Chapa eleita na Mata Sul de Pernambuco pode ser cassada

O prefeito reeleito em Joaquim Nabuco, Neto Barreto (PTB), e o vice eleito Eraldo Veloso (MDB) foram denunciados por compra de votos e corrupção

qua, 02/12/2020 - 11:56
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A chapa eleita para a Prefeitura de Joaquim Nabuco, na Mata Sul de Pernambuco, foi denunciada e pode ser impedida de tomar posse. O prefeito reeleito Neto Barreto (PTB) e o vice Eraldo Veloso (MDB) são suspeitos de corrupção, compra de votos, além de abuso de poder político e econômico, que influenciou no resultado do pleito. Após o anúncio da vitória, no último dia 15, o vice arremessou dinheiro à população do alto de uma varanda.

O pedido de cassação, em caráter liminar, foi protocolado nessa terça-feira (1º) pela Frente Popular de Joaquim Nabuco (PROS e PSB), coligação do adversário Lirio Junior. A denúncia também inclui o candidato a vereador Irmão Luiz e o tesoureiro do partido Wilson Monteiro da Silva.

A Frente Popular indica que os eleitos cometeram uma série de irregularidades, como promessas de terrenos e auxílio-aluguel, e chegaram a ameaçar eleitores durante a campanha. Em um áudio anexado ao processo, uma voz indicada como a de Neto Barreto pede para ver o título de uma eleitora e promete benefícios em troca do voto. No registro do dia 5 de novembro, ela diz que precisa de R$ 500 para comprar tijolos e recebe R$ 200 do então candidato.

Dentre as irregularidades, eles ainda são apontados por contratação de servidores fantasmas e contratações em período vedado. Por isso, os denunciantes solicitam o impedimento da diplomação dos eleitos até o julgamento dos crimes, com a consequente diplomação dos segundos colocados.

Em Joaquim Nabuco, Neto Barreto conquistou 52,32% dos votos e derrotou Lirio Junior (PSB), com 47,68%. Os concorrentes tiveram a diferença de apenas 487 votos.

O juiz da 38ª Zona Eleitoral, Rodrigo Ramos Melgaço, acatou a denúncia e estipulou o prazo de cinco dias para a defesa apresentar documentos e testemunhas. Em nota, a assessoria jurídica da Frente Popular destaca que, “praticamente voltamos ao velho voto de cabresto. Os candidatos eleitos compraram, prometeram e pagaram a promessa de distribuir dinheiro a todos que estavam à venda, e, infelizmente, explorou de forma demagógica e populista a miséria dos menos favorecidos, uma lástima para a democracia”.

Procurado pelo LeiaJá, o advogado do prefeito Neto Barreto não atendeu às ligações. O vice Eraldo Veloso também não respondeu às tentativas de contato. O espaço para a defesa segue aberto.

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