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A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, decretou a extinção da interpelação do jornalista Glenn Greenwald contra Jair Bolsonaro por causa da declaração do presidente, em julho de 2019, sobre a possibilidade de o editor do The Intercept 'pegar uma cana'. A ministra considerou que a interpelação 'cumpriu sua finalidade' após Bolsonaro responder à ação, dizendo que o comentário foi um 'discurso político, sem qualquer conteúdo ilícito' e que ele exerceu 'direito constitucional de livre manifestação do pensamento'.

A frase foi dita durante evento na Vila Militar, em Deodoro, no Rio, quando o presidente foi questionado sobre uma portaria do ministro da Justiça Sérgio Moro, que permitiu a deportação de estrangeiros considerados perigosos.

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Bolsonaro negou que a medida tivesse ligação com o jornalista americano e afirmou: "Ele não vai embora. O 'Green' pode ficar tranquilo. Talvez pegue uma 'cana' aqui no Brasil, não vai pegar lá fora não."

"Pelo que o Moro falou comigo, ele tem carta branca, né, eu teria feito um decreto. Tem que botar pra fora mesmo, quem não presta tem mandar embora. Não tem nada a ver com o caso desse Green-não-sei-o-quê aí (Glenn Greenwald), nada a ver com o caso dele. Tanto é que não se encaixa nessa portaria o crime que ele está cometendo. Até porque ele é casado com outro homem e tem meninos adotados no Brasil. Malandro, pra evitar um problema desse, né, casa com outro malandro ou não casa, ou adota criança no Brasil", comentou ainda Bolsonaro, em alusão às divulgações em série do Intercept Brasil de conteúdos de comunicações de Moro, procuradores da força-tarefa da Lava Jato e outras autoridades, vítimas da ação de um grupo de hackers.

Perante o Supremo, Glenn interpelou o presidente para que informe a que fato, investigação ou processo estava se referindo ao fazer a declaração.

"As afirmações infamantes, homofóbicas e difamatórias sobre o ora Requerente foram atribuídas ao Requerido por diversos órgãos de imprensa, sendo necessário que o requerido esclareça se efetivamente foi o autor de tais afirmações, tendo a presente ação finalidade preparatória para o ajuizamento de ação penal", afirmou jornalista.

Em resposta o presidente escreveu: "Estou tranquilo de que de minhas declarações não se pode inferir a imputação de qualquer crime, tampouco de ofender a honra alheia, motivo pelo qual não devo responder por quaisquer condutas."

Novas mensagens divulgadas pelo site The Intercept Brasil, nesta segunda-feira (14), sugerem que os procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba divulgaram a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o caso do sítio de Atibaia de maneira estratégica. Em maio de 2017, o grupo publicizou a acusação contra o ex-presidente para tentar abafar as críticas que o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, estava recebendo na época. 

Janot estava sendo bombardeado por conta de um áudio vazado sobre a colaboração premiada dos executivos da JBS que envolvia o então presidente Michel Temer (MDB). Suspeitas apontavam que o material tinha sido editado. 

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Carlos Fernando dos Santos Lima, que era procurador da Lava Jato na ocasião, chegou a escrever para os demais colegas que a denúncia contra Lula poderia "criar distração" sobre a eventual edição da conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista, que gerou grande repercussão naquele momento porque a gravação deixava a entender que Temer estaria articulando uma espécie de compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB). O áudio vazou em 17 de maio e a denúncia contra Lula estava marcada para o dia seguinte, mas chegou a ser adiada pela repercussão. 

Entretanto, quando surgiu a especulação de que o conteúdo havia sido editado, os procuradores, ao conversarem sobre a necessidade de um laudo técnico da Polícia Federal, também trataram de uma forma para abafar as críticas a Janot. 

“Quem sabe não seja hora de soltar a denúncia do Lula. Assim criamos alguma coisa até o laudo”, disse Carlos Fernando no grupo Filhos do Januário 1. “Vamos criar distração e mostrar serviço”, asseverou Deltan Dallagnol. O caso do sítio Atibaia foi apresentado à Justiça no dia seguinte à essa conversa. 

Veja:

Filhos do Januário 1

21 de maio de 2017

Carlos Fernando dos Santos Lima – 20:02:26 – Quem sabe não seja hora de soltar a denúncia do Lula. Assim criamos alguma coisa até o laudo.

Deltan Dallagnol – 21:03:14 – Acho que a hora tá ficando boa tb. Vou checar se tem operação em BSB, que se tiver vai roubar toda a atenção.

Após checar com a equipe de Brasília, Deltan volta a falar no grupo

Dallagnol – 21:39:51 – Nesta semana não tem op de BSB (mantenham aqui óbvio). Da pra soltar a den Lula Cf acharmos melhor

Jerusa Viecili – 21:40:51 – Faremos o release amanhã

Santos Lima – 21:45:18 – Vamos criar distração e mostrar serviço.

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A perícia da Polícia Federal detectou que houve cortes no áudio da conversa entre Temer e Joesley, mas descartou alterações no conteúdo que foi base, posteriormente, para uma denúncia da PGR contra o ex-presidente. 

No caso de Atibaia, Lula foi condenado na primeira instância pela juíza Gabriela Hardt a 12 anos e 11 meses de prisão. O petista aguarda o julgamento de um recurso na segunda instância no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

Questionado sobre a estratégia, o Ministério Público Federal do Paraná disse que “quando nenhuma questão legal (como a existência de prazo ou risco de prescrição) ou razão de interesse público determina o momento de apresentação de uma denúncia ou manifestação, a força-tarefa ouve a equipe de comunicação quanto ao melhor momento para sua divulgação”.

O ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que se aposentou em março, não se manifestou sobre o assunto. Nem a Procuradoria-Geral da República.

O procurador da República Diogo Castor usou seu cargo no Ministério Público Federal no Paraná (MPF-PR) para solicitar que a Polícia Federal investigue boatos que surgiram contra ele. A informação é do site UOL. De acordo com a reportagem, Castor enviou à PF um ofício pedindo a apuração de supostas notícias falsas que o ligam ao vazamento das mensagens que vêm sendo divulgadas pelo site The Intercept Brasil. 

