'Em 2016 não fui totalmente sincero', ironiza Sérgio Moro
Ministro minimizou revelações do jornal Folha de São Paulo de que ele não havia prestado contas de uma palestra realizada naquele ano ao TRF4 e disse que o valor recebido foi doado para uma entidade beneficente
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou que escondeu uma doação à caridade feita com um valor que, segundo ele, foi pago com o valor que recebeu de uma palestra efetuada em 2016.
Moro falou sobre o assunto no Twitter após, nesse domingo (4), o site The Intercept Brasil e o jornal Folha de São Paulo apontarem que em setembro de 2016 ele fez uma palestra remunerada e não cumpriu a obrigação de informá-la ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, embora tenha registrado outras participações em eventos. Regra aprovada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em junho daquele ano obriga o registro de atividades classificadas como de “docentes”.
Ao rebater a informação de que teria omitido a informação e ter classificado a palestra como “bem organizada e bem paga” em uma das mensagens trocadas com o procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, Moro disse que o fato de ter dado o cachê para uma entidade financeira para não soar autopromoção.
“Em 2016 não fui totalmente sincero. Escondi a doação à caridade decorrente da palestra, pois achei que poderia soar como inadequada autopromoção. Escusas agora pela revelação, mas preciso dela contra falsos escândalos. Há outras doações, mas os fatos importam mais do que a publicidade”, justificou.
De acordo com a reportagem da Folha de São Paulo, o ex-juiz recebeu entre R$ 10 mil e R$ 15 mil pela palestra.
Em resposta ao jornal, Moro disse que não relatou a palestra remunerada por “puro lapso” e que o valor foi doado para a entidade beneficente Pequeno Cotolengo, que cuida de pessoas com deficiência.