Deputado preso vai continuar exercendo mandato
Celso Jacob (PMDB), que foi preso no início deste mês, vai poder continuar participando das sessões na Câmara dos Deputados
Uma decisão da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal trouxe a abertura de mais uma polêmica em meio à crise política. Um juiz chamado Valter André Bueno autorizou, nessa terça-feira (27), que o deputado federal Celso Jacob (PMDB) continue trabalhando, mesmo preso.
Na decisão do juiz, Jacob vai poder comparecer, nos dias úteis, na Câmara dos Deputados, das 9h às 12h e das 13h30 às 18h30. Além desse benefício, o parlamentar vai poder participar das sessões que perdurem pela noite apenas tendo que apresentar uma certidão confirmando presença, que deve ser emitida pela Casa.
O peemedebista foi detido, em regime semiaberto, no início deste mês, no aeroporto de Brasília. Foi a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que o condenou “por dispensa de licitação e falsificação de documento público”, na época que era prefeito da cidade de Três Rios, no Rio de Janeiro. Ele nega as acusações e já chegou a dizer que nunca desviou “um centavo sequer”.
O Ministério Público foi contra a decisão dele continuar exercendo o mandato. Segundo o órgão foi possível antecipar, com informações da Câmara, que não haverá fiscalização ou controle. O juiz não concorda. “É possível, assim, que o efetivo desempenho do trabalho externo seja verificado pelo juízo da execução penal, bastando que a Mesa e as Comissões da Câmara dos Deputados forneçam periodicamente essa informação”, justificou.
O magistrado ainda argumentou que “em caso de preso que trabalha no regime privado, o superior é chamado para prestar compromisso. Mas, nesse caso, não há nenhum superior hierárquico que possa realizar a fiscalização das atividades extramuros".