Castor integrou a força-tarefa da Lava Jato até abril deste ano, mas se afastou da equipe para um tratamento de saúde. Segundo as conversas divulgadas pelo Intercept, o procurador deixou o grupo depois de confessar ter pago pela instalação de um outdoor, em Curitiba, enaltecendo a ação da força-tarefa. Diogo Castor teria confessado a autoria para o corregedor-geral do MPF, Oswaldo Barbosa, que acobertou Diogo Castor de Mattos evitando punição. Caso estava sendo investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público. 

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Depois de se afastar da Lava Jato, Castor passou a trabalhar na representação do MPF em Jacarezinho, a 390 km de Curitiba. De lá, conta o site, ele enviou o ofício para a PF investigar as notícias falsas que estariam circulando na internet. 

No documento, ele fala de suspeitas de calúnia e de obstrução de investigação de organização criminosa. Além disso, informa que fake news "apontando o subscritor deste ofício [Castor] como autor do vazamento [das mensagens] teria por finalidade desviar o foco investigativo das autoridades, fazendo surgir a falsa hipótese da inexistência de um hacker". 

Um inquérito foi aberto pela PF, mas segue em sigilo. Tanto a polícia, quanto o MPF e Diogo Castor não quiseram se pronunciar sobre o assunto.

O Conseil de Paris, que é uma espécie de Câmara dos Vereadores da capital francesa, expediu um documento, nesta quinta-feira (3), pedindo que a prefeitura local conceda ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o título de Cidadão Honorário de Paris. A informação é do colunista Lauro Jardim. 

Entre outras justificativas, o Conseil argumentou que o líder-mor petista deve ser contemplado com a honraria por conta da sua luta pelos direitos humanos, a justiça social, a proteção do meio ambiente, "valores guardados pela cidade de Paris e que colocaram o político em perigo pelo seu engajamento".

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Além disso, o documento diz que Lula era favorito para vencer as eleições presidenciais em 2018, cita as reportagens do The Intercept Brasil e menciona que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, teria operado com procuradores da Lava Jato para impedir a participação dele na disputa.  

O Conseil considera ainda que através do ex-presidente "todos os defensores da democracia no Brasil são atacados".

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News aprovou nessa terça-feira (10) a convocação de representantes no Brasil das empresas WhatsApp, Google, Twitter, Youtube, Instagram, Facebook, The Intercept Brasil e Telegram para prestar depoimento, além da professora feminista Dolores Aronovich (Lola) que sofreu cyberbullying recebendo até ameaças de morte em seu blog. Os requerimentos foram iniciativa da deputada Luizianne Lins (PT-CE).

O objetivo é ouvir os representantes dessas empresas para que eles possam se manifestar sobre o problema das fake news nas redes sociais, visto que é principalmente nestes sites que elas se proliferam.

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"Existe hoje um processo de fake news em todas as redes sociais. É impossível a gente começar a investigar qualquer coisa se a gente não ouvir as próprias empresas que hoje são responsáveis pela constituição desses compartilhamento, digamos assim, do ponto de vista do que a sociologia chama de fala pública", explicou Luizianne.

A deputada Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da comissão, apresentou o plano de trabalho do colegiado que, no entanto, não foi votado. Ela propõe a realização de quatro audiências públicas, sendo a primeira focada em conceituar as fake news com a presença de acadêmicos e especialistas no tema.

Já a segunda e a terceira audiências seriam realizadas com a presença dos representantes das empresas de redes sociais, incorporando os requerimentos da deputada Luizianne Lins. A quarta audiência seria focada nas leis de proteção de dados.

"A nossa proposta é também que a gente possa estabelecer pelo menos mais duas sub-relatorias sobre o crime envolvendo crianças e adolescentes, sobre cyberbullying e sobre a privacidade de dados. Nós poderíamos ter essas três sub-relatorias trazendo a esta comissão geral duas ou três audiências públicas sobre esses temas específicos, para que depois pudéssemos incorporar todos ao nosso relatório geral",  acrescentou a relatora.

Presidida pelo senador Ângelo Coronel (PSD-BA), a CPI mista tem 180 dias para investigar a criação de perfis falsos e ataques cibernéticos nas diversas redes sociais, com possível influência no processo eleitoral e debate público. A prática de cyberbullying contra autoridades e cidadãos vulneráveis também será investigada pelo colegiado, assim como o aliciamento de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio.

Debate entre os parlamentares

Alguns parlamentares do Partido Social Liberal (PSL) questionaram os motivos para se ouvir representantes das redes sociais. Também pediram para que a votação dos requerimentos fosse nominal e, por fim, que fosse adiada. Para o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), a oitiva dos representantes das redes sociais poderia ser uma tática para se questionar as eleições de 2018.

"Não existe um fato determinado. Está claramente visto por qualquer um, que vão trazer aqueles que instrumentalizam as redes sociais para começar a buscar um fato determinado que não está configurado aqui. Não existe razão específica para essa convocação. Temos de tomar muito cuidado com os procedimentos desta comissão para que não estejamos perdendo nosso tempo e que não esteja havendo um direcionamento muito claro nos embates aqui, com alvos predeterminados", alertou.

O deputado Rui Falcão (PT-SP) explicou que a ideia de convocar as plataformas é justamente não ter nenhum preconceito.

"Nós queremos conceituar o que são fake news e como que essas plataformas funcionam. Nós não estamos preocupados com o processo eleitoral de 2018, que é um dos pontos, há muitas outras coisas", explicou o deputado.

A votação do requerimento que pedia o adiantamento, no entanto, foi encerrada devido à ausência do autor.

*Da Agência Senado

Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) usou o Twitter, nesta terça-feira (27), para criticar a atitude de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que compõem a força-tarefa da Lava Jato e outras frentes de investigação diante das perdas familiares do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como a morte da sua esposa Marisa Letícia, em 2017. 

