FHC sobre Lula em 2022: 'Que novidade ele vai trazer?'

Ex-presidente do Brasil comentou possíveis caminhos para as próximas eleições

por Vitória Silva ter, 06/04/2021 - 13:00
Tânia Rego/Agência Brasil Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso Tânia Rego/Agência Brasil

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou, nesta terça-feira (6), que o Centrão precisa de um nome que tenha “ressonância popular” para conseguir competir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual presidente Jair Bolsonaro em 2022.

Falando dos possíveis caminhos para as próximas eleições, FHC se mostrou descontente com a pré-candidatura do petista, alegando que Lula não representa “novidade” e que deveria “passar o bastão” para uma outra aposta, mais condizente com o que o eleitorado brasileiro espera. As declarações foram feitas durante entrevista à rádio CBN.

"Chega uma hora que as pessoas devem passar o bastão. Me refiro ao presidente Lula. Que novidade ele vai trazer? É difícil. Para o Brasil seria melhor alguém novo no jogo. Bolsonaro dificilmente vai representar algo diferente do que ele representa. O que ele representou? Ele representou o não ao PT. Ou nos rompemos essa dicotomia ou o Brasil vai atrapalhar o futuro. Vamos voltar ao passado, para quê?", afirmou FHC.

O tucano também considera que será difícil para qualquer candidato conseguir criar uma frente contra Bolsonaro e Lula. Retomando o ponto sobre a “ressonância popular”, indaga, “Qual é o nome que vai ser capaz de fazer isso? (derrotar os dois maiores nomes) Aquele que tem apoio popular”.

Na conversa, FHC comentou o manifesto assinado por Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Eduardo Leite (PSDB), Luiz Henrique Mandetta (DEM), João Amoêdo (Novo) e Luciano Huck, em defesa da democracia.

“Eu estou disposto a me curvar a qualquer um deles que tenha apoio popular e seja capaz de apresentar um programa que leve ao crescimento, à distribuição de renda e à democracia, eu apoio. Não é fácil ganhar do Lula ou do Bolsonaro”, completou.

Sobre a gestão de Jair Bolsonaro, ele admite que vê falta de coordenação e atitudes impulsivas, mas não se mostra a favor do impeachment, pois afirma que, historicamente, a exoneração nessas circunstâncias deixou marcas ao povo brasileiro e poderia, inclusive, piorar a situação de crise já instaurada.

"Acho melhor para o Brasil que ele complete o mandato. O Brasil já passou por outros impeachments e isso deixa marcas. Agora, o presidente precisa governar. Às vezes dá a impressão que ele está perdendo tempo com coisas que não são essenciais. O presidente governa para o grupo, a família, os partidários e os amigos dele. Bolsonaro vê o outro lado como inimigo, e não adversário", finalizou.

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