Em forma de protesto, deputada eleita é alvo do “gemidão”

Ana Caroline Campagnolo (PSL) pediu que estudantes gravassem e enviassem pelo WhatsApp manifestações que ofendessem a "liberdade de crença" dentro da sala de aula

por Taciana Carvalho qua, 31/10/2018 - 19:27
Reprodução/Facebook Reprodução/Facebook

A deputada estadual eleita em Santa Catarina e professora Ana Caroline Campagnolo (PSL) foi alvo de um polêmico protesto nas redes sociais, após incentivar no último domingo (28) que estudantes gravassem e mandassem para um específico número de WhatsApp “todas as manifestações político-partidárias ou ideológicas que humilhem ou ofendam sua liberdade de crença e consciência” dentro de sala de aula. A nova parlamentar é a favor do projeto “Escola Sem Partido”.   

Um internauta que viu o pedido de Campagnolo, de acordo com reportagem de O Dia, em forma de manifestação fez a seguinte proposta por meio do Twitter: caso 100 pessoas mandassem um arquivo com o “gemidão” para a professora, ele doaria R$ 5 mil reais para a Associação de Pais e Alunos Excepcionais (APAE) de Florianópolis.

Ele afirmou que se sentiu “revoltado” com a campanha da deputada eleita. “Venho de uma família de professores, de uma casa onde a educação era prioridade. Queria agir de alguma forma”, explicou. 

A organização que foi beneficiada confirmou a doação anônima do dinheiro e agradeceu. Ainda de acordo com o internauta, mais de 300 pessoas teriam participado do pedido. “A verdade é que o ‘gemidão’ se tornou parte da cultura brasileira. Todo mundo já caiu um dia e a possibilidade de poder usar o ‘gemidão’, uma prática terrível, para o bem, foi o que atraiu o pessoal”, disse à reportagem do IG. 

O Ministério Público de Catarina apresentou uma ação judicial para que Ana Caroline pague R$ 70 mil por danos coletivos, destinados ao Fundo para Infância e Adolescência (FIA). Segundo o promotor responsável pelo caso, a deputada criou “um serviço ilegal de controle político-ideológico da atividade docente por causa da iniciativa de incitar os alunos a enviarem imagens denunciando os professores”.

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