O senador chamou os procuradores de “lixo humano” após analisar as mensagens atribuídas a nomes como Deltan Dallagnol, Luara Tessler e Antônio Carlos Welter publicadas em reportagem do UOL desta terça, sobre a morte de Marisa, além de comentários que seriam de autoria dos procuradores Orlando Martello, Januário Paludo e Monique Cheker.

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“Que tipo de gente é esse? Como pode faltar a procuradores da República o mínimo de respeito à dignidade humana? Que vergonha!”, expressou Humberto. “Que lixo humano o Ministério Público Federal tem abrigado... O comportamento contra Lula foi hediondo. As condenações precisam ser anuladas”, escreveu logo em seguida.

De acordo com reportagem do UOL, a partir de mensagens recebidas pelo site The Intercept Brasil, os procuradores ironizaram a morte da esposa do ex-presidente, o luto dele e divergiram quanto aos pedidos de Lula, quando já estava preso, para ir ao enterro do irmão, Genival Inácio da Silva, e do neto, Arthur Araújo Lula da Silva. 

O procurador Diogo Castor de Mattos pagou por um outdoor, que foi instalado na saída do aeroporto de Curitiba, enaltecendo a Lava Jato e chegou a confessar a atitude para o corregedor-geral do Ministério Público, Oswaldo Barbosa, mas este omitiu a informação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) evitando assim uma punição ao procurador. 

As informações são do site The Intercept Brasil que publicou, nesta segunda-feira (26), novas trocas de mensagens de membros da força-tarefa da Lava Jato e, inclusive, áudios de conversas entre eles. 

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De acordo com a reportagem, as mensagens apontam que o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, intermediou conversas com Oswaldo Barbosa visando proteger o colega procurador e o corregedor disse a Dallagnol que iria suspender apurações e manter o caso em segredo. É papel do corregedor-geral enviar informações suspeitas para o CNMP que fiscaliza promotores e procuradores de todo o país. 

O outdoor mostrava nove procuradores da Lava Jato e dizia: “Bem-vindo à República de Curitiba. Terra da Operação Lava Jato, a investigação que mudou o país. Aqui a lei se cumpre. 17 de março – 5 anos de Operação Lava Jato — O Brasil Agradece”. Na época, advogados acionaram o CNMP questionando o princípio da impessoalidade e a autoria da peça.

Apesar de ter confessado ter pago a propaganda, Castor de Mattos pediu afastamento da força-tarefa em 5 de abril, sob a justificativa de doença, e como a confissão não foi apresentada ao CNMP, o questionamento dos advogados foi arquivado.

Em conversa privada no dia 28 de março deste ano,  Oswaldo Barbosa pede para que Deltan verifique a autoria do outdoor porque está “repercutindo muito”. O chefe do grupo diz que acredita ser questionável que eles apurem e pontua: “fique à vontade aí para buscar a informação”. Dallagnol também pede que seja publicizada qualquer apuração para desmentir notícias que atribuem a Lava Jato o outdoor. 

De acordo com o site, os dois chegaram a se falar depois e, desta vez, houve um detalhamento sobre a confissão de Diogo Castor de Mattos. 

Depois, em 5 de abril, Deltan envia a íntegra de um ofício que ele encaminhou para o corregedor-geral com o afastamento e a confissão de Diogo para os demais procuradores da força-tarefa no grupo Filhos de Januário 1.

“Senhor Corregedor, Cumprimentando-o, dirijo-me a V. Exa. para informar, em nome dos colegas que integram a força-tarefa da operação Lava Jato, que o procurador Diogo Castor de Mattos, afastado nesta data por razão psiquiátrica, comunicou aos procuradores que custeou com recursos próprios, por iniciativa de um amigo do seu relacionamento particular, a publicação de outdoor com imagem e mensagem de reconhecimento dos trabalhos da Lava Jato, nesta cidade, em março deste ano…” 

Depois disso, segundo a reportagem, Deltan pede que o assunto seja abafado e surgem os áudios. 

O primeiro a falar, em 7 de abril de 2019, é o procurador Orlando Martello: “Ele pediu para sair, mas se ele não pedisse, teria a nossa decisão de que ele deveria sair. O que ele fez foi uma certa traição. Falando para nós aqui. Ele traiu o grupo ao fazer uma coisa sem comunicar a todos. Então ele sairia de qualquer forma... Agora depende da repercussão que isso tiver, Se não tiver repercussão nenhuma nada obsta que lá na frente ele retorne. Agora se ele não saísse espontaneamente, ele seria obrigado a sair. Ou então eu sairia”. 

Em outra gravação, o procurador Paulo Galvão diz que Castor de Mattos prestou as informações “espontaneamente” à corregedoria. Já o procurador Julio Noronha, pondera que, se a força-tarefa justificasse a saída de Castor de Mattos apenas pela questão de saúde, estaria sendo “conivente além do necessário com a situação”.

A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba preferiu fazer manobras para que grandes bancos com atuação no Brasil firmassem acordos ao invés de instaurar investigações sobre acusações de envolvimento das instituições financeiras com o escândalo de corrupção. É o que apontam as novas mensagens reveladas pelo site The Intercept Brasil através do El País, nesta quinta-feira (22). 

As conversas registradas no aplicativo Telegram entre procuradores da força-tarefa aconteceram em 2016, após alguns bancos serem citados em delações premiadas. No dia 16 de outubro daquele ano, por exemplo, o procurador Roberson Pozzobon alertou aos colegas de profissão: “O Banco, na verdade os bancos, faturaram muuuuuuito com as movimentações bilionárias dele”. 

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Na ocasião, segundo a reportagem, Pozzobon se referia às movimentações financeiras do empresário e lobista Adir Assad, condenado por lavagem de dinheiro, acusado de envolvimento em diversos escândalos de corrupção, incluindo o da Petrobras. Os procuradores, naquele momento, já tinham a informação de que Assad havia aberto uma conta no Bradesco nas Bahamas para lavar dinheiro “a rodo”. E Compliance Officer, setor responsável por fazer o banco cumprir normas legais, chegou a alertar o Bradesco em 2011 sobre algo errado naquela conta, mas Pozzobon disse que o Bradesco nada fez. 

