Dilma repudia machismo de Temer em entrevista a Ratinho

A ex-presidente disse que Temer tem “opiniões machistas ultrapassadas” e "um imenso conservadorismo"

por Taciana Carvalho seg, 01/05/2017 - 09:36
Reprodução/Facebook/Dilma Rousseff Para a ex-presidente, o ex-aliado tem opiniões subalternas sobre o papel da mulher Reprodução/Facebook/Dilma Rousseff

A entrevista que o presidente Michel Temer (PMDB) concedeu a Ratinho, veiculada em seu programa na última sexta-feira (28), foi bastante repercutida principalmente após o apresentador gravar vídeo defendendo o peemedebista. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também se pronunciou sobre o assunto para criticar “as opiniões machistas ultrapassadas” de Temer. 

“A entrevista do senhor Michel Temer ao apresentador Ratinho é um primor de misoginia e patriarcalismo. As mulheres brasileiras não merecem que um golpista, líder de um governo que está impondo o retrocesso social e econômico mais impiedoso sobre o nosso país, venha, mais uma vez, a público e manifeste suas opiniões machistas ultrapassadas”, escreveu em seu Facebook. 

No programa, o presidente respondeu a uma pergunta do apresentador que usava o orçamento familiar para explicar a crise fiscal governamental: "Se o marido ganha R$ 5.000, uma dona de casa não pode gastar mais que cinco [mil], senão ela vai quebrar o marido. Por que o governo gasta mais do que arrecada sempre?”, questionou. Em resposta ao apresentador, Temer declarou: “Acho que os governos agora precisam passar a ter marido, viu, porque daí não vão quebrar”.  

Sobre a frase de Temer, Dilma Rousseff ainda enfatizou que as opiniões do ex-aliado são "tacanhas". “É estarrecedor que no século 21 um presidente, mesmo ilegítimo, tenha opiniões tão tacanhas, rebaixadas e subalternas sobre o papel da mulher na sociedade brasileira. Sua fantástica cegueira política e seu imenso conservadorismo o impedem de ver a importância das lutas e a realidade das conquistas obtidas pelas mulheres brasileiras ao longo das últimas décadas. O Brasil precisa de eleições diretas já”, concluiu. 

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