Figuras políticas lembram da causa negra neste 13 de maio
A data marca a abolição da escravidão no Brasil
Neste dia 13 de maio, data que lembra a abolição da escravidão no Brasil, figuras políticas do país lembraram a representatividade da data e fizeram menção à luta negra dentro da atual conjuntura do país.
O senador Paulo Paim (PT) lembrou do elevado índice de assassinato de pessoas negras no Brasil. “Grilhões que não se rompem e feridas que não cicatrizam: a cada 23 minutos um negro é assassinado no Brasil; negros recebem, em média, R$ 1,2 mil a menos que os brancos; a possibilidade de um adolescente negro ser vítima de homicídio é 3,7 vezes maior que a de um branco”, enumerou o parlamentar.
Já a deputada federal Carla Zambelli (PSL) foi mais contida com a homenagem do dia. A parlamentar lembrou uma frase da Princesa Isabel: “Mil tronos eu tivesse, mil tronos eu daria para libertar os escravos do Brasil”, escreveu a deputada.
O ex-candidato à Presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos, afirmou que é necessário lutar contra o racismo no Brasil. “De cada três desempregados no Brasil, dois são negros. 71% das pessoas assassinadas são negras. As marcas da escravidão não se abolem apenas com leis. O racismo é estrutural. A luta contra ele é imprescindível”, pontuou.
A deputada federal Erika Kokay (PT) trouxe à tona a problemática do tráfico negreiro. “É assustador imaginar que temos uma dívida social com o povo negro de mais de 450 anos. O tráfico negreiro iniciou em 1550. Somente em 2002 iniciaram as primeiras políticas de ações afirmativas voltadas aos negros no Brasil. A igualdade racial é uma utopia do presente”, lamentou.
Kokay ainda aproveitou para trazer dados de causas negras e alfinetar o Governo Federal. “De cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. Das 726 mil pessoas encarceradas, 64% são negras. Negros são 78% entre os mais pobres. E Bolsonaro ainda tem a desfaçatez de dizer que o racismo é algo raro no Brasil?”, questionou.
O deputado federal pelo PSOL Marcelo Freixo utilizou-se de uma poesia para mencionar a data. “Brasil, o teu nome é Dandara. E a tua cara é de cariri. Não veio do céu. Nem das mãos de Isabel. A liberdade é um dragão no mar de Aracati. Brasil, chegou a vez. De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês", homenageou.