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Com a decisão tomada neste domingo (3), durante o Congresso Municipal do PSOL, na presença de mais de 150 delegadas e delegados, a deputada estadual Dani Portela foi escolhida como pré-candidata do partido à Prefeitura do Recife. Com a decisão, ela a única mulher, até o momento, a se colocar na disputa pelo cargo em 2024 em oposição a João Campos.

"Eu quero ser candidata à prefeita do Recife porque, como o Presidente Lula sempre diz, é preciso incluir os pobres no orçamento público. O Recife é hoje uma das cidades mais desiguais do país. As palafitas voltaram à nossa cidade e em todos os lugares por onde andamos vemos famílias inteiras morando nas ruas e pessoas passando fome. É essa realidade que eu quero mudar. Governar é muito mais que fazer obras, é principalmente priorizar as pessoas", pontuou Dani.

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A pré-candidata defende a ampliação das políticas públicas do Governo Federal nos municípios. "Quero governar o Recife com um projeto alinhado ao do Presidente Lula e que se contraponha ao da extrema-direita e da direita tradicional. Quero governar dialogando com os trabalhadores e trabalhadoras dessa cidade, fortalecendo o serviço público, porque são os mais pobres que mais precisam dele. Quero ser a primeira prefeita negra do Recife para governar para aqueles e aquelas que são sempre excluídos das prioridades das políticas públicas mas que são a maioria da nossa cidade", finalizou.

O presidente estadual do PSOL Thiago Paraíba ressaltou a decisão do encontro. "É uma importante decisão que o PSOL toma, definindo a companheira Dani Portela como nossa pré-candidata a prefeita do Recife. Certamente, ela representará muito bem o programa de esquerda que vamos apresentar à sociedade e, pelo caráter estratégico do Recife, contribuirá para fortalecer o partido em todo o estado”, destacou.

Thiago Carvalho, que na ocasião foi eleito presidente municipal do PSOL no Recife, também falou sobre a escolha do partido para a eleição. "A escolha de Dani Portela como nossa pré-candidata é o primeiro passo que damos para nossa participação na eleição de 2024. A partir de agora vamos iniciar a construção de um programa de esquerda, com muita participação popular e muito diálogo com os movimentos e com toda a esquerda, para apresentar ao povo do Recife na eleição", reforçou.

A partir de agora, o PSOL junto a Rede, partido com o qual está federado, deverá abrir diálogo com as siglas de esquerda e movimentos sociais para debater a cidade.

*Da assessoria de imprensa

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados se reúne nesta quarta-feira (22), às 11 horas, para analisar processos contra a deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) e o deputado André Fernandes (PL-CE). O deputado Paulo Magalhães (PSD-BA) é o relator do primeiro, enquanto o deputado Gutemberg Reis (MDB-RJ) relata o segundo. Os pareceres preliminares ainda não foram apresentados.

Célia Xabriabá responde a representação do PL (REP 9/23), que acusa a deputada de quebrar o decoro parlamentar ao ofender o deputado Zé Trovão (PL-SC) durante a votação do marco temporal que limita a demarcação de terras indígenas àquelas já ocupadas tradicionalmente desde 1988 (PL 490/07). Segundo o PL, Célia Xabriabá teria afirmado na sessão que os deputados favoráveis à proposta eram "assassinos do nosso povo indígena".

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A parlamentar protocolou defesa prévia em que nega ter proferido a palavra "assassinos". "Desafiamos o autor a apresentar as imagens contendo a conduta atribuída à representada", rebateu Célia Xabriabá, que pede o arquivamento da representação.

Já o deputado André Fernandes é acusado pelo PT de proferir falas de teor discriminatório durante a votação da reforma tributária (PEC 45/19). Na sessão, André Fernandes questionara uma explicação do deputado Rogério Correia (PT-MG) de que uma referência a gênero no texto da proposta se tratava de "gênero alimentício", e não orientação sexual.  "Se o que o Rogério Correia está dizendo que isso aqui que eu estou apontando é gênero alimentício, então, essa raça que ele está falando aqui é o quê? É raça de boi?", perguntou.

André Fernandes afirmou ser contra o racismo e rebateu a denúncia como caluniosa. Na REP 19/23, o PT aponta que as afirmações do deputado são marcadas por uma postura racista e discriminatória e pela ridicularização da questão racial e de identidade de gênero.

*Da Agência Câmara de Notícias

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) terá que esclarecer um discurso onde comparou professores a traficantes de drogas. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Kássio Nunes Marques, deu 15 dias para que o filho do ex-presidente se manifeste a respeito do ação da deputada Luciene Cavalcante (PSOL).

"Além de ser uma fala ABSURDA, é uma violação expressa da nossa Constituição por um legislador, o que agrava o caso. Professores devem ter liberdade de cátedra garantida, bem como zelar pelos direitos humanos e estimular a tolerância e o respeito à diversidade e liberdade individuais. O que eles chamam de "doutrinadores" são professores que cumprem o seu papel de educar cidadãos para viverem coletivamente com respeito, harmonia, saúde e segurança", postou a deputada no Instagram.

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"Não à toa vemos casos de violências nas escolas aumentarem, como ocorreu em Sapopemba na semana passada. A constante perseguição a que profissionais da educação defensores dos direitos humanos estão submetidos devido à crescente cultura do medo e pânico moral também tem gerado adoecimentos, demissões e precarizado a educação. Toda a comunidade escolar perde com essa triste situação", finalizou Luciene.

O que ele disse?

Em Julho, em evento realizado pelo grupo Pró Armas em Brasília, Eduardo Bolsonaro declarou que "não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar os nossos filhos para o mundo do crime".

Outra ação

Esta mesma fala do deputado é alvo de outra ação da Associação dos Professores da Universidade Federal do Paraná (APUFPR). A entidade, que representa quatro mil servidores da UFPR quer que o parlamentar pague uma indenização de R$ 20 mil por docente.

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou, por 10 votos a três, a representação feita pelo Psol contra o deputado Ricardo Salles (PL-SP). O partido alegou que, enquanto exercendo a função de relator da Comissão Parlamentar de Inquérito do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), cometeu "violência de gênero" por usar o colegiado como "arma política para intimidação" e também fala da perseguição do parlamentar em publicações contra Sâmia Bomfim (Psol-SP) nas redes sociais.

Em maio, Salles pediu a extração das falas da deputada Talíria Petrone (Psol-RJ) após ela fazer acusações ao deputado. Ele fez o pedido para apresentar ação contra a colega no colegiado - já protocolada e arquivada por votação na instância.

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Em sua defesa, Salles disse que o que acontecia o inverso. Deputadas do Psol faziam ataques a integrantes da comissão, inicialmente composta, em sua maioria, por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. "A CPI do MST presenciou um sem-número de ataques e provocações muito pesadas, inclusive, de deputadas a um sem-número de deputados ali presentes, rotulados de terroristas, assassinos, genocida, bandido", afirmou. "Era uma estratégia de ataque, escamoteado atrás da discussão de gênero."