Apesar da informação, ainda em 2016, foi criado um arquivo de “Ideias e Metas FTLJ 2017_2018”, enviado em um dos chats dos procuradores. No documento, em que aparece objetivos a serem cumpridos, o item bancos aparece com a descrição de acordos “a título de indenização por lavagem de dinheiro e falhas de compliance”.

Atingir os bancos com investigações, de acordo com a matéria, na ótica dos procuradores causaria o chamado "risco sistêmico", conceito financeiro que supõe um possível efeito dominó para a economia.  

Em 21 de outubro de 2016, o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, enviou uma mensagem para o grupo Filhos de Januário 1 sugerindo a instalação de um Inquérito Civil Público (ICP) que averiguaria falhas de compliance dos bancos. Na conversa, ele diz que a intenção era de “pintar tempestade na portaria”.

“CF, em relação aos bancos e falhas de compliance, Orlando, Paulo e eu pedimos pro Douglas instaurar ICP e pediremos infos pros bancos. A ideia é pintar tempestade na portaria e mandar ofício pedindo infos sobre investigações internas que tenham feito etc., para incentivá-los a virem para a mesa negociar. Vc será o responsável pelos ICPs, como nosso especialista em compliance, mas conte comigo pro que precisar”, diz a mensagem [mantida com a grafia enviada] de Dallagnol para o procurador Carlos Fernando Lima. 

“Bradesco, Itaú, Credit suisse e Banco Paulista de SP (só paulista para dar esse nome mesmo... banco paranaense do Paraná nca vi rsrsrs)”, acrescentou. 

A reportagem aponta também que, apesar dessa conversa ter acontecido em 2016, apenas em maio deste ano que a Lava Jato chegou de fato à primeira instituição bancária. No dia 8 daquele mês, foram presos três executivos do Bancos Paulista, acusados de lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta para beneficiar a Odebrecht. 

Outro fato curioso, levantado pelo El País, é que além da morosidade da Lava Jato atingir os bancos, em outubro de 2018 Deltan esteve fazendo uma palestra paga pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) sobre prevenção e combate a lavagem de dinheiro, pela qual recebeu R$ 18.088 líquidos, quase seu salário daquele mês: R$ 22.432. 

Além disso, em 2018, os procuradores chegaram a cogitar o rompimento das negociações do acordo de delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci. A proposta apresentava uma narrativa complexa sobre sua relação com poderosos, como Joseph Safra (Banco Safra), Pedro Moreira Salles (na época, do Unibanco), Lázaro Brandão e Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), dentre outros.

Por meio de nota, a força-tarefa de Curitiba disse que "é de conhecimento público que as forças-tarefas Lava Jato no Paraná e no Rio de Janeiro já adotaram diversas medidas de persecução criminal em face de integrantes de instituições financeiras, incluindo diretores e gerentes de bancos e corretoras". O texto ainda observou que o grupo "não reconhecesse as mensagens que lhe têm sido atribuídas. O material é oriundo de crime cibernético e sujeito a distorções, manipulações e descontextualizações". 

Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) afirmou, nesta segunda-feira (19), que as sentenças que condenam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisam ser anuladas o mais rápido possível. Para o petista, está “evidente” que a Lava Jato é uma organização criminosa.  

“A cada dia, fica mais evidente que a Lava Jato travestia uma organização criminosa com propósito político claro: condenar Lula a qualquer custo para retirá-lo da disputa e deixar o caminho livre para Sérgio Moro operar projetos pessoais”, escreveu o senador em publicação no Twitter. “Essas condenações precisam ser anuladas já”, emendou.

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A avaliação de Humberto surge ao mesmo tempo em que uma nova troca de mensagens vazadas a partir das conversas obtidas pelo site The Intercept Brasil apontam que a investigação fez consultas a dados da Receita Federal, sem autorização da Justiça, para respaldar investigações contra o ex-presidente e outros suspeitos de corrupção.  

De acordo com as conversas, o procurador Deltan Dallagnol teria pedido que o auditor fiscal Roberto Leonel, que agora é presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), levantasse informações sobre o caseiro do sítio em Atibaia, sobre uma nora de Lula, sobre o patrimônio dos antigos donos do imóvel e sobre compras que a mulher do ex-presidente, Marisa Letícia, havia feito. Dallagnol disse que acusações eram falsas.

Um dos principais alvos das conversas vazadas pelo site The Intercept Brasil desde junho, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, disse que o “rolo compressor político quer o retrocesso”, mas ele e a operação não devem nada para a classe. 

"Ninguém jamais nos disse que seria fácil enfrentar pessoas poderosas que praticaram crimes gravíssimos contra nosso país. Ninguém jamais nos prometeu isso. Fizemos nosso papel e agora enfrentamos uma reação. Nossa expectativa é que as instituições e a sociedade protejam o trabalho feito e impeçam retrocessos. Eu não devo, e a Lava Jato não deve", reagiu o procurador, em entrevista à revista Época. 

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Na avaliação do procurador, “existe um oportunismo de buscar e identificar qualquer brecha para atacar a operação, distorcer fatos e atacar os personagens que acabaram tendo protagonismo na operação. E o objetivo disso, a meu ver, não é atacar a pessoa do Deltan, a pessoa do Moro. É atacar o caso, a Lava Jato.” 

Algumas mensagens sugerem que Deltan Dallagnol incentivou investigações informais contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), quis criar uma empresa para gerir as palestras que dava como chefe do grupo que investiga o esquema de corrupção, comemorou a derrota do senador Renan Calheiros (MDB) na disputa pelo comando do Senado e se recusou a participar de um evento onde receberia um prêmio por conta da presença do agora presidente, Jair Bolsonaro. 

Na entrevista, Dallagnol negou ter investigado ministros do STF, mas confirmou ter debatido a pertinência de pedir o impeachment de Gilmar Mendes. "Estudamos se os atos dele configurariam, para além de atos de suspeição, infrações político-administrativas", disse. 

O procurado ainda afirmou que se for afastado da função pelo Conselho Nacional do Ministério Público, no qual responde a alguns procedimentos administrativos, vai continuar com seu propósito que é “servir à sociedade”.

