevidas foram para estreitar as relações. “As duas pessoas tinham um poder de influência no Rio de Janeiro muito grande, então era para ter uma relação próxima e de confiança com o doutor Rodrigo e o doutor César. Conversamos várias vezes, ele tinha outras relações mais próximas do que a minha, como o Cláudio Melo Filho. Nunco procurei [Rodrigo Maia] porque eu nunca precisei dele para nada”, detalhou. 

O delator disse ainda que como nenhum dos dois eram candidatos em 2008, o valor foi dividido para nomes do DEM.

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