Queiroz diz que quer voltar ao PSL para 'lapidar bagunça'
A informação é do jornal Folha de São Paulo
Apesar do presidente Jair Bolsonaro (PSL) dizer que quer distância do ex-policial Fabrício Queiroz, o também ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL) alimenta o desejo de ser reintegrado ao grupo político do presidente. A informação é do jornal Folha de São Paulo.
Em um áudio obtido pela reportagem, Queiroz ressalta planos de ajudar Bolsonaro a resolver a "bagunça" no diretório do PSL do Rio de Janeiro. "Resolvendo essa p... que está vindo na minha direção, se Deus quiser vou resolver, vamos ver se a gente assume esse partido aí. Eu e você de frente aí. Lapidar essa porra", diz Queiroz a um interlocutor não identificado, mas que segundo o jornal foi quem encaminhou a conversa.
Queiroz ainda diz, na gravação, que está "agoniado" para voltar a trabalhar. "Torcendo para essa p... passar. Vamos ver no que vai dar isso í para voltar a trabalhar, que já estou agoniado. Estou agoniado de estar com esse problema todo aí, atrasando a minha vida e da minha família, a porra toda”, frisa.
"Politicamente, eu só posso ir para partido. Trabalha isso aí com o chefe aí. Passando essa ventania aí, ficamos eu e você de frente. A gente nunca vai trair o cara. Ele sabe disso. E a gente blinda, a gente blinda legal essa possa aí. Espertalhão não vai se criar com a gente”, completou.
Em outros áudios, Queiroz ainda se mostra preocupado com as notícias sobre a gestão de Bolsonaro. "Estão fazendo chacota do governo dele. Rodrigo Maia está esculachando. Rodrigo Maia... As declarações dele humilham o Jair. Jair tinha que dar um porrada nesse filho da puta. Botar o Sergio Moro para ir no calço dele. Tem p... na bunda dele aí, antiga", afirmou, no trecho gravado em março.
Fabrício Queiroz tenta se esconder dos holofotes da imprensa desde janeiro, mas nos últimos dias apareceu novamente entre os assuntos políticos. Na semana passada, um áudio atribuído a Queiroz foi divulgado pelo jornal O Globo. Na gravação, o ex-assessor de Flávio demonstra ainda ter influência sobre indicações políticas no Congresso Nacional, não apenas em gabinetes dos filhos do presidente.
Em agosto, a revista Veja divulgou que ele estava se tratando de um câncer de intestino no Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
O ex-assessor de Flávio Bolsonaro aparece em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) por ter feito movimentações atípicas de R$ 1,2 milhão em sua conta entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Ele é um dos assessores de gabinetes de então deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que passou a ser investigado por conta das transações.
Diante das acusações, e apesar de não ter nenhum mandado policial contra si, o sumiço de Queiroz gerou especulações envolvendo o clã liderado pelo presidente que, inclusive, chegou a ser questionado recentemente sobre o paradeiro do então amigo pelo deputado federal Paulo Pimenta. Em ofício, ele respondeu que não possuía informações sobre o paradeiro de Queiroz.