O designer gráfico Deyvisson Silva, 35 anos, conta que foi uma das vítimas do que chama de desmonte que aconteceu no governo Temer. Desempregado, viu na possibilidade de fazer uma crítica ao atual sistema político uma forma de ganhar dinheiro. Foi assim que, há cerca de um ano, decidiu juntar o talentou, sua arte e sua revolta por meio da serigrafia, uma técnica de estampar tecidos com tinta. 

As camisas que o profissional vende têm todo um contexto que chama atenção não apenas por conta da cores fortes, mas também por sempre trazer personagens que, segundo Deyvisson, são “ícones da esquerda” como Frida Kahlo, Mafalda e a cantora Elza Soares. 

As frases, as mais diversas, demonstram o próprio sentimento do artista: “Fora Temer e suas reformas”, “Tô vendo uma esperança”, “Diretas Já” e “Nenhum Direito a Menos”, entre outras. A que o próprio vestia também revela a indignação em um tom humoristico: “Stá Uó”, brinca fazendo referência ao personagem Star Wars. Há ainda espaço para revelar outros problemas comum na sociedade como a violência contra a mulher. Uma das frases também alerta: “Cê vai se arrepender de levantar a mão para mim”. 

Deyvisson, que chega a vender mais de 40 unidades durante atividades de militantes e protestos contra o governo Temer, no valor de R$ 25 reais, cada, conseguiu montar uma oficina com o nome “Expressão” justamente por conseguir demonstrar todo o seu sentimento em seu trabalho. “É uma forma também que tenho de participar e apoiar esta luta. Coloco a minha expresão e tudo que sinto para fora deste governo que só ataca os direitos dos trabalhadores e que aumenta a crise financeira”, lamentou.