“O que a sociedade precisa reconhecer é que não é suficiente um grupo de procuradores, policiais, juízes, auditores, de pessoas, lutarem contra o sistema corrupto. Talvez a ilusão tenha sido em algum momento acreditar que a Justiça iria se sobrepor ao sistema político”, observou Deltan.

O coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, recusou-se a receber um prêmio ao lado do hoje presidente Jair Bolsonaro (PSL) e de "outros radicais de direita" em 2016. É o que revelam conversas divulgadas nesta quarta-feira (14) pelo UOL, a partir das mensagens recebidas pelo site The Intercept Brasil. 

O prêmio foi o "Liberdade 2016", concedido no Fórum Liberdade e Democracia, organizado pelo Instituto de Formação de Líderes de São Paulo. 

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Segundo a reportagem, em mensagem publicada no grupo do Telegram Filhos do Januário 1 no dia 5 de outubro, que reúne procuradores que atuam na Lava Jato, Deltan disse que havia sido convidado para receber a premiação e considerava positivo o convite para a Lava Jato, mas preferia que a equipe toda fosse reconhecida pela instituição. 

"Vou receber porque me parece positivo para a Lava Jato, mas vou pedir para ressaltarem de algum modo, preferencialmente oficial, que entregam a mim como símbolo do trabalho da equipe", destaca Dallagnol.

Dias depois, um dos assessores da força-tarefa aconselha o procurador a evitar a participação no evento para não ter a imagem associada com a do então deputado federal. 

"Você vai mesmo no evento deles neste sábado? Com Bolsonaro como palestrante? Por favor, repense... Tudo o que você e a força-tarefa não precisam é serem 'associados' ao Bolsonaro. É a mesma coisa que receber prêmio do Foro de BSB. Estou quase implorando", argumenta o assessor, que não foi identificado pela reportagem.

"Péssimo isso aí", responde Deltan, já sugerindo, em seguida, os argumentos que o assessor deve utilizar para justificar sua ausência. "Imprevisto. Mil desculpas", recomenda ao assessor, acrescentando que ele poderia ver se o promotor Roberto Livianu poderia receber a premiação em seu lugar e ponderar que ele gostaria de escrever uma mensagem em nome da força-tarefa para agradecer a honraria. "Diz que não costumo cancelar, apenas quando não consigo fazer diferente (estou me sentindo mal com o cancelamento ainda rs... mas manda ver)", ainda observa Deltan.

Na madrugada do dia 20 de outubro, o procurador avisou no grupo Filhos de Januário 1 sobre a desistência e justificou que não iria porque na programação tinha políticos com perfil "muito de direita": "com Jair Bolsonaro como um dos vários palestrantes e com homenagem a um vereador de SP [Fernando Holiday, do DEM-SP] que foi um dos líderes do impeachment".

Roberto Livianu recebeu o prêmio em nome de Deltan Dallagnol no dia 22 de outubro. 

Em resposta ao site, promotor disse que os procuradores da Lava Jato pediram que ele recebesse o prêmio por dificuldade de agenda. Além disso, afirmou também que  não viu Jair Bolsonaro ou Fernando Holiday na plateia. Holiday, por sua vez, mostrou-se surpreso pelo fato de Deltan ter cancelado a ida ao evento por causa de sua participação, apesar de ter ressalvas sobre as mensagens vazadas.

Já a Lava Jato disse não reconhecer a legitimidade das conversas divulgadas, mas mesmo assim considerou que evita a "participação direta de seus membros em eventos que possam gerar, ainda que indevidamente, a vinculação do trabalho técnico feito na Lava Jato a bandeiras ideológicas e político-partidárias".

Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) ironizou as atitudes do ministro da Justiça, Sergio Moro, reveladas pelas mensagens recebidas pelo site The Intercept Brasil e publicadas por diversos jornais do país. 

A última reportagem aponta que o ex-juiz responsável pelos casos da Lava Jato na primeira instância em Curitiba teria recomendado que a força-tarefa da investigação não apreendesse os celulares do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB), no dia da sua prisão, em outubro de 2016. 

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Ao avaliar a orientação, Humberto questionou a benevolência de Moro com acusados de corrupção. “Não há dúvida de que Sergio Moro é um sujeito de muito bom coração. Pelo menos, em relação a algumas pessoas. Ele livrou a mulher de Eduardo Cunha de uma condenação e mandou não recolher os celulares do ex-presidente da Câmara. Por quê tanta benevolência?”, indagou o senador.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, orientou, na época em que o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB), foi preso que a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba não apreendesse os celulares do emedebista. É o que sugere uma troca de mensagens entre Moro e o chefe do grupo do Ministério Público Federal, procurador Deltan Dallagnol, revelada pelo site BuzzFeed News, a partir das conversas obtidas pelo site The Intercept Brasil. 

De acordo com a reportagem, a conversa ocorreu em 18 de outubro de 2016, um dia antes da prisão de Cunha. Na ocasião, o então juiz teria convencido os procuradores ao ponderar que não achava uma boa recolher os celulares do ex-presidente da Câmara. 

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Veja a conversa:

Deltan Dallagnol (11:45:25): Um assunto mais urgente é sobre a prisão

Deltan (11:45:45): Falaremos disso amanhã tarde

Deltan (11:46:44): Mas amanhã não é a prisão?

Deltan (11:46:51) : Creio que PF está programando

Deltan (11:46:59): Queríamos falar sobre apreensão dos celulares

Sergio Moro (11:47:03): Parece que sim.

Deltan (11:47:07): Consideramos importante

Deltan (11:47:13): Teríamos que pedir hoje

Moro (11:47:15): Acho que não é uma boa

Deltan (11:47:27): Mas gostaríamos de explicar razões

Deltan (11:47:56): Há alguns outros assuntos, mas este é o mais urgente

Moro (11:48:02): bem eu fico aqui até 1230, depois volto às 1400.