O Conselho de Ética também arquivou, por 11 votos a um, uma representação do PL contra o deputado Glauber Braga (Psol-RJ). A legenda acusou Glauber de "ferir gravemente" a honra de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Bolsonaro, ao falar do caso das joias sauditas trazidas pelo ex-presidente, caso revelado pelo Estadão.

"Fica quietinho. Você já devolveu todos os colares? Já devolveu todos os colares?", questionou Braga a Eduardo. O PL justificou que Glauber imputou o "falso crime" de peculato. "Não é aceitável que em meio aos trabalhos de uma comissão desta Casa, um parlamentar inicie demasiados ataques desordeiros", escreveu o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto.

Glauber sustentou que o que foi dito não passou de "uma discussão política de natureza dura", mas que não extrapolava os limites do que dispõe a Constituição e o Código de Ética.

Até o momento, o Conselho de Ética não deu prosseguimento a nenhuma das 22 representações protocoladas no colegiado. O presidente da comissão, Leur Lomanto Júnior (União-BA), fez um apelo a parlamentares em setembro para que parassem de fazer trocas de acusações por via de representações. O PL é o autor de mais ações: foram 11 até o momento.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerou que a greve no transporte na capital tem motivação política e associou a paralisação a "interesses políticos e ideológicos" e à eleição municipal de 2024. Em referência ao pré-candidato à Prefeitura do município, deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), Tarcísio questionou como a cidade será governada "por uma pessoa que não vai querer dialogar com o governo".

"Basta ver os vídeos das assembleias que percebemos essas motivações políticas, percebemos o que tem por trás, porque eles deixam muito claro. Infelizmente, nós temos hoje uma confusão de sindicato com partido político, um controle desses sindicatos por determinados partidos. Partidos que já mostram que não têm a menor disposição para dialogar. E que estão pleiteando, por exemplo, eleição municipal no ano que vem. O que será de uma cidade governada por uma pessoa que não vai querer dialogar com o governo?", disse o governador em entrevista coletiva concedida para comentar a greve unificada nesta terça-feira, 3.

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O governador afirma que não há diálogo com os grevistas. Camila Lisboa, que preside o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, é filiada ao partido de Boulos. A crítica de Tarcísio segue a mesma linha das declarações do prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que chamou greve no Metrô de "ideológica" e disse que a paralisação é "apoiada pelo PSOL". Nunes e Boulos devem se enfrentar pelo comando da Prefeitura no ano que vem.

Na manhã desta terça-feira, Tarcísio lamentou a greve e afirmou que a população está "refém de sindicatos". "Uma greve ilegal e abusiva, na qual nem mesmo a decisão da Justiça é respeitada e que tem como real objetivo promover o caos e atrapalhar a vida de quem realmente quer trabalhar por nosso Estado", afirmou.

Mais tarde, em entrevista à GloboNews, o governador voltou a apontar a necessidade de diálogo entre a Prefeitura de São Paulo e governo do Estado, enfatizando que isso acontece atualmente, com Ricardo Nunes no cargo. "De fato nós temos tido uma sinergia muito grande com a Prefeitura, então existem várias ações que precisam ser coordenadas. Não só na questão do enfrentamento à greve, como é o acionamento das linhas de ônibus, como é a questão do ponto facultativo. Mas no dia a dia, na construção de políticas públicas, e a capacidade de diálogo é fundamental. O cidadão ganha se tiver um bom alinhamento entre governo do Estado e Prefeitura", disse ele.

Boulos defendeu que a "grande responsável" pela greve é a intransigência do governo de São Paulo. "Os trabalhadores propuseram em juízo liberar as catracas em vez da paralisação, para não prejudicar os usuários. O Governo Estadual recusou a proposta. Apostou no conflito e não no diálogo", disse.

A greve unificada da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) fechou seis linhas completas e duas de forma parcial. A paralisação foi definida inicialmente para durar 24 horas.

Posteriormente, um novo encontro do grupo vai avaliar quais serão os desdobramentos da campanha contra as privatizações e terceirizações dos serviços. Funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp, também estão paralisados em protesto.

As categorias querem o cancelamento, pelo governo do Estado, dos processos de privatização e terceirização das empresas públicas, além da realização de um plebiscito com a população sobre o tema.

O grupo político liderado pelo deputado federal e pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP), saiu vitorioso do 8º Congresso Nacional do PSOL, encerrado neste domingo (1º), em Brasília, ao conseguir eleger a historiadora Paula Coradi como presidente do partido com 67,1% dos votos. Ela vai comandar a legenda até 2026. O encontro foi marcado pela tensão entre as diferentes correntes partidárias e teve que ser interrompido após uma briga entre militantes que descambou para a troca de socos.

Assim como Boulos, Coradi pertence à ala da Revolução Solidária, corrente do partido que defende aproximação maior com o PT e com o governo Lula (PT). Já a corrente Movimento Esquerda Socialista, integrada pelas deputadas Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Fernanda Melchionna (PSOL-RS), foi derrotada. Essa ala entende que o PSOL precisa adotar postura de independência em relação a Lula.

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"Eleger Guilherme Boulos a prefeito de São Paulo vai ser uma das grandes tarefas e desafios que o PSOL vai se empenhar e vai fazer de tudo para produzir essa vitória política que, além de ser uma vitória enorme do PSOL, vai ser uma vitória enorme para toda a esquerda brasileira", disse Coradi em entrevista à TV PSOL logo após o fim do Congresso. Ela também afirmou que o partido planeja reeleger Edmilson Nogueira, prefeito de Belém (PA), e que tem "muito boas possibilidades" com os deputados federais Tarcísio Motta, pré-candidato no Rio de Janeiro, e Talíria Perrone, pré-candidata a prefeita de Niterói (RJ).

A pré-campanha de Boulos foi alvo de críticas internas de parte do PSOL ao anunciar que terá como marqueteiro Lula Guimarães, nome responsável pelas campanhas eleitorais de João Doria e Geraldo Alckmin em 2016 e 2018, respectivamente. Enquanto isso, o PT confirmou apoio à candidatura do psolista à Prefeitura de São Paulo em 2024, em cumprimento ao acordo firmado para que ele desistisse de se candidatar ao governo do Estado na última eleição e apoiasse o hoje ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP).

Capixaba de Vila Velha (ES) e professora licenciada da rede estadual de ensino do Espírito Santo, Coradi vai substituir Juliano Medeiros, que presidiu o PSOL entre 2017 e 2023. Em nota divulgada à imprensa ainda na condição de presidente, Medeiros disse que a direção do PSOL lamenta o desentendimento ocorrido entre dois militantes durante o evento. "O caso está sob apuração das instâncias responsáveis. O incidente não alterou o curso do encontro que se encerrou elegendo a nova direção e aprovando todas as resoluções previstas", declarou.

