Oposição diz que Vélez ‘vai tarde’ e critica novo ministro
A atuação do economista e professor Abraham Weintraub no comando das ações do MEC, para os deputados federais Luiza Erundina e Ivan Valente, ambos do PSOL, 'não pode dar certo'
Lideranças que integram a bancada de oposição ao governo Jair Bolsonaro (PSL) no Congresso Nacional criticaram, nesta segunda-feira (8), a escolha do presidente pela indicação do economista e professor Abraham Weintraub para comandar o Ministério da Educação no lugar do agora ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez. O anúncio da demissão de Vélez e do novo titular da pasta foi feito pelo presidente em publicação no Twitter.
“Agora o mercado financeiro ocupa mais um posto no governo, e à frente da Educação - um homem do mercado assume a pasta. Bolsonaro quer acabar com a Educação pública?”, questionou a deputada federal Luiza Erundina (PSOL). Abraham Weintraub era secretário-executivo da Casa Civil e participou da elaboração da proposta da reforma da Previdência.
“Bolsonaro indica Abraham Weintraub, amigo de Onyx Lorenzoni e extremamente reacionário. Um economista vinculado ao mercado financeiro cuidando da educação? Não pode dar certo!”, considerou o deputado federal Ivan Valente (PSOL). Apesar disso, na ótica dele, “Vélez cai e já vai tarde”.
Já para o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), o MEC foi símbolo do que é a administração de Bolsonaro nos primeiros 100 dias de governo. “Nesses cem dias sem governo, o MEC se tornou símbolo do que é a presidência de Bolsonaro: trapalhadas, falta de projeto e defesa de uma agenda fanática. Agora, um presidente despreparado demite um ministro igualmente inepto para o cargo. Continuaremos de olho nos rumos do MEC”, salientou.
Para a líder da Minoria na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Vélez não fará falta. “Velez demitido, como todo mundo sabia. A manobra de Bolsonaro para segurar o ministro por causa do furo de uma jornalista foi patética. Não fará falta e já vai tarde”, disse, referindo-se ao anúncio da demissão do então titular do MEC em 27 de março, feito pela jornalista Eliane Catanhêde, refutado por Bolsonaro como “fake news”.