'Não se assustem se alguém pedir o AI-5', dispara Guedes

Fala do ministro foi em crítica à postura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

por Francine Nascimento ter, 26/11/2019 - 09:47
Tânia Rêgo/Agência Brasil Tânia Rêgo/Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou em entrevista coletiva nessa segunda-feira (25), em Washington, que não é de se assustar que alguém peça um retorno do AI-5 diante da possibilidade de protestos radicais no Brasil. O Ato Institucional nº 5 é conhecido por ter sido o período mais duro da Ditadura Militar no país, instituído em 1968, durante o governo Costa e Silva.

A fala de Guedes foi dita enquanto tecia críticas às ondas de manifestações que estão ocorrendo na América Latina, a exemplo do Chile. O ministro pareceu temer que o Brasil se torne palco de protestos radicalistas, em função da postura do ex-presidente Lula, que recentemente, defendeu a polarização no país. Guedes classificou as declarações do político como irresponsáveis.

"Sejam responsáveis, pratiquem a democracia. Ou democracia é só quando o seu lado ganha? Quando o outro lado ganha, com dez meses você já chama todo mundo para quebrar a rua? Que responsabilidade é essa? Não se assustem então se alguém pedir o AI-5. Já não aconteceu uma vez? Ou foi diferente? Levando o povo para a rua para quebrar tudo. Isso é estúpido, é burro, não está à altura da nossa tradição democrática", disse.

Há pouco menos de um mês, o AI-5 foi defendido por um dos filhos de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que segundo Paulo Guedes, o comentário do parlamentar foi em reação às "convocações feitas pela esquerda", tendo como porta-voz o petista. No momento, o chefe da pasta reforçou que chamar a população às ruas, era “insanidade”.

Paulo Guedes foi aos Estados Unidos para cumprir agenda no Fórum de CEOs Brasil-EUA com mais 20 pessoas. Ainda na entrevista, o ministro falou sobre o projeto de lei proposto por Bolsonaro, que prevê a excludente de ilicitude para militares e agentes de segurança pública em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e que este projeto é uma resposta aos discursos de Lula. 

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