Irmão de Bolsonaro atua como mediador informal do governo

Renato Bolsonaro faz intermediação de verbas do governo federal para prefeituras do estado de São Paulo

qua, 22/01/2020 - 17:09
Reprodução/Facebook Renato Bolsonaro já foi candidato à prefeitura de Miracatu Reprodução/Facebook

Prefeituras do estado de São Paulo estão recebendo uma ajuda extra na hora de conquistar recursos junto ao governo federal. O responsável por intermediar as verbas, destinadas a pelo menos quatro municípios da região, é o irmão do presidente da república, o comerciante Renato Bolsonaro.

Apesar não exercer formalmente nenhum cargo público, o irmão do presidente tem ajudado a liberar recursos para obras e investimentos que devem acontecer em cidades no litoral paulista, além do Vale do Ribeira, região originária da família Bolsonaro. As informações foram divulgadas pela Folha de São Paulo.

 Foram mais de R$ 110 milhões repassados para a construção de pontes, recapeamento de asfalto e investimentos em centros de cultura e esportes. Tudo isso com ajuda do comerciante. Renato Bolsonaro costuma participar de solenidades de anúncios de obras, receber agradecimentos públicos pela ajuda conquistada e até assinar como testemunha de contrato de liberação de verbas. Entre as cidades contempladas pela mediação estão São Vicente, Itaoca, Pariquera-Açu e Eldorado, onde moram familiares do presidente. 

 De acordo com a publicação desde a posse de Bolsonaro o município de Miracatu - que faz parte do Vale da Ribeira - onde mora Renato, tem recebido visitas ilustres, de funcionários do governo. Já passaram por lá os secretários da pesca Jorge Seif, de assuntos fundiários Luiz Antônio Nabhan Garcia, o presidente da Embratur, Gilson Machado e o ministro da AGU, André Mendonça.

 Entre as obras intercedidas pelo irmão do presidente estão a recuperação de uma ponte em São Vicente, com custo de R$ 58 milhões em verbas federais. Em entrevista ao jornal A Tribuna, de Santos, Renato confirma que tem acesso facilitado ao irmão e usa isso para fazer assuntos que acredita serem viáveis chegarem mais rapidamente à Bolsonaro.

 Tanto as prefeituras dos municípios, quanto o próprio Renato Bolsonaro, negam que ele ganhe algo para "encurtar o caminho até o presidente". O Governo Federal não respondeu sobre a proximidade dos irmãos.

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