Deltan (11:48:49): Ok. Tentarei ir antes de 12.30, mas confirmo em seguida de consigo sair até 12h para chegar até 12.15

Deltan (12:05:02): Indo

Segundo do site, há um intervalo grande de conversas entre Deltan e Moro, mas às 14h16 Deltan envia uma nova mensagem para o ex-juiz: “Cnversamos [Conversamos] aqui e entendemos que não é caso de pedir os celulares, pelos riscos, com base em suas ponderações”. Moro respondeu sinalizando positivamente.  

No dia seguinte, em 19 de outubro, Eduardo Cunha foi preso em Brasília e por orientação dos advogados não levou os aparelhos consigo para Curitiba. Questionados sobre, a força-tarefa da Lava Jato e Ministério da Justiça disseram que os celulares de Cunha já haviam sido apreendidos. De fato, os aparelhos foram recolhidos em dezembro de 2015, na operação Catilinárias.

Sergio Moro e o MPF afirmaram também que não reconheciam a legitimidade das mensagens conseguidas pelo Intercept.

Novos diálogos divulgados pelo site The Intercept Brasil, nesta segunda-feira (12), sugerem que o procurador chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, usou movimentos políticos como porta-vozes de causas de ele defendia. 

De acordo com a reportagem, as conversas vazadas apontam que Dallagnol se movimentou, através do Vem Pra Rua e do Instituto Mude - Chega de Corrupção, para tentar influenciar na escolha do novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) logo após a morte do ministro Teori Zavascki. 

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As mensagens atribuídas a Deltan, mostram que logo após a derrota na votação do projeto das dez medidas contra a corrupção na Câmara dos Deputados, o procurador buscou usar os grupos para pressionar o STF a rejeitar os nomes dos ministros Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e do atual presidente da Corte, Dias Toffoli, para a relatoria das ações da operação. 

Ao relatar para o líder do Mude, Fabio Alex Oliveira, uma conversa que havia tido com um integrante de outro movimento político, no dia seguinte à morte de Zavascki, Deltan disse: “De início, agradeci o apio [apoio] do movimento etc. 1. Falei que não posso posicionar a FT [força-tarefa] publicamente, mesmo em off, quanto a Ministros que seriam bons, pq [porque] podemos queimar em vez de ajudar”. 

“Falei os 4 que seriam ruins, ‘que Toff [Dias Toffoli], Lewa [Ricardo Lewandowski] , Gilm [Gilmar Mendes] e Marco Aur [Marco Aurélio]”, acrescentou o procurador. 

Dias após, em 24 de janeiro, o Mude pediu ao procurador uma “orientação sobre quem seria ideal pra assumir a posição do Teori”. A co-fundadora do grupo Patricia Fehrmann explicou que “tem muita gente perguntando o q fazer. O VPR é um desses”, referindo-se ao Vem Pra Rua. O procurador declinou. “Não podemos nos posicionar. Queimamos a pessoa rsrsrs”. 

Apesar da recusa, em fevereiro, segundo o site, Deltan conversa sobre suas preferências com a procuradora Anna Carolina Resende. Veja a conversa:

1 de fevereiro de 2017 – Chat privado

Anna Carolina Resende – 12:11:18 – Deltan, fale com Barroso

Resende – 12:11:37 – insista para ele ir pra 2 Turma

Deltan Dallagnol – 12:18:07 – Há infos novas? E Fachin?

Dallagnol – 12:18:11 – Ele seria ótimo

Resende – 13:54:21 – Vai ser definido hj

Resende – 13:54:33 – Fachin não eh ruim mas não eh bom como Barroso

Resende – 13:54:44 – Mas nunca se sabe quem será sorteado

Resende – 13:56:40 – Barroso tinha q entrar nessa briga. Ele não tem rabo preso. Eh uma oportunidade dele mostrar o trabalho dele. Os outros ministros devem ter ciúmes dele, pq sabem que ele brilharia na LJ. Ele tem que ser forte e corajoso. Ele pode pedir p ir p 2 turma e ninguém pode impedi-lo. Vão achar ruim mas paciência, ele teria feito a parte dele

Dallagnol – 14:11:37 – Ele ficou alijado de todo processo. Ninguém consultou ele em nenhum momento. Há poréns na visão dele em ir, mas insisti com um pedido final. É possível, mas improvável.

Dallagnol – 14:30:16 – Mas sua mensagem foi ótima, Caroll

Dallagnol – 14:30:24 – Por favor não comente isso com ninguém

Dallagnol – 14:30:25 – Please

Dallagnol – 14:30:29 – Ele pediu reserva

Resende – 14:30:31 – clarooo, nem se preocupe

Resende – 14:30:45 – só lhe pedi para falar novamente com ele porque isso está sendo decidido hoje

Dallagnol – 14:30:52 – Foi o tom do meu último peido

Resende – 14:31:18 – vamos rezar para Deus fazer o melhor

Resende – 14:32:22 – mas nosso mentalização aqui é toda em Barroso

No mesmo dia, de acordo com o The Intercept, Dallagnol voltou a falar com Patrícia Fehrmann e disse que “seria bom se os movimentos replicassem o post do Luis Flavio Gomes”. A publicação atacava Mendes, Lewandowski e Toffoli e afirmava que “comprovar-se-á que o diabo também pode vestir toga” se a relatoria da Lava Jato caísse com um dos três. O Mude seguiu a recomendação e logo compartilhou o texto do jurista. 

O sorteado para relatar a Lava Jato no STF foi o ministro Edson Fachin. A escolha do relator não foi a única vez que Deltan buscou usar apoios sem “parecer pressão” ao STF. 

Ele também se colocou a favor da prisão em segunda instância, propondo a necessidade de pressionar o então novo ministro do STF, Alexandre de Moraes, a mudar de opinião a partir da atuação dos movimentos. Ele chegou a conversar sobre o assunto com a procuradora Thaméa Danelon. 

A ela, descreve o site, Deltan também sugeriu que a população fosse instigada a criar abaixo-assinados favoráveis a medida, já que juízes e procuradores também já estavam fazendo um. 

“Se Vc topar, vou te pedir pra ser laranja em outra coisa que estou articulando kkkk”, disse Deltan a Danelon que assentiu e o chefe da Lava Jato continuou: “Um abaixo assinado da população, mas isso tb nao pode sair de nós… o Observatório vai fazer. Mas não comenta com ng, mesmo depois. Tenho que ficar na sombra e aderir lá pelo segundo dia. No primeiro, ia pedir pra Vc divulgar nos grupos. Daí o pessoal automaticamente vai postar etc”.

