Bolsonaro: jornalista 'queria dar o furo a qualquer preço'

A fala do presidente, regada a risos, foi encarada como uma insinuação de cunho sexual

ter, 18/02/2020 - 09:58
Isac Nóbrega/PR Isac Nóbrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta terça-feira (18), que a jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de São Paulo, queria “dar o furo” a qualquer preço contra ele. A fala do presidente, regada a risos, foi encarada por alguns como uma insinuação de cunho sexual. 

Na semana passada, sem apresentar provas, o ex-funcionário da Yacows, Hans River do Rio Nascimento, disse na Comissão Parlamentar de Inquérito das Fake News que Patrícia queria “um determinado tipo de matéria a troco de sexo”. A Yacows é uma empresa especializada em marketing digital e apontada como responsável por disparos de mensagens durante a campanha eleitoral de 2018, a favor do presidente Jair Bolsonaro.

“Olha a jornalista da Folha de S.Paulo. Tem mais um vídeo dela aí. Não vou falar aqui porque tem senhoras aqui do lado. Ela falando: 'Eu sou (...) do PT', certo? O depoimento do Hans River, foi final de 2018 para o Ministério Público, ele diz do assédio da jornalista em cima dele", diz o presidente, ao ser abordado sobre o assunto na saída do Palácio da Alvorada na manhã de hoje. 

"Ela [repórter] queria um furo. Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim. Lá em 2018 ele [Hans] já dizia que ele chegava e ia perguntando: 'O Bolsonaro pagou pra você divulgar pelo Whatsapp informações?' E outra, se você fez fake news contra o PT, menos com menos dá mais na matemática, se eu for mentir contra o PT, eu tô falando bem, porque o PT só fez besteira", emenda Jair Bolsonaro. 

O presidente ainda reforçou: "Tem um povo aqui [em referência a um grupo de simpatizantes], alguém recebeu no zap uma matéria qualquer que suspeitou pra prejudicar o PT e me beneficiar? Ninguém recebeu nada. Não tem materialidade, zero, zero zero. Você não precisa mentir pra falar sobre o PT, os caras arrebentaram com Petrobras, fundo de pensões, BNDES..."

A repórter da Folha de São Paulo é uma das autoras das reportagens que denunciam os disparos de mensagens na campanha presidencial de 2020.

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