Temer diz que áudio é 'fraudulento' e advogado da JBS nega
Segundo o advogado, a gravação pode estar mal-feita, por ter sido realizada por um amador, mas é 100% integral
Neste sábado (20), o advogado Francisco de Assis e Silva, responsável por coordenar a delação dos donos da JBS, Joesley e Wesley Batista, negou ao jornal O Globo que tenha havido qualquer edição na gravação da conversa de Joesley com o presidente Michel Temer. De acordo com o advogado, a gravação pode até estar mal-feita, por ter sido realizada por um amador, mas não sofreu qualquer modificação.
Já na tarde deste sábado, durante um novo pronunciamento, Michel Temer disse que é "pífia" a acusação do Supremo Tribunal Federal (STF), a partir da delação de Joesley, porque "a prova" foi manipulada e é "fraudulenta".
"Ele cometeu o crime perfeito. Enganou os brasileiros e agora mora nos Estados Unidos. Quero observar a todos vocês as incoerências entre o áudio e o teor do depoimento dele. Isso compromete a lisura de todo o processo por ele desencadeado", afirmou o presidente.
Por outro lado, o advogado Francisco de Assis confirmou que o material entregue para a Procuradoria-Geral da República é 100% integral. Segundo ele, os ruídos e os trechos inaudíveis da gravação se devem às condições em que a conversa foi registrada. Joesley usou um pen-drive com gravador, comprado em uma loja de equipamentos eletrônicos.
O advogado também afirmou ainda que há uma cópia guardada no exterior e que já estaria a caminho do Brasil para ser comparada à versão entregue para o Ministério Público.
Em seu pronunciamento, além de fazer duras críticas à gravação que chamou de "fraudulenta", o presidente também conduziu sua fala com firmeza, apontando que o áudio não mostra em nenhum momento que ele teria dado o aval para o silencia do ex-deputado Eduardo Cunha. De acordo com o material, no entanto, Temer ouve Joesley Batista falando em propina e não comenta nada.