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A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) foi eleita a "Melhor Deputada" do Brasil e do Sudesta no concurso do Congresso em Foco. A premiação foi entregue na noite da quinta-feira (22). A parlamentar foi eleita como melhor deputada tanto por voto popular quanto por voto dos jornalistas. 

Em suas redes sociais, a deputada celebou a conquista agradecendo as pessoas que deram seus votos. "A noite de ontem foi de muitos prêmios: além de vencer a categoria ‘Melhor deputada’ tanto no voto popular, quanto na votação dos jornalistas, fui escolhida também como a melhor deputada do Sudeste.  Muito obrigada, mais uma vez, a todo mundo que votou, se mobilizou, pediu votos. Essas vitórias são nossas, pois a coragem é um sentimento coletivo! Seguimos juntos!", celebou a parlamentar. 

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"minha deputada.... obrigada por todo esforço e enfrentamento....", comentou uma seguidora. "Prêmio mais que merecido Parabéns samia.", parabenizou outra. "Parabéns!!! Sou mineira, acompanho sua luta. Deus a abençoe. Muito merecido.!!! Aproveite!!!", escreveu uma fã. 

Tem início nesta sexta-feira (22) o julgamento virtual, no Supremo Tribunal Federal (STF), acerca da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. O processo, de autoria do PSOL, ainda em 2017, e que ocupa espaço de debate na suprema corte desde então, é relatado pela presidente da Casa, a ministra Rosa Weber. Prestes a se aposentar, a magistrada desengavetou o texto e abriu ação de julgamento, reacendendo as polêmicas trazidas com a pauta. 

Ao LeiaJá, o cientista político Victor Barbosa esclareceu uma das razões pelas quais a ministra escolheu por finalizar sua atuação no STF com essa decisão tomada. “A ministra Rosa Weber tem se esforçado para encaixar na agenda do STF os processos dos quais quer participar. Tanto é que o julgamento será iniciado no plenário virtual, devido a sua ‘agilidade’. Neste modelo, os ministros postam seus votos por escrito. Caso fosse no plenário presencial, uma sessão inteira seria consumida por sustentações e debates, por exemplo, o que provavelmente impossibilitaria a ministra de expressar seu voto”, explicou. 

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O aborto é permitido no Brasil em apenas três circunstâncias: casos de estupro; se há risco de morte para a gestante; ou se o bebê é anencéfalo (má formação cerebral). Segundo o processo feito pelo PSOL, a proposta visa alterar o entendimento existente no Código Penal, vigente desde 1940, que criminaliza o aborto voluntário, conforme seus artigos 124 e 126. A temática ainda é considerada polêmica nas mais variadas esferas, interferindo, portanto, na tomada de decisões por meio das autoridades pertinentes, como os poderes Legislativo e Judiciário. 

Segundo Victor Barbosa, a simples expressão de uma opinião pode ser considerada cara demais a um partido ou coalisão política, tendo em vista o peso que o conservadorismo agrega ao debate. “No geral, a sensibilidade em torno da questão da descriminalização do aborto está enraizada nas convicções morais e religiosas da população. Temos, sim, uma grande quantidade de políticos que levantam abertamente bandeiras contrárias ao aborto, mas outra parcela significativa tenta se distanciar do assunto para não alienar uma parte de seu eleitorado”, analisa Barbosa. 

A dificuldade em se chegar em um acordo está, inclusive, presente na forma com que os debates vêm sendo levantados no decorrer dos anos. Como é o caso de um estudo, citado por Victor Barbosa, feito em 2017 por Luis Miguel, Flávia Biroli e Rayani Mariano. Eles analisaram os debates acerca da descriminalização do aborto no Congresso Nacional no período de 1991 a 2014, observando as bancadas que cresceram e as que diminuíram ao longo dos anos. “Os dados apresentados revelam que houve uma crescente atuação de parlamentares conservadores no Congresso, em sua maioria religiosos. Apesar de sua ligação com igrejas, os parlamentares que se posicionam contrários ao direito ao aborto reduziram, ao longo do tempo, o uso de argumentos abertamente religiosos, o que demonstra que a questão da laicidade do Estado ganhou peso no debate”, pondera o cientista. 

O que esperar dos votos? 

“É incerto como a maioria da corte se posicionará. A probabilidade mais alta é que os indicados à Corte pelo ex-Presidente Bolsonaro, Kássio Nunes Marques e André Mendonça, votem contra a questão em discussão”, afirma Barbosa. 

 

A contratação do marqueteiro Lula Guimarães para a campanha do deputado federal Guilherme Boulos à Prefeitura de São Paulo gerou uma crise no PSOL. O motivo da divergência é o histórico profissional do publicitário, que já comandou as campanhas de João Doria (2016) e Geraldo Alckmin (2018). Além disso, Guimarães é sócio da Benjamin Comunicação, agência contratada pelo iFood para atuar contra a mobilização de entregadores de aplicativo em 2020.

Sete grupos internos do PSOL assinaram uma nota de repúdio contra a contratação do marqueteiro. No texto, o acordo entre Boulos e Guimarães é classificado como "inaceitável". A nota diz ainda que os métodos do publicitário são típicos do bolsonarismo. De acordo com o diretório estadual do PSOL, os signatários do texto são minoritários dentro do partido, representando 26% da legenda. Já a assessoria de imprensa de Boulos informou que, apesar das críticas internas, o contrato com Guimarães será mantido. Procurado, Lula Guimarães não se manifestou sobre o episódio.

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"É inaceitável que o PSOL e a candidatura de Guilherme Boulos trabalhem com quem tem esse histórico de atuação. Isso vai além de ter trabalhado em campanhas de políticos tradicionais da direita paulista, como Geraldo Alckmin e João Doria, trata-se (o caso do iFood) de uma prática antissindical das mais baixas e sujas, pois não atua na arena aberta da disputa política, mas sim com desinformação, método típico do bolsonarismo", diz a nota.

O texto segue e afirma que a manutenção do contrato com Guimarães significa, para Boulos e o PSOL, mais um passo em direção à "forma 'tradicional' de fazer política, na qual a imagem criada por marqueteiros importa mais do que o movimento legítimo dos trabalhadores".

De olho em 2024, Boulos organiza 'giros' por bairros de SP

Com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, Boulos será o candidato da esquerda em São Paulo nas eleições de 2024. De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada no fim de agosto, ele larga na frente na corrida à Prefeitura, com 32% das intenções de voto. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) aparece logo em seguida, com 24%. O levantamento também traz a deputada federal Tábata Amaral (PSB) com 11% e o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) com 8%.

Para dar a arrancada de sua pré-campanha, Boulos tem feito uma série de encontros pela cidade de São Paulo. Na última sexta-feira (15) o pré-candidato cumpriu agenda em Perus, na zona norte da capital. Neste momento, o psolista está priorizando os bairros das periferias, porém os encontros também vão contemplar a região central da capital. O objetivo é aproximá-lo do eleitorado, além promover debates sobre os problemas do município para a construção do programa de governo.

