Edilson nega postura centralista e diz que é 'gerenciador'
De acordo com o deputado estadual do PSOL, alguns membros do partido discordam do seu jeito de fazer política por ele cobrar resultados e gerenciar o próprio mandato
Após o recente rompimento de 40 lideranças do PSOL de Pernambuco com a corrente interna “Somos PSOL”, o deputado estadual Edilson Silva assumiu que o partido tem divergências, mas lamentou a forma como o caso veio a público. Em entrevista ao LeiaJa.com, o socialista negou ter uma postura "centralizadora" e afirmou que atua como "gerenciador do mandato".
De acordo com o deputado estadual, as divergências políticas dentro do partido são saudáveis e naturais no ambiente da política. "Nós temos muitas disputas de visões, mas estamos tranquilos porque sabemos que isso é algo que atinge vários partidos, não só o PSOL. A política é feita de fusões, acordos e desacordos, também", explicou Edilson.
Entre as acusações na carta de ruptura, o grupo classificou Edilson como centralista, autoritário, sem transparência e com pouco diálogo. Entre os que assinaram o documento estão a ex-candidata a vice-prefeita do Recife na chapa liderada por Edilson Silva em 2016, Luciana Cavalcanti; os ex-candidatos a vereadores da capital Leonardo Cisneiros e Severino Alves “Biu”; e de Olinda, Eugênia Lima.
"A política centralista e subordinada à inconstância do deputado acabou provocando uma absorção de toda vida partidária, em suas variadas dimensões, à defesa da política do mandato e do mandatário", diz um trecho da carta. Para Edilson, algumas pessoas discordam do seu jeito de fazer política por ele cobrar resultados.
"Se eu fosse centralista, eu não teria abrido mão da presidência do PSOL no Recife e entregue para um dos que estão assinando a carta. Não tínhamos apoiado tantas lideranças importantes nas eleições do Recife . Nós temos é uma postura de, por exemplo, estabelecer gerenciamento. Talvez alguém não goste disso", disse o psolista.
Questionado se a disputa interna no partido poderia prejudicar o cenário da esquerda nas eleições em 2018, Edilson foi pragmático e negou. "Toda disputa que aparenta algo negativo não soma. Mas, eu acho que essa disputa política não tem incidência sobre os grandes contingentes da população porque eles estão preocupados com a educação de qualidade, saúde, segurança pública e a questão das enchentes".
Para ele, a discussão apenas afeta um setor que acompanha com mais atenção a política. "E esse tem pouca incidência eleitoral direta porque para se eleger um deputado estadual, por exemplo, tem que se fazer 100 mil votos e dialogar com parcelas relevantes da população a partir de outras pautas", pontuou.
Edilson Silva foi eleito deputado estadual em 2014 e atualmente disse ser membro de sete comissões e dez núcleos temáticos que funcionam como uma espécie de secretarias do seu mandato. O deputado é presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, membro da Comissão de Constitução, Legislação e Justiça, da Comissão de Educação e Cultura, de Meio Ambiente, Saúde, Administração e Defesa e Direito da Mulher.
"Eu trabalho muito, por isso não consigo dar conta disso tudo sozinho, tratando desse conjunto de temas, se eu nao tenho uma estrutura de funcionamento colaborativa. Eu sei cada núcleo e grupo e quero que trabalhem e apresentem resultados com metas e prazos", afirmou.
O deputado argumenta ainda que as pessoas que o elegeram querem bons frutos dos recursos públicos. "Isso é o que eu faço, a gente precisa de mandato que apresente resultados e condições. Temos que ter controle e eu cobro. Quem votou em mim quer que eu seja um bom gerenciador do mandato, afinal de contas sao recursos públicos. Isso é você ter noção do que está fazendo e buscar uma equipe competente", concluiu.