O Ministério Público Federal do Paraná, através da assessoria de imprensa, disse que “é lícito aos procuradores da República interagir com entidades e movimentos da sociedade civil e estimular a causa de combate à corrupção”. E, apesar disso, reforçou que não reconhecia a legitimidade dos diálogos. 

o Instituto Mude, por sua vez, informou que “o contato com o coordenador da maior operação de combate à corrupção já realizada no Brasil é natural” e que ele “iniciou-se a partir do conhecimento da proposta das dez medidas contra a corrupção”. E alegou que as ações do movimento não são pautadas por indivíduos ou entidades. 

O Vem Pra Rua se recusou a comentar o conteúdo das mensagens e informou que “na campanha a favor das 10 Medidas Contra a Corrupção buscou parcerias de outros movimentos, entidades e pessoas alinhadas com seus ideais, mantendo sempre sua autonomia”.

<p>No podcast desta segunda-feira (12), o cientista político Adriano Oliveira questiona a estratégia que o site The Intercept Brasil usa para a divulgação dos diálogos dos atores da Lava Jato. Há alguns meses, o site divulga trechos de diálogos reveladores que mostraram que o Ministério Público tinha intencionalidade em muitas ações da Lava Jato que, entre outros, condenou e prendeu o ex-presidente Lula sem provas, conforme avaliação de Adriano. Entretanto, a falta de regularidade do material exposto faz com que o assunto não seja avaliado da melhor forma.</p><p>O cientista pontua que não afirma que inexistiu corrupção no PT e nos outros partidos julgados pela operação, porém, a intencionalidade e a falta de provas objetivas é chamativa. Ontem (11) um grupo de juristas assinou manifesto questionando a Lava Jato e a prisão de Lula, afirmando que não foi dentro das regras do estado de direito.</p><p>Para Adriano, Lula parece confiar que esses vazamentos possam soltá-lo, uma vez que o político disse não querer regime semiaberto, pois acredita que poderá ter o julgamento anulado. Para isso, precisa-se do apoio da opinião pública e da imprensa, que só se mostrarão favoráveis se houver vazamentos mais intensos por parte do Intercept.</p><p>O programa Descomplicando a política é exibido na fanpage do LeiaJá, em vídeo, toda terça-feira, a partir das 15h. Além disso, também é apresentado em duas edições no formato de podcast, as segundas e sextas-feiras.&nbsp;</p><p>Confira mais uma análise a seguir:&nbsp;</p><p>
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, concedeu uma medida cautelar que impede as autoridades de responsabilizarem o jornalista Glenn Greenwald, responsável pelo site The Intercept Brasil, pela divulgação das mensagens vazadas de conversas entre os procuradores da Lava Jato e do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.

A decisão atendeu a um pedido da Rede Sustentabilidade para que fossem proibidas investigações contra Greenwald, após rumores de que a Polícia Federal (PF) teria solicitado ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) dados bancários do jornalista. O Tribunal de Contas da União chegou a questionar o órgão sobre a eventual investigação, mas as respostas não foram conclusivas. 

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No despacho, Gilmar observa que “a atuação do jornalista Glenn Greenwald na divulgação recente de conversas e de trocas de informações entre agentes públicos atuantes na Operação Lava Jato é digna de proteção constitucional, independentemente do seu conteúdo ou do seu impacto sobre interesses governamentais”.

Além disso, o magistrado ressalta que apesar das especulações sobre a forma como as mensagens foram obtidas - o que é alvo da operação Spoofing da Polícia Federal, que prendeu quatro suspeitos de hackearem celulares de autoridades - “a liberdade de expressão e de imprensa não pode ser vilipendiada por atos investigativos dirigidos ao jornalista no exercício regular da sua profissão” e “o sigilo constitucional da fonte jornalística impossibilita que o Estado utilize medidas coercivas para constranger a atuação profissional e devassar a forma de recepção e transmissão daquilo que é trazido a conhecimento público”.

No texto, Gilmar Mendes diz que as autoridades públicas e seus órgãos de apuração administrativa ou criminal devem não devem investigar Greenwald pela "recepção, obtenção ou transmissão de informações publicadas em veículos de mídia, ante a proteção do sigilo constitucional da fonte jornalística". 

Chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol usou a Rede Sustentabilidade como uma espécie da laranja para propor uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro Gilmar Mendes. É o que sugerem as mensagens divulgadas pelo site UOL, a partir das conversas obtidas pelo site The Intercept Brasil. 

De acordo com a reportagem, o acordo envolveu o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e resultou na apresentação de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no STF visando impedir que Gilmar soltasse presos em processos que ele não fosse o juiz da causa.  

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As articulações de Dallagnol foram relatadas nas conversas com outros procuradores no Telegram a partir de 9 de outubro de 2018, no dia 11 a Rede protocolou a ADPF. Deltan usou a Rede porque ele, constitucionalmente, não pode atuar em causas que ultrapassem a primeira instância da Justiça Federal. Apenas a procuradora-geral Raquel Dodge tem atribuição para atuar junto ao STF. 

Além de Dodge, partidos políticos, o presidente da República, as mesas diretoras da Câmara e do Senado, os governadores, as Assembleias legislativas e a Ordem dos Advogados do Brasil podem apresentar ADPFs no Supremo. 

Em setembro de 2018, os membros da Lava Jato estavam insatisfeitos com Gilmar Mendes. Naquele mês, ele decidiu, por ofício, soltar nomes como o do então governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). 

Em mensagem enviada no dia 9 de outubro daquele ano, Dallagnol diz: "Resumo da reunião de hoje: Gilmar provavelmente vai expandir decisões da Integração pra Piloto. Melhor solução alcançada: ADPF da Rede para preservar juiz natural".E, horas depois, acrescenta: Randolfe super topou. Ia passar para Daniel, assessor jurídico, já ir minutando. falará hoje com 2 porta-vozes da Rede para encaminhamento, que não depende só dele". 