Nesta segunda-feira (18), o ex-presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE), Áureo Cisneiros, oficializou sua saída do PSOL Pernambuco. Através de uma carta enviada ao presidente da executiva nacional do partido, Leandro Martins, o agente solicitou a exclusão do quadro de filiados da sigla.

Em março, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) mandou reintegrar o sindicalista ao cargo de comissário de polícia, no qual foi demitido em janeiro de 2021. Na época da demissão, Cisneiros disse que sua retirada do cargo foi motivada por perseguição política do ex-governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).

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Ele alegou que o governo do Partido Socialista Brasileiro o perseguia por suas atividades sindicais e por suas críticas ao programa de segurança Pacto pela Vida. No mês passado, a governadora Raquel Lyra (PSDB-PE) assinou a reintegração de Áureo Cisneiros, em cumprimento a uma determinação da 1ª Turma do STJ.

A volta ao cargo foi relembrada na carta em que ele comunicou a sua saída do partido de esquerda. "Continuo sim na vida política, mas não mais partidária. Fui agraciado por Deus com minha reintegração à Polícia Civil e retribuirei essa generosidade continuando a luta sindical, contribuindo no debate sobre políticas de segurança pública e me dedicando integralmente aos colegas e amigos Policiais Civis".

"Agradeço aos companheiros que me acolheram ao longo desses anos no PSOL, mas irei me dedicar integralmente ao sindicalismo, aos interesses da minha categoria que injustamente não é vista por muitos como trabalhadores. Mas Policiais Civis são trabalhadores e como todos os trabalhadores também têm seus direitos. A luta política continua, mas agora será 100% no campo sindical, integralmente dedicada a valorização dos Policiais Civis e na construção de uma política de segurança pública garantidora da vida e paz social", pontuou.

Além disso, ele afirma que sua desfiliação, na prática, já havia ocorrido no primeiro semestre deste ano, após pedido oficial no mês de abril, porém resolveu oficializá-la e tornar o assunto público, apenas neste momento.

 

 Neste sábado (16), acontecerá o 8º Congresso do Psol PE. Ao menos 151 delegados(as) estaduais, eleitos(as) durante as plenárias municipais, terão vez e voto para escolher o novo comando da legenda pelos próximos três anos. O encontro acontecerá, a partir das 10h, no Clube do Sindsprev, BR-101, Km 57 - s/n - Guabiraba, no Recife.

Além disso, na ocasião serão debatidas as quatro teses propostas pelos grupos que disputam o comando da legenda; e aprovadas as resoluções de organização partidária, conjuntura politica e a tática para as eleições de 2024.

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As teses que disputam o comando do PSOL em Pernambuco são:  Primavera Socialista por um PSOL Popular; Psol Pernambuco de Todas as Lutas- Revolução Solidária; PSOL-PE Independente! Pra Lutar contra a Extrema-direita e Conquistar Direitos e Sementes PSOL-PE.

Vale salientar que a tese 02 “Revolução Solidária”, teve 1.956 dos 4.379 votos nas etapas municipais. Isso corresponde a quase 45% dos eleitores. O grupo que já larga na frente, tem como referência a deputada estadual Dani Portela; a vereadora do Recife Elaine Cristina, as ex-codeputadas das Juntas Robeyonce, Jo Cavalcanti e Joelma Carla, além de Eugênia Lima, em Olinda e o atual presidente estadual Tiago Paraíba.

O grupo Primavera Socialista por um PSOL Popular é representado por João Arnaldo. O PSOL-PE Independente! Pra Lutar contra a Extrema-direita e Conquistar Direitos tem à frente do grupo o dirigente Leandro Recife ; e a tese Semente PSOL-PE, é representada pelas ex- codeputadas Carol Vergolino e Kátia Cunha, além do vereador do Recife Ivan Moraes.

De 29 de setembro a 1° de Outubro, acontece o Congresso Nacional em Brasília (DF). Nele, haverá discussões estratégicas do partido, além de aprovação de resoluções e da escolha da nova Presidência Nacional. Serão avaliadas e debatidas a conjuntura Nacional e Internacional, além da tática partidária para o próximo período; os desafios para as eleições 2024 e 2026; análise do balanço da gestão e organização partidária, e a eleição da nova direção nacional, dos integrantes do Conselho Fiscal, da Comissão de Ética, e da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco.

*Da assessoria 

Durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realizada nesta terça-feira (29), a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) chamou Ricardo Salles (PL-SP) de "réulator" - trocadilho que junta as palavras réu com relator - em referência à denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra o ex-ministro do Meio Ambiente da gestão Bolsonaro.

Através de placas, a parlamentar listou os crimes pelos quais Salles é acusado: corrupção passiva e ativa, prevaricação, advocacia administrativa, facilitação de contrabando, desacato, crime contra a administração ambiental, obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do poder público, falsidade ideológica, violação de sigilo funcional e organização criminosa.

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“Foi escolhido por essa comissão um 'relator', e, desde o ínicio [da CPI], a escolha deste relator tinha muito questionamento. Tendo em visto, seus interesses diretos em desmobilizar a reforma agrária neste país. Mas, os últimos acontecimentos tornam ainda mais grave a presença deste sujeito [Salles] na relatoria desta CPI porque ele não é mais um relator, é um réulator”, disse a deputada.

Denúncia do MPF

A denúncia contra o deputado da extrema direita, recebida pela Justiça Federal do Pará, atinge outras pessoas, entre elas o ex-presidente do Ibama, Eduardo Bim.







O bolsonarista, relator da CPI do MST, foi denunciado no processo que apura a exportação ilegal da madeira extraída de árvores da floresta amazônica para os Estados Unidos. Salles é acusado de criar no Ibama confições favoráveis para a defesa de interesses privados contra o interesse público.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado







De acordo com a Polícia Federal (PF), as cúpulas do Ministério do Meio Ambiente do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do instituto também manipularam pareceres e documentos.

Reações

Em suas redes sociais, Sâmia Bomfim publicou o vídeo da sua apresentação durante a sessão da CPI desta terça-feira (29). Vários de seus apoiadores agradeceram a postura da parlamentar contra o bolsonarista.

"Obrigada Sâmia", escreveu a seguidora Taciana Nascimento. "Enfim o 'Menino da Porteira' vira réu por contrabando de madeira e formação de quadrilha. Se tudo der certo ele não irá mais 'passar a boiada' e sim passar um bom tempo trancado com a gadaiada", ironizou outro seguidor.

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O vereador Ivan Moraes surpreendeu os colegas da Câmara Municipal do Recife ao anunciar que não vai se candidatar à reeleição em 2024. A notícia foi dada na manhã desta terça (1º), na 40ª reunião ordinária que marca a volta do recesso legislativo.

Primeiro vereador eleito e reeleito pelo PSOL na cidade, Ivan ocupa o mandato desde 2017 e se estabeleceu como uma das lideranças da esquerda no legislativo. "Vou dar esse passo para o lado, para que cada vez mais pessoas possam ocupar esse lugar", disse em seu discurso na tribuna.  

