Senado vai trocar camas de apartamentos funcionais

A Casa, entretanto, opera em regime home office desde março de 2020, quando a pandemia da Covid-19 foi confirmada

ter, 06/04/2021 - 12:18
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Senado Federal Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Está previsto para a manhã da próxima quarta-feira (14), um pregão eletrônico - forma de aquisição de bens e serviços do Governo - para comprar 10 conjuntos de cama box e colchão mais 10 colchões de casal para mobiliar os apartamentos funcionais do Senado Federal, localizados em Brasília. No entanto, desde março de 2020, quando foi confirmada a pandemia da Covid-19 no Brasil, os senadores trabalham no regime home office, logo, sequer chegam a cumprir exercício na capital federal. O custo total da operação está previsto em R$ 35.421,30.

Os parlamentares só precisam ir a Brasília em ocasiões específicas, como a eleição para a Presidência do Senado em fevereiro. Além disso, mais de 40% dos senadores são maiores de 60 anos, sendo considerados grupo de risco da Covid.

Na descrição do pregão no site do Senado, foi descrito que os itens terão “entrega imediata, para uso nas residências oficiais dos(as) senhores(as) senadores(as) e residência oficial da Presidência do Senado Federal”. As informações estão disponíveis a todos, através do Acesso à Informação, na seção de Licitações.

Individualmente, os colchões do tipo “espuma casal” custarão R$ 1.274,45 (total de R$ 12.744,50 pelas 10 unidades) e cada conjunto de cama box com colchão de molas, do tipo queen size, custará R$ 2.267,68 aos cofres públicos (total de R$ 22.676,80 pelas 10 unidades).

Ainda de acordo com o site, apenas 17 dos 81 senadores não possuem imóveis funcionais - portanto, 64 têm direito ao apartamento de graça fornecido pela Casa. A última licitação para uma compra do tipo havia ocorrido em 2018, quando foram adquiridos 30 conjuntos box de cama e colchão “queen size”, 70 conjuntos no tamanho solteiro com cama auxiliar, 30 colchões de espuma e 10 colchões de espuma casal.

O pregão foi desaprovado pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania), que em entrevista ao Estado de S. Paulo nesta terça (6), declarou que o gasto é “supérfluo” e que não vê necessidade na compra. “Se já tem um apartamento, não tem por que trocar de colchão. Não dá para entender. É inacreditável como a insensibilidade é prioritária na cabeça de certos políticos. Não tem cabimento”, disse o liberal.

No edital, os itens são descritos com exigências específicas. As camas devem ser no tamanho “queen size” (maior que uma cama de casal comum), com “mola ensacada com tela de alta resistência” para até 150kg, “tecido jacquard bordado com manta de espuma”, “manta de feltro agulhado”, “sistema estabilizador nos cantos e laterais do colchão”. Por fim, precisa ser entregue "em saco plástico".

 

No caso dos colchões de espuma, também 10 unidades, a densidade deve ser D-33 ou acima, é necessário ser fabricado com "tecido antialérgico em algodão ou algodão e viscose" e deve ter passado e contar com "tratamento antiácaro, antifungos e antimofo".

 

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