Túlio diz ser contra a posse de arma e critica Sérgio Moro

"Quem não quer ter arma em casa, também não quer uma arma na casa do vizinho porque nos deixa, da mesma forma, vulneráveis à ela", disse o deputado eleito

por Taciana Carvalho qui, 17/01/2019 - 17:05
Reprodução/YouTube Deputado defende que o dever de enfrentar a criminalidade é do Estado e não das pessoas Reprodução/YouTube

Após o deputado federal eleito João Campos (PSB) protagonizar mais uma polêmica ao afirmar que era contra a flexibilização da posse de armas ressaltando que a liberação vai colocar em ameaça a vida de outras pessoas, foi a vez do também deputado eleito Túlio Gâdelha (PDT) corroborar com o argumento do filho do ex-governador Eduardo Campos. O pedetista falou sobre o assunto ao criticar uma declaração do ministro da Justiça, Sergio Moro. 

O parlamentar publicou o trecho de um vídeo no qual Moro fala sobre a posse de armas em suas redes sociais. “Tem gente que não quer ter arma em casa, perfeito. Ninguém é obrigado a ter uma arma em casa. Mas respeite a opinião daquelas pessoas, num tema controvertido, que entendem que com isso elas se sentem mais seguras”, disse o auxiliar ministerial de Bolsonaro. 

No entanto, Túlio se mostrou contra Moro e disse que a declaração está “completamente equivocada”. “Não se trata de respeitar opinião. Quem não quer ter arma em casa, também não quer uma arma na casa do vizinho porque nos deixa, da mesma forma, vulneráveis à ela. E se equivoca ainda mais porque a ideia de que: armar pessoas torna a sociedade mais segura, é comprovadamente falsa”, disse. 

O deputado ainda falou que o dever de enfrentar a criminalidade é do Estado e não das pessoas. “Pra ter ideia, 71,1% dos 62.517 homicídios registrados em 2016 foram cometidos com armas de fogo, segundo Atlas da Violência 2018. Estudo do Ipea, feito em São Paulo, mostra que o aumento de 1% [na quantidade] de armas de fogo eleva em até 2% a taxa de homicídios”, expôs. 

Na última terça-feira (15), Bolsonaro assinou o decreto que flexibiliza o posse de armas. Com a resolução, a posse fica facilitada para residentes em áreas urbanas em estados com mais de dez homicídios por 100 mil habitantes, agentes públicos ligados à área de segurança, todos os residentes em área rural, colecionadores, atiradores e caçadores, além de donos ou responsáveis legais de estabelecimentos comerciais. 

Outra mudança estabelecida pelo texto é o maior tempo de validade do registro. Se antes o cidadão precisava fazer a renovação a cada cinco anos junto à Polícia Federal, agora o prazo é a cada 10 anos. 

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