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Jornalista e ativista dos direitos humanos, ele afirmou que vai cumprir o compromisso de não assumir dois mandatos consecutivos dos cargos que vier ocupar e resumiu sua atuação na Casa de José Mariano com uma passagem de "intransigência nos princípios e flexibilidade no diálogo". 

"Sigo na política e na luta. Sigo convidando todo mundo pra participar e vou apresentar para o Recife um Plano de FeliCidade", publicou em seu perfil nas redes sociais.

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O PSOL decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 16, para barrar a tramitação da proposta de emenda à Constituição (PEC) da Anistia, que isenta partidos que paguem ao erário brasileiro por irregularidades cometidas entre 2015 até 2022, inclusive em relação ao descumprimento das cotas de gênero e raça. A ação judicial é assinada pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP). Ela argumenta que a PEC fere a cláusula pétrea que veda a votação de emendas que tendem a abolir os direitos e garantias individuais.

Sâmia diz que a PEC é inconstitucional, "institui uma anistia genérica" e "ultraja cabalmente" do poder de uma emenda. e apresenta dados sob a sub-representação política de mulheres e negros no Congresso. "Estamos premiando, com essa PEC, a desobediência dos partidos políticos em efetivar as medidas de inclusão de mulheres e de pessoas negras na política, o que representa um verdadeiro retrocesso em uma matéria que ainda avança em doses homeopáticas", disse.

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Caso aprovada, será a quarta anistia autoconcedida pelos partidos aprovada pelo Congresso em 30 anos. Em 2022, o Legislativo já aprovou uma emenda que perdoou partidos que não usaram os recursos destinados às campanhas femininas na eleição de 2020. O texto então em vigor dizia que as legendas deviam destinar o mínimo de 30% dos recursos do fundo eleitoral, abastecido com dinheiro público, a candidatas mulheres e oferecer quantidade proporcional do montante a candidaturas negras por sigla.

O PSOL e o Novo são as únicas legendas que se posicionaram contrariamente à autoanistia dos partidos. Nesta terça-feira, 16, a PEC está sendo apreciada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.

No ano passado, as legendas tiveram a cifra recorde de R$ 5,7 bilhões no fundo eleitoral, bancado com recursos públicos, para eleger candidatos aos Legislativos e Executivos do País.

Com atuação voltada ao combate à intolerância de gênero e racial, o ex-deputado David Miranda usou os mandatos no legislativo como ferramenta para a conquista de direitos civis. Ele teve a morte confirmada nessa terça-feira (9), após nove meses hospitalizado pelo agravamento de uma infecção intestinal. Hoje seria seu aniversário de 38 anos. 

Nascido em uma realidade dura, na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, David Miranda enxergou a política como um meio de justiça às violências sofridas contra gays e negros. Em 2014, se filiou ao PSOL e, em 2016, se tornou o primeiro homem assumidamente gay eleito na Câmara de Vereadores do Rio. 

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Seu mandato foi responsável pelo projeto de lei municipal que assegurou o uso do nome social para pessoas trans em instituições públicas da cidade. David também foi o autor do projeto que priorizava o pagamento dos servidores pela prefeitura. A medida evitava que outra despesa fosse paga antes dos funcionários, assim como, o congelamento ou parcelamento dos salários. 

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Em 2019, o então vereador deixou a suplência e assumiu a cadeira do deputado Jean Wyllys na Câmara dos Deputados. O titular deixou o Brasil após as ameaças de morte ganharem força contra ele em meio ao governo Bolsonaro. 

Miranda levou suas pautas ao Congresso Nacional. Marcelo Camargo/Agência Brasil

David levou o projeto de priorização dos servidores para Brasília e também propôs uma lei com medidas protetivas à comunidade LGBTQIA+. Além de apresentar mecanismos de proteção para pessoas em situação de violência, como na Lei Maria da Penha, ela indicava os órgãos que deveriam expor placas do Disque 100 para denúncias sobre raça e etnia. 

O ex-parlamentar também sugeriu criar uma educação voltada à realidade da população LGBTQIA+ para professores e políticos. Ainda em sua atuação, tentou implementar ações de combate ao suicídio e ao sofrimento psíquico de policiais e agentes de segurança. 

No ano passado, David filiou-se para o PDT para disputar a reeleição. Em agosto, dois meses antes do pleito, ele foi socorrido e internado no hospital. O corpo será velado nesta quarta (10), na Câmara Municipal do Rio.

Casado com o jornalista Glenn Greenwald, ex-editor do The Intercept, ganhou reconhecimento no Brasil com a série de publicações da Vaza Jato, David Miranda deixa o marido e três filhos. 

 O ex-deputado federal David Miranda (PDT) morreu, aos 37 anos, na manhã desta terça-feira (9), no Rio de Janeiro. A morte foi confirmada pelo marido, o jornalista Glenn Greenwald, um dia antes do aniversário do ex-parlamentar. Ele deixa três filhos.

"É com a mais profunda tristeza que comunico o falecimento do meu esposo. Ele faria 38 anos amanhã. Sua morte, esta manhã, ocorreu após uma batalha de 9 meses na UTI. Ele morreu em plena paz, cercado por nossos filhos, familiares e amigos", confirmou Glenn nas redes sociais.

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David Miranda foi socorrido no dia 6 de agosto de 2022 por conta de uma infecção gastrointestinal. Durante os meses internado na UTI, ele sofreu diversas infecções, que culminaram em uma quadro de septicemia.

Pouco mais de dois meses após assumir o mandato na Câmara Municipal do Recife, o coletivo Pretas Juntas confirmou a ruptura na manhã desta quarta-feira (19). A co-vereadora Débora Aguiar acusa a vereadora Elaine Cristina de golpe e diz que sequer houve uma conversa sobre o seu desligamento e de outras coordenadoras do mandato. 

Com 2.965 votos conquistados em 2020, a campanha alcançou a suplência do PSOL na Casa e, em fevereiro deste ano, assumiu a cadeira após a titular, Dani Portela, eleger-se como deputada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A informação sobre o fim do coletivo foi dada nas redes sociais pela vereadora Elaine Cristina.  

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Ela indicou que era violentada e cerceada pela co-vereadora e pelas quatro coordenadoras que foram expulsas do coletivo. Segundo ela, essas pessoas “deveriam estar somando comigo nas batalhas e enfrentamentos diários no espaço legislativo, que por si só já é tão hostil a todas nós". 

No comunicado, Elaine apontou que as ex-companheiras desrespeitavam a própria composição coletiva e os princípios e valores adotados pelo grupo. "Num projeto que se diz coletivo, não cabem posturas autoritárias e violentas de qualquer tipo. Não é possível fazer um projeto de fortalecimento de mulheres negras nos espaços de poder, se algumas assumem uma postura de instrumentalizar outras, sem qualquer respeito aos princípios e valores que devem reger a nossa prática política". 