No dia seguinte, outro membro da força-tarefa, Diogo Castor, avisa: "mandei a sugestão da ADPF pro assessor do Randolfe". 

Em 11 de outubro, às 13h58 - antes que a imprensa ou Randolfe noticiasse, Deltan comunica aos procuradores: "Hoje protocolada ADPF da rede contra GM [Gilmar Mendes]", relatou em um dos tópicos sobre uma reunião que havia realizado.

Ao STF, o partido argumenta que a ação é necessária "para impedir que o referido Ministro Gilmar Mendes continue a conceder liminares para beneficiar presos de modo absolutamente revel à liturgia do processo penal, convertendo-se numa espécie de 'Supervisor-Geral' das prisões cautelares levadas a termo em operações de combate à corrupção no Brasil".

No mesmo dia, às 17h56, Paulo Roberto Galvão envia a notícia do site Antagonista sobre a ação da Rede no STF contra Gilmar e Dallagnol diz que precisam saber para qual ministro foi distribuída a relatoria do caso. Outro procurador responde que ação foi para a ministra Cármen Lúcia e o procurador Athayde Ribeiro Costa dispara: "frouxa". Dallagnol completa: "ela é amiga da esposa de GM". Em novembro, Cármen Lúcia negou seguimento à ADPF da Rede, arquivando a ação.

Em resposta ao UOL, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba disse que não reconhecia a autenticidade das mensagens e pontuou que elas foram obtidas de forma criminosa. 

Já Randolfe e a Rede Sustentabilidade, em nota conjunta, disseram que “no caso em apreço, a ação citada foi ajuizada após o Ministro Gilmar Mendes ter concedido habeas corpus de ofício a Beto Richa e outros 'ilustres' investigados, burlando as regras de sorteio de relatoria do STF e se convertendo numa espécie de 'Liberador-Geral da República'. Repudiamos essa decisão, que causou enorme embaraço ao Tribunal, por convicção de que ela reflete uma postura de leniência com corruptos poderosos e não um compromisso autêntico com o devido processo legal: o ajuizamento da ADPF nº 545 se deu exclusivamente por este motivo". O senador e o partido ainda destacaram possuir uma "postura intransigente" em relação à corrupção.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou que escondeu uma doação à caridade feita com um valor que, segundo ele, foi pago com o valor que recebeu de uma palestra efetuada em 2016. 

Moro falou sobre o assunto no Twitter após, nesse domingo (4), o site The Intercept Brasil e o jornal Folha de São Paulo apontarem que em setembro de 2016 ele fez uma palestra remunerada e não cumpriu a  obrigação de informá-la ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, embora tenha registrado outras participações em eventos. Regra aprovada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em junho daquele ano obriga o registro de atividades classificadas como de “docentes”. 

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Ao rebater a informação de que teria omitido a informação e ter classificado a palestra como “bem organizada e bem paga” em uma das mensagens trocadas com o procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, Moro disse que o fato de ter dado o cachê para uma entidade financeira para não soar autopromoção. 

“Em 2016 não fui totalmente sincero. Escondi a doação à caridade decorrente da palestra, pois achei que poderia soar como inadequada autopromoção. Escusas agora pela revelação, mas preciso dela contra falsos escândalos. Há outras doações, mas os fatos importam mais do que a publicidade”, justificou.

De acordo com a reportagem da Folha de São Paulo, o ex-juiz recebeu entre R$ 10 mil e R$ 15 mil pela palestra.

Em resposta ao jornal, Moro disse que não relatou a palestra remunerada por “puro lapso” e que o valor foi doado para a entidade beneficente Pequeno Cotolengo, que cuida de pessoas com deficiência.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu o direito ao sigilo da fonte por parte de jornalistas. O assunto vem sendo foco de contestações após o início das divulgações de conversas trocadas entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e procuradores da força-tarefa da Lava Jato pelo site The Intercept Brasil.

Em publicação no Twitter, Maia declarou: “Sou a favor da liberdade de imprensa em qualquer circunstância e defendo o sigilo da fonte”. “Isso está assegurado na nossa Constituição”, ressaltou o presidente da Câmara.

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A Polícia Federal investiga a origem das mensagens que estão sendo divulgadas pelo The Intercept desde 9 de junho e aponta que os textos foram conseguidos através de ataques hackers. Um grupo de quatro pessoas estão presas suspeitas de executarem o hackeamento, entre eles Walter Delgatti Neto, apontado como a pessoa que executou a extração das mensagens dos celulares de Moro e dos procuradores.

Além deles, a PF descobriu que outras autoridades dos três Poderes foram hackeadas. Uma delas, segundo informações da polícia, está Rodrigo Maia. Ele também usou o Twitter para ironizar o fato. 

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Candidato do PT nas eleições presidenciais de 2018, Fernando Haddad comentou, na manhã desta segunda-feira (29), as novas revelações da chamada “Vaza Jato” - como vem sendo denominada a divulgação de troca de mensagens entre procuradores da força-tarefa da Lava Jato e do ex-juiz Sérgio Moro obtidas pelo site The Intercept Brasil. 

Na avaliação de Haddad, que é ex-prefeito de São Paulo, Moro agiu politicamente ao divulgar o conteúdo da delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci sete dias antes do pleito, em outubro do ano passado. 

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“Enquanto negociava cargo no governo, Moro agia politicamente nas eleições. Como pode permanecer na função?”, indagou o petista em publicação no Twitter. “Moro achava fraca delação de Palocci que divulgou às vésperas de eleição, sugerem mensagens”, acrescentou, ao compartilhar reportagem desta segunda do jornal Folha de São Paulo, baseada no conteúdo recebido pelo The Intercept. 

A matéria aponta que o agora ministro da Justiça e Segurança Pública considerava frágeis as provas da delação premiada de Antonio Palocci.  No acordo, o ex-ministro acusou os ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, de cometerem crimes de corrupção. Lula foi o principal fiador da campanha de Haddad que, inclusive, o substituiu na disputa depois que o ex-presidente foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa. 

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