Miranda diz que irmão foi bloqueado em sistema da Saúde

Deputado e servidor prestaram depoimento na CPI da Covid sobre supostas irregularidades nas negociações para compra da vacina Covaxin

dom, 27/06/2021 - 12:14
Edilson Rodrigues/Agência Senado Deputado também insinuou ter ouvido informações graves do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello Edilson Rodrigues/Agência Senado

O deputado federal Luis Miranda (DEM) afirmou nas redes sociais que seu irmão, o servidor Luis Ricardo Miranda, perdeu o acesso ao sistema interno do Ministério da Saúde após prestar depoimento à CPI da Covid. Luis Ricardo Miranda é chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde e denunciou supostas irregularidades nos contratos de compra da Covaxin.

"Aos defensores de bandidos, meu irmão acaba de descobrir que bloquearam ele do sistema do @minsaude. Vale ressaltar que ele é funcionário de carreira! Isso é ilegal, perseguição e só comprova que eles tem muito para esconder... ", escreveu o deputado. A mensagem acompanha um print de uma conversa no WhatsApp em que se observa a página de login dos servidores públicos com o aviso "usuário não possui permissões nesse sistema". O servidor, então, avisa ao irmão: "Me bloquearam no SEI". O Ministério da Saúde não se manifestou sobre o caso.

Embed:

Na CPI da Covid, o servidor de carreira disse que foi pressionado a agilizar a licença de importação da Covaxin em março. Ele e o deputado contaram ter procurado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para relatar o suposto esquema de corrupção. Bolsonaro teria dito que determinaria uma investigação da Polícia Federal, mas isso não ocorreu. O presidente também teria comentado que os problemas encontrados nos contratos teriam envolvimento do deputado federal Ricardo Barros (PP), que é líder do governo na Câmara.

Pazuello

Luis Miranda também comentou a informação de que a ex-mulher de Pazuello procurou a CPI da Covid para depor. "Se Pazuello falasse o que me falou dentro de uma aeronave, esse país seria um lugar bem melhor para se viver", declarou o deputado.

Em seguida, o deputado disse que não adiantava contar o que ouviu de Pazuello. "Eles sempre dirão que é mentira e nem tudo tive a sorte de me precaver e guardar as provas do que escutei e, nesse dia específico, não pensei que a conversa iria por esse caminho". E completou: "Se a ex-esposa falar, eu falo mais um pouco!".

COMENTÁRIOS dos leitores