A co-vereadora Débora Aguiar também se pronunciou e acusou a ex-colega de golpe. Ela pontuou que a vereadora abandonou as demandas dos movimentos sociais que apoiaram a candidatura das Pretas Juntas e começou a diminuir a atuação de outras mulheres dentro do mandato.  

Débora conta que foi retirada do cargo sem qualquer diálogo e bloqueada do perfil das redes sociais nesta manhã. "Elaine Cristina e Larissa Montanhas não estavam comprometidas em defender as agendas antiprobicionistas, e que fortalecem a democracia e Elaine Cristina se negava a falar de forma integral os discursos que nós construíamos, se isentando de denunciar o bolsonarismo, a política punitivista, a exemplo dos casos das violências nas escolas. Diversas reuniões e agendas, eu não fui comunicada nem convidada. Desarticular minha ida a espaços, como na última reunião de Parlamentares Negros em Brasília", apontou. 

A gestão do coletivo Pretas Juntas era composta por cinco coordenadoras, que deveriam tomar as decisões em consenso. Entretanto, o acordo não teria se cumprido por parte de Elaine. "Durante esses três meses de forma autoritária tomaram várias decisões sem o consentimento da Coletiva e das coordenadoras. Desde agendas políticas a decisões financeiras".  

"Ontem à noite, mais uma vez, Elaine mostrou sua postura autoritária e sem nenhum diálogo comigo, exonerou quatro das cinco coordenadoras. É extremamente desrespeitoso e vergonhoso o que ela tem feito com a vida das pessoas", complementou Débora Aguiar. 

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O LeiaJá entrou em contato com a vereadora Elaine Cristina e com a co-vereadora Débora Aguiar, mas não foi atendido. 

Em nota, o PSOL Pernambuco informou que ainda vai se reunir para debater sobre a ruptura, ams acolhe a vereadora Elaine Cristina como representante do partido na Casa.

"A Direção do partido irá se reunir em breve para discutir o ocorrido. De antemão, a legenda reconhece o significado do coletivo que foi eleito com mais de 2,5 mil votos na capital pernambucana e sua dedicação em importantes pautas como a defesa da classe trabalhadora e a luta feminista, antiprobicionista e antirracista. Contudo, o espaço legislativo na Câmara Municipal do Recife é do PSOL , que acolhe a psolista Elaine Cristina, e defenderá o mandato que pertence à legenda", considerou o partido.

PSOL, PCdoB e Solidariedade pediram na quinta-feira (30) que o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhe para o gabinete do ministro Gilmar Mendes a ação em que as três legendas pedem a suspensão das multas previstas em acordos de leniência assinados por empreiteiras no âmbito da Operação Lava Jato. 

Acordos de leniência são como uma espécie de delação premiada, em que pessoas jurídicas assumem a responsabilidade por atos ilícitos e pagam multas para que possam continuar negociando com o poder público.

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Os partidos argumentam que Mendes deve ser o relator da ação por ele já relatar outro processo, um mandado de segurança, sobre o tema. Para as legendas, isso significa que o ministro deve ser escolhido por prevenção, princípio pelo qual, ações sobre um mesmo assunto e com pedidos similares devem ficar com o mesmo relator, para que não se produzam decisões conflitantes, por exemplo.

A ação foi protocolada no Supremo já com o pedido de distribuição para Gilmar Mendes, que é crítico dos acordos fechados no âmbito da Lava Jato. A solicitação, contudo, foi ignorada, e o processo acabou sendo distribuído a Mendonça, por sorteio.

Mendonça, por sua vez, já trabalhou na negociação de acordos de leniência quando era integrante da Advocacia-Geral da União (AGU). Antes de integrar o Supremo, o ministro fez doutorado na área de recuperação de ativos desviados pela corrupção, sendo requisitado por órgãos da administração pública federal para auxiliar em projetos sobre o assunto. Não há prazo definido para que o ministro decida sobre a relatoria. 

Entenda

Os partidos da base aliada do governo protocolaram nesta semana uma ação de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) no Supremo, em que pedem que os pagamentos das multas, que passam de R$ 8 bilhões, sejam suspensos por colocar em risco a continuidade do funcionamento das empresas, o que prejudicaria o interesse econômico e a soberania nacional.

As legendas argumentam a ocorrência de vícios na negociação, como por exemplo o fato de que algumas das empresas que fecharam os acordos, como a Odebrecht, negociaram os termos quando tinham executivos presos pela Lava Jato. Isso as colocava em posição de desvantagem, fazendo com que fossem coagidas a aceitar os termos impostos pelo Ministério Público Federal (MPF), argumentaram os partidos na peça inicial.

Ao final, as siglas querem que o Supremo considere nulos os acordos de leniência celebrados antes de 6 agosto de 2020, quando foi assinado, com a anuência do próprio Supremo, um acordo de cooperação técnica que estabeleceu a Controladoria-Geral da União (CGU) como responsável por controlar as negociações com as empresas.

Mil oitocentos e vinte e seis dias: é esse o tempo que a vereadora Marielle Franco (PSOL), de 38 anos, e o motorista Anderson Gomes, de 39 anos, foram assassinados no bairro do Estácio (RJ). Mil oitocentos e vinte e seis dias: é esse o tempo que a justiça não responde quem mandou matar Marielle Franco. Mil oitocentos e vinte e seis dias: é esse o tempo que a filha de Marielle não tem mais a mãe, que a irmã não tem mais a outra, que a mãe não tem a filha, que o filho de Anderson Gomes não tem mais o pai e que ninguém sabe o porquê de Marielle e Anderson terem sido assassinados com 13 tiros contra o carro em que estavam. A quantidade de dias corresponde a cinco anos desde que tudo aconteceu. 

Marielle Franco, eleita democraticamente na cidade do Rio de Janeiro com 46.502 votos como vereadora do Rio de Janeiro, foi assassinada brutalmente junto ao motorista Anderson Gomes, com 13 tiros desferidos contra o seu carro enquanto saía de um evento no dia 14 de março de 2018. O crime de violência política é considerado. 

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Presidente da Comissão de Defesa da Mulher, Marielle também fez parte de um grupo na Câmara que monitorava a intervenção federal no Rio de Janeiro e havia sido escolhida como relatora poucos dias antes do seu assassinato, no dia 28 de fevereiro. A parlamentar criticava a intervenção federal e denunciava abusos policiais e violações aos direitos humanos nas favelas do Rio de Janeiro. Inclusive, o seu último discurso na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro foi em crítica à intervenção federal nas favelas. 

“Não sou livre enquanto outra mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas”, foi a última frase dita por Marielle Franco, parafraseada pela escritora americana negra Audre Lorde, no último evento que participou minutos antes de ser assassinada. O evento era sobre “Jovens Negras Movendo as Estruturas” e, desde então, Marielle passou a ser um símbolo para parte da população negra e para as mulheres negras na política. 

O aniversário de assassinato de Marielle e Anderson, vítimas de violência política e de gênero, representa força e resistência para a política brasileira.

Sendo assim, a irmã de Marielle, a atual ministra da Igualdade Racial Anielle Franco, criou o Instituto Marielle Franco após o brutal assassinato da irmã, que nasceu com o objetivo de “lutar por justiça, defender a memória, espalhar o legado e regar as sementes de Marielle”. 

O site do Instituto mostra um cronômetro que consta o tempo sem respostas sobre o assassinato de Marielle Franco. Até a publicação desta matéria, o cronômetro constava 59 meses, 26 dias, 14 horas, 27 minutos e 10 segundos sem respostas. 

Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs um projeto de lei que cria o Dia Nacional Marielle Franco de Enfrentamento da Violência Política, de Gênero e Raça, que está em tramitação no Congresso Nacional. De acordo com a doutora em ciência política e professora da Universidade Estadual de Nova Iorque, em Albany, Tassiana Moura de Oliveira, a homenagem a Marielle é importante para manter viva a memória da luta e do trabalho da parlamentar, e também serve para lembrar que “uma tragédia como esta não aconteça de novo”. “E para que mulheres negras da favela de todo o Brasil, excluídas de um projeto de cidadania neste País, se inspirem e saibam que houve alguém que lutou por todas elas e que elas podem fazer o mesmo”. 

Questionada se o projeto de lei do presidente Lula para instituir o Dia Nacional Marielle Franco e o reconhecimento da luta dela pode incentivar que mais mulheres e mulheres pretas entrem na política, Tassiana Moura explicou que “não é tão simples”. Ela detalhou uma série de problemáticas e, dentre elas, a necessidade de políticas públicas e o investimento financeiro nas campanhas femininas. “Além da homenagem e de toda a luta do Instituto Marielle Franco, liderado pela Anielle, que agora é ministra do governo Lula, é preciso ter políticas públicas que de fato deem condições para mulheres entrarem na política. Investimento financeiro nas campanhas femininas, proteção contra violência de gênero, creche e escola integral para os filhos dessas mulheres que querem entrar na política são alguns exemplos. Não adianta ter cota de candidatas se os partidos não investem nas campanhas. É preciso estimular e proteger as mulheres das mais diversas identidades que queiram seguir esse caminho”, afirmou. 

A doutora em ciência política também falou sobre o “grande golpe na nossa democracia” que o assassinato de uma vereadora eleita democraticamente representa. Para ela, o impacto mais importante é “saber que a nossa democracia ainda é frágil” e que, mais ainda, “é bom saber que tem muita gente trabalhando para manter o projeto da Marielle vivo”. “Quando este mesmo assassinato não recebe resolução mesmo depois de 5 anos, sabemos que nossas instituições estão longe de funcionar de acordo com o esperado. Então, como se não fosse terrivelmente prejudicial à nossa democracia o fato de termos uma representante do povo perdendo a vida por motivos políticos, as nossas instituições de justiça ainda não são capazes de dar uma resposta ao caso”, salientou Tassiana Moura de Oliveira.

Violência política

O estudo “Violência política e eleitoral no Brasil”, realizado pelas organizações de direitos humanos Terra de Direitos e Justiça Global, lançado em outubro de 2022, mapeou 523 casos ilustrativos de violência política no período de 2 de setembro de 2020 e 2 de outubro de 2022, envolvendo 482 vítimas entre representantes de cargos eletivos, candidatos/as ou pré-candidatos e agentes políticos no Brasil. 

Cinquenta e quatro assassinatos foram registrados no período, 109 atentados, 151 ameaças, 94 agressões e 104 ofensas, além de seis casos de criminalização e cinco de invasão. Até o primeiro turno das eleições de 2022, entre 1º de agosto e 2 de outubro, 121 casos de violência política foram registrados, sendo praticamente dois casos por dia. 

Enquanto isso, até 2018, ano do assassinato, “apenas” uma pessoa era vítima de violência política a cada oito dias. Mas os episódios aumentaram a partir de 2019, quando passaram a ocorrer episódios a cada dois dias. Já em 2022, foram 247 casos, ou seja, um caso registrado a cada 26 horas. 

A deputada estadual por Pernambuco Dani Portela (PSOL) é um dos tantos exemplos de violência política com diversas ameaças sofridas, em destaque a episódios que aconteceram em 2022 e a parlamentar, que estava como vereadora do Recife, expôs. Em abril do ano passado, a psolista fez uma denúncia na Polícia Civil para identificar os criminosos que cometeram injúria racial, calúnia, difamação e ameaças de morte contra ela após o pedido da retirada de homenagens a violadores dos direitos humanos no Recife, a exemplo de um busto do general Humberto Castelo Branco, primeiro presidente do Brasil depois do golpe militar de 1964. 

De acordo com Dani Portela à época, tudo começou depois que uma página bolsonarista chamada “Endireita Pernambuco” fez uma publicação com o requerimento e questionou: “Quem ela vai querer colocar? Fidel Castro?”. “A partir daí, vários blogs de direita, de público conservador, bolsonarista, fundamentalista, retransmitiram a provocação como se fosse verdade”, contou, ao g1. 

Ao LeiaJá, Dani Portela afirmou, a partir de uma pesquisa realizada pelo Instituto Marielle Franco, que 87% das mulheres que foram candidatas em todo o Brasil sofreram algum tipo de violência durante a campanha eleitoral, e que essas violências “podem vir de diversas formas”. “Eu sofri ameaças à minha própria vida em detrimento daquela questão. E na campanha política eu acho que se inaugura uma coisa que fazia tempo que não víamos: é comum que você tenha divergências e posições políticas diferentes, só que a ascensão da ultradireita, radicalização dessas pautas e a consolidação da extrema direita dentro de um governo genocida inaugurou um novo tempo e trouxe um ódio para a política muito grande. Eu não quero divergir do outro na base das ideias ou de debate político, eu quero aniquilar o outro. O bolsonarismo traz esse sentimento de aniquilação das diferenças”, afirmou. 

“Muitas delas [das violências] caracterizamos como violência política de gênero, que é uma tentativa de dizer que aquele lugar não é para ser ocupado por você. E essa violência nos atravessa mesmo depois de eleitas. O que chama atenção é que Marielle não recebia ameaças, não tem esse histórico. Ela foi morta da maneira que foi, mesmo sem ter anteriormente recebido ameaças”, pontuou. 

De acordo com a deputada estadual, o Partido Socialismo e Liberdade, legenda que a vereadora carioca também fazia parte, várias parlamentares têm proteção policial para poder exercer os mandatos. “Elas foram eleitas pelo povo e, depois de eleitas, precisam de proteção para dar continuidade às suas vidas sofridas, em especial as mulheres trans e travestis, e também as mulheres negras”. 

Investigação 

O policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ter feito os disparos que mataram a parlamentar e o motorista, e o ex-policial militar Elcio de Queiroz, acusado de dirigir o carro usado na execução, estão presos. Mas os réus nunca revelaram quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes. 

Numa sexta troca de comando da investigação, na semana passada, depois que parentes das vítimas se reuniram com a força-tarefa do Ministério Público do Rio de Janeiro, o delegado Guilhermo Catramby é quem vai conduzir o inquérito na Polícia Federal. 

De acordo com entrevista do presidente da comissão de Segurança Pública da OAB-RJ Rafael Borges à Natuza Nery, da GloboNews, a falta de respostas para o caso mostra que as autoridades do Brasil falham não apenas para investigar crimes políticos, mas homicídios na sua totalidade. 

Dia Nacional Marielle Franco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou, na última quinta-feira (9),  ao Congresso Nacional o projeto de lei 1086/2023, que institui o Dia Nacional Marielle Franco de Enfrentamento da Violência Política de Gênero e Raça. O presidente pediu regime de urgência na tramitação do projeto nesta segunda-feira (13), um dia antes da celebração da data, quando aprovada. 

A homenagem chama atenção à sub-representação das mulheres na política que perpassa o ambiente político e a vivência das mulheres no espaço de poder, que é a violência política de gênero contra as mulheres.

“A violência política contra as mulheres é um problema de direitos humanos que atinge as democracias e impede o progresso em direção à igualdade efetiva e, portanto, ao desenvolvimento humano sustentável. É um problema latente em nível mundial, que repercute na dinâmica democrática em termos de gênero e se manifesta diariamente, embora com mais intensidade durante os processos eleitorais, no exercício da cidadania política das mulheres”, pontuou o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, e a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres, em documento. 

Apesar de todo o reconhecimento ao que a vereadora carioca representou e representa à sociedade, a Dani Portela lamentou que tenha acontecido algo tão trágico para que houvesse a saudação, e enfatizou o pedido de justiça para que os criminosos responsáveis sejam encontrados. “Esse dia em defesa desse direito para todos, é um dia que marca também um pedido de justiça. Lamentamos que o nome de Marielle tenha se tornado mundialmente conhecido depois de um crime que entendemos como feminicídio político, com o objetivo de silenciar essas lutas. Mas, na verdade, a morte não foi capaz de silenciar Marielle Franco. Muitas sementes e muitas Marielle surgiram clamando por justiça, igualdade, e vão dar sequência à essa luta”, cravou. 

A deputada estadual ressaltou a importância da homenagem à Marielle Franco, principalmente tendo em vista as vozes que a parlamentar representava e representa ainda mais depois do seu assassinato. “Quando falamos de Marielle sempre colocamos os lugares de onde ela veio. Mulher negra. Favelada. Lésbica. Defensora de direitos humanos. Vereadora. A voz de Marielle ecoa por todos esses lugares plurais e diversos. Esse Dia Nacional é muito importante na luta de todas essas vozes que o corpo de Marielle trazia, de vozes vindas de periferias de todos os lugares deste País, que ousaram e ousam ocupar o lugar ao centro do poder, das decisões políticas”.

De acordo com Portela, o Brasil é o País que mais mata defensoras e defensores dos direitos humanos do mundo, o que reforça a representatividade de Marielle. “Os tiros que assassinaram Marielle mataram um pouco de cada uma de nós. Mas é do luto que precisa vir a luta. Não por acaso, o símbolo que Marielle trazia muito forte na sua campanha era o girassol, e uma frase que era lema dela era da cultura africana ubuntu: eu sou porque nós somos. Ressignificamos esse luto em luta e desse girassol que Marielle levava e carregava em si, muitas sementes nasceram na luta por justiça de Marielle Franco e se espalharam pelo Brasil e pelo mundo inteiro”.  

Assassinada com vários tiros quando voltava de um evento sobre a defesa dos direitos das mulheres negras, em 14 de março de 2018, a vereadora Marielle Franco foi vítima de feminicídio político. A avaliação é da deputada estadual fluminense Renata Souza (PSOL). O novo conceito para esse tipo de crime foi defendido por Souza, em seu pós-doutorado em Políticas, Discursos e Sociedade.

Feminicídio político seria o assassinato de uma mulher para silenciar sua luta política. Segundo a deputada, isso ocorreu com Marielle e outras lideranças femininas, como a missionária Dorothy Stang (que se opunha à exploração ilegal da floresta) e a juíza Patrícia Acioly (que lutava contra a violência policial). As três foram assassinadas por pistoleiros devido às suas atuações contra ilegalidades.

“Feminicídio político existe. Marielle foi vítima de feminicídio político, assim como outras mulheres. A violência política de gênero tenta interditar nossas ações e inviabilizar as nossas atuações”, afirmou Renata Souza, reeleita em 2022 para seu segundo mandato na Assembleia Legislativa do estado (Alerj).

Renata Souza, “nascida e criada” no Complexo da Maré, destacou que mulheres negras, vindas de favelas, que ocupam espaço no parlamento causam incômodo.

“O feminicídio político de Marielle também demonstra o quanto somos malquistas nesses espaços, espaços que, historicamente, foram negados para nós, mulheres, mulheres pretas, de favela, de periferia, LGBTQIA+”, disse, em seminário realizado para homenagear Marielle Franco, nesta segunda-feira (13), na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A ex-deputada estadual Mônica Francisco, que cresceu no Morro do Borel e foi parlamentar de 2019 até fevereiro deste ano, afirma que o mandato de Marielle, por si só, desafiava uma “sociedade racista e sexista”.

“As mulheres negras são atravessadas por um histórico de existência em tragédia: o sexismo, o racismo, a desumanização extrema, tudo isso culminou com a execução de Marielle. Não é que a Marielle, em seu mandato, desafiava as pessoas. O desafio maior era a própria ocupação de um espaço não destinado às mulheres negras. E existência das mulheres negras é uma ameaça numa sociedade racista”, disse, durante o seminário.

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A vereadora Mônica Cunha (PSOL) não nasceu nem cresceu em nenhuma favela, mas, como mulher negra, que teve o filho encarcerado e assassinado, partilha da dor de muitas moradoras de comunidades carentes.

“Marielle era um farol, uma luz. Ela ‘chegava chegando’ e isso incomoda. Incomodou porque ela não era ela só. Ela era todas nós”, afirmou a vereadora. 

Dicionário de Favelas

O evento foi promovido pela equipe do Dicionário de Favelas Marielle Franco, uma plataforma online, mantida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que reúne mais de 1.500 verbetes relacionados à realidade das comunidades brasileiras e que teve apoio da vereadora assassinada, quando ainda estava sendo idealizado. 

Para Sônia Fleury, coordenadora do dicionário, Marielle Franco inspirou mulheres negras, moradoras de favelas, a buscar protagonismo político.

“Marielle é um símbolo nacional, internacional, de uma cidadania insurgente, que tocou a emoção dos jovens, de que é possível fazer política de outra maneira”, ressaltou. “É preciso pensar que há um movimento das favelas para o parlamento. Marielle é o símbolo disso e deixou sementes”, completou.

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