Operação que investiga fraudes em Paulista tem nova fase

O desdobramento da investigação, que chegou a afastar o prefeito Júnior Matuto (PSB) do cargo, cumpriu nove mandados de busca e apreensão

por Vitória Silva sex, 28/08/2020 - 13:41
Polícia Civil de Pernambuco Polícia Civil de Pernambuco

A Polícia Civil de Pernambuco deflagrou, nesta sexta-feira (28), a segunda fase da operação Locatário, que investiga locações de imóveis, esquemas de fraude e desvio de dinheiro ligados à Prefeitura de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Na primeira etapa, que aconteceu em julho deste ano, houve o afastamento do prefeito da cidade, Júnior Matuto (PSB), por fraude contratual e esquema de dispensa de licitações para aluguel de prédios públicos.

A Locatário II foi coordenada pela Diretoria Integrada de Polícia Especializada (DIRESP) e Gerência de Controle Operacional Especializado (GCOI-E) da Polícia Civil. Para a sua realização, foram mobilizados 40 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães.

Na nova fase, foram emitidos nove mandados de busca e apreensão domiciliar nos municípios de Recife e Toritama, expedidos pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), segundo a Polícia Civil. O objetivo foi identificar a possível participação de empresários e agentes públicos em crimes contra a administração e orçamento público, com foco no crime de peculato. 

O delegado Diego Pinheiro, integrante do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco) e responsável pelas investigações, justificou, durante coletiva, que as apreensões buscam esclarecer o vínculo entre os empresários envolvidos e a Prefeitura de Paulista, que envolve transações bancárias suspeitas. Pinheiro disse ainda que há indícios de novas fraudes contratuais, mas que a priori, não serão emitidos mandados de prisão.

Polyanne Farias, gestora da Diresp, também mencionou a possibilidade de novas fases da investigação, a depender do desdobramento da fase em andamento. “O combate à lavagem de dinheiro é importantíssimo, porque os recursos públicos desviados prejudicam diretamente a população. São recursos que poderiam ter sido empregados em áreas como educação e saúde, e a nossa luta é justamente para recuperar esse dinheiro, e que ele tenha destinação ao que se especifica”